Resumo: Apresenta um novo conceito para a
organização dos recursos digitais na Web: a folksonomia. Este novo conceito
surge no contexto da Web 2.0 onde emergem novas formas de organizar e
compartilhar os conteúdos disponíveis na Internet. Uma etiquetagem de
recursos da Web na qual se podem destacar os seguintes fatores: a) é
resultado de uma indexação livre do próprio usuário do recurso; b) objetiva
a recuperação a posteriori da informação e c) é desenvolvida num ambiente
aberto que possibilita o compartilhamento e, mesmo, em alguns casos, a sua
construção conjunta. Com base na literatura, o artigo descreve os diversos
usos do termo folksonomia bem como outros conceitos a ele relacionados.
Descreve também alguns serviços da Web que adotam a Folksonomia e menciona
algumas vantagens e desvantagens na adoção deste tipo de indexação
colaborativa.
Palavras-chave: Folksonomia; Etiquetagem social;
Etiquetagem colaborativa; Classificação social; Indexação colaborativa;
Bookmarking social.
Abstract: A new concept for the organization of
digital resources on the Web is presented: folksonomy. This new concept
appears in the context of Web2.0 where new ways of organization and share of
Web resources emerge. It refers to labelling of Web resources where the
following factors may be highlighted: a) it is the result of free indexing
the resource by its own user; b) it has as a goal the information retrieval
and c) it is created in an open environment which allows sharing and, even
in some cases, joint construction. Based on a literature review, it
describes the several ways by which the folksonomy term is used as well as
other related concepts. It describes some services in the web that use
folksonomies and points out some advantages and disadvantages in adopting
this kind of collaborative indexing.
Keywords:
Folksonomy; Social tagging; Collaborative tagging; Social classification;
Collaborative indexing; Social bookmarking.
A popularização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) tem sido expressiva, principalmente após o advento da Word Wide Web (WWW) que foi criada num projeto iniciado em 1989 no CERN [1]. Neste projeto, Tim Berners-Lee, um físico britânico, construiu o sistema protótipo que utilizava os protocolos da Internet para implementar um sistema de hipertexto [2] distribuído à escala global (CERN,2005).
O uso do hipertexto, na forma do protótipo criado por Berners-Lee, tornou-se um modelo do que hoje é a Web. O intento original do sistema foi tornar mais fácil o compartilhamento de documentos de pesquisas entre os pares.
Com a Web, a publicação e o acesso à informação tornaram-se ações de fácil
execução para quaisquer indivíduos. As pessoas, ao redor do mundo, passaram
a ter em suas mãos a possibilidade de participar ativamente nesses
processos. Desde sua criação, a Web tem evoluído com a adição de novos
serviços e funcionalidades que, cada vez mais, permitem que os seus usuários
participem de forma ativa na construção e organização dos conteúdos lá
disponíveis.
De fato, é num contexto de profundas alterações sociológicas que surge o
conceito de Web 2.0. Este termo, criado por Tim O’Reilly (2005), que reforça
o conceito da Internet de propiciar que seus usuários colaborem efetivamente
para a disponibilização de serviços virtuais e organização dos conteúdos. Um
exemplo clássico desta nova geração é a
Wikipedia [3], uma enciclopédia
dinâmica, na qual os próprios usuários disponibilizam e editam informações.
Tim O’Reilly define a Web 2.0 como a plataforma onde são compartilhados
todos os dispositivos conectados.
As aplicações Web 2.0 são aquelas que possuem a maioria das vantagens intrínsecas dessa plataforma: distribuição de software com atualização constante para melhor uso, utilização e reorganização de dados de múltiplas fontes por usuários individuais que, por sua vez, fornecem seus próprios dados e serviços de forma a que sejam reorganizados por outros, assim criando uma “arquitetura da participação” indo além da metáfora da página da Web 1.0 [4] para permitir a efetiva colaboração dos usuários. (apud Miller, 2005).
A Wikipedia apresenta, na revisão do verbete datada de 6 de nov. de 2006
(Web 2.0, 2006), a seguinte definição: a Web 2.0, um termo atribuído por O’Reilly
Media em 2004, refere-se a uma suposta nova geração de serviços baseados na
Internet – tais como social
networking sites,
Wikis, ferramentas de
comunicação e folksonomias – cuja ênfase está na possibilidade de
compartilhamento entre os usuários para a criação e organização de recursos
digitais.
Vale a pena ressaltar que alguns estudiosos da área não consideram que
exista uma Web 2.0, pois, desde o início, a Web é aberta à participação de
seus usuários para o compartilhamento de serviços e informações. É verdade
que esta nova geração de serviços para a Web incentiva a participação
verdadeiramente colaborativa na construção de conteúdos e a criação de
comunidades virtuais para discussão, partilha e evolução conjunta mas,
defendem estes, não se trata de uma revolução e sim de uma evolução. Os
grupos de news [5], pré-Web, são exemplos da existência de comunidades
virtuais que tomavam partido da existência da Internet, apesar de, na altura
em que apareceram, a Web ainda nem sequer existir.
De acordo com Davis (2005), a
Web 2.0 é uma atitude e não uma tecnologia.
Uma atitude de encorajar a participação dos internautas através de serviços
e aplicações abertos. Para o autor, “abertos”, no sentido técnico, refere-se
a APIs (Application Programming Interface) apropriadas. Porém, o mais
importante é o fato de ter a característica de ser socialmente aberta e
suportada por tecnologias que proporcionam uma interoperabilidade de
serviços nunca antes existente.
Em seu texto intitulado “Talis, Web 2.0 and All That”, faz considerações a respeito destas características e afirma que a Web sempre teve o intuito de ser participativa, e sem esta característica não seria o que é hoje. O que ocorre, segundo o autor, é que nos últimos anos, a Web perdeu um pouco o contato com suas raízes devido a interesses que influenciaram o seu desenvolvimento. Davis considera que a Web 2.0 seja, então, um conjunto de esforços para que a Web volte aos seus ideais originais, o que implica uma regeneração numa nova versão. O que é importante é que há uma movimentação neste sentido, tecnologias que atentam para a face social da Web.
Para Gilberto Alves Jr., um dos especialistas da Internet no Brasil, a Web
deixou de ser uma rede para se tornar uma plataforma. Ele considera que a
Web em si não mudou, o que mudou foi a nossa forma de entendê-la. (apud
Oliveira, 2006).
Há muito a ser estudado e desenvolvido nesta nova geração da Web; suas
características, tecnologias e inovações. Dentre as diversas evoluções que
estão ocorrendo, destaca-se o que pode ser considerado como um novo
paradigma para a organização dos conteúdos dos recursos digitais na Web. A
possibilidade de os próprios usuários participarem na organização desses
conteúdos é, em especial, uma questão que vale ser pesquisada e
implementada. Esta nova abordagem relativa à indexação dos recursos digitais
da Web toma, genericamente, a designação de Folksonomia.
Trata-se de um novo conceito que tem sido utilizado por diversos
profissionais e estudiosos da área de informação. No entanto, parece não
haver ainda um consenso na área, quer sobre a utilização deste termo, quer
sobre o seu significado. Há os que preferem utilizar outros termos como, por
exemplo, classificação social ou social
tagging.
O presente artigo pretende apresentar, de forma organizada, uma revisão de
literatura sobre os diversos usos do termo folksonomia e a relação deste com
outros termos aplicados à indexação de recursos da Web. Adicionalmente,
apresentar-se-á um conjunto de serviços que aplicam o conceito de
folksonomia.
Uma vez que se trata de uma área de investigação bastante recente, a maior
parte da literatura encontra-se online e muito dela está até disponível em
Acesso Livre [6]. A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida a partir de
consultas efetuadas no Google Scholar [7] , no OAISTER [8] e nos site e
lista de discussão Dublin Core Social Tagging [9]. Optou-se pelas
publicações a partir de 2004, data em que surgiu o termo Folksonomia. Os
termos utilizados para as buscas bibliográficas foram: folksonomy (ies),
folksonomia(s), tagging e bookmarking.
Na pesquisa bibliográfica, foram selecionados um total de 29 textos e, para
a análise dos mesmos, foi criada uma base de dados com os seguintes campos:
Termo, Termo Traduzido, Definição, Tradução (da definição), Referência
Bibliográfica e Comentários. Destes textos, foram extraídos 57 termos que
resultaram em 91 registros na base de dados.
Dos 57 termos extraídos dos textos, foram apresentados, no decorrer das
discussões deste artigo, 12 termos que estão em destaque no Quadro 1.
Os demais não foram considerados termos que expressam diretamente o conceito de folksonomia; são termos relacionados (Exemplo: Sensemaking), mais gerais (Exemplo: Architecture of participation) ou mais específicos (Exemplo: broad folksonomy). No quadro foram assinalados aqueles que compuseram a análise deste estudo.
Após leitura dos textos e inserção dos dados na base de dados, foram gerados
índices por termos e por referências bibliográficas, o que permitiu fazer
uma análise e comparação das diversas definições. A seguir, os diversos
conceitos serão apresentados de forma comparativa, bem como o entendimento
que os autores têm da folksonomia como metodologia (processo) e/ou resultado
destas (produto) e a ênfase dada ao cunho social destes.
Cabe ressaltar que esta pesquisa se enquadra na fase de descrição do estado
da arte do projeto de doutoramento em Tecnologias e Sistemas de Informação.
Folksonomia
Folksonomia é a tradução do termo folksonomy que é um neologismo criado em
2004 por Thomas Vander Wal, a partir da junção de folk (povo, pessoas) com
taxonomy . Para Wal (2006), Folksonomia é o resultado da atribuição livre e
pessoal de etiquetas [10] (tagging) a informações ou objetos (qualquer coisa
com URL), visando à sua recuperação. A atribuição de etiquetas é feita num
ambiente social (compartilhado e aberto a outros).
O ato de etiquetar é do próprio usuário da informação, i.e., não é o autor nem o profissional de indexação que indexam o recurso da Web; é o seu próprio usuário.Neste ponto é importante estabelecer alguns parâmetros conceituais para nortear este trabalho. Em primeiro lugar, apesar de entender-se tagging como um processo de indexação colaborativa [11] de recursos da Web, utilizar-se-á, a partir daqui, para referência a tagging, o termo etiquetagem para diferenciar esta ação da indexação tradicional.
Etiquetagem significa atribuir etiquetas aos recursos da Web. Trata-se de
uma indexação livre em linguagem natural [12], não são adotadas regras e/ou
políticas de indexação e nem o controle de vocabulários, ou seja, não há
efetivamente a tradução dos termos para uma linguagem artificial. Os
conteúdos são indexados livremente pelos usuários do recurso, podendo
representar assuntos ou quaisquer outros elementos de metadados [13] tais
como tipo ou formato.
Vob (2007) em seu artigo Tagging, Folksonomy & Co – Renaissance of Manual
Indexing? afirma que a etiquetagem tem sido apontada como uma forma nova de
organização do conhecimento que difere das formas tradicionais de
organização, mas que na verdade tem que ser vista como uma forma popular de
indexação manual dos recursos da Web.
Outro ponto importante é definir o que são informações ou objetos, que
Vander Wal delineia como qualquer coisa com um URL [14]. No âmbito deste
artigo, optou-se antes por utilizar o termo Recurso, ao invés de objeto, por
ser o termo mais utilizado para identificar tais recursos (Miller, 1998).
Portanto, Folksonomia é o resultado da etiquetagem dos recursos da Web num
ambiente social (compartilhado e aberto a outros) pelos próprios usuários da
informação visando a sua recuperação. Destacam-se portanto três fatores
essenciais: 1) é resultado de uma indexação livre do próprio usuário do
recurso; 2) objetiva a recuperação a posteriori da informação e 3) é
desenvolvida num ambiente aberto que possibilita o compartilhamento e, até,
em alguns casos [15], a sua construção conjunta.
Sucintamente, pode-se dizer que as ferramentas de folksonomia permitem que
usuários da Web indexem os recursos a partir da atribuição de etiquetas para
seu armazenamento, organização e recuperação. Além disto, estas ferramentas
permitem que as etiquetas fiquem disponíveis em rede (na Web), de forma que
outros usuários que tenham os mesmos interesses possam aceder aos recursos,
bem como mostram as várias formas pelas quais um mesmo recurso foi indexado
por outros. É uma maneira colaborativa e livre de indexar que geralmente não
se pauta em nenhum vocabulário controlado ou qualquer outro sistema
predefinido de classificação tradicional.
Num recente artigo publicado na Revista WebDesign, Gutierrez considera que a
folksonomia assume um papel significativo na Web atual:
Ela é parte de uma série de transformações na rede, que se intensificaram de 2003 para cá. Junta-se à disseminação dos blogs e wikis, à distribuição de conteúdo por protocolos, tipo o RSS (Really Simple Syndication), aos aplicativos para constituição de redes sociais, como o Orkut, e aos coletores sociais de links e outros materiais, como o del.icio.us. As mudanças para o desenho de sites vêm deste conjunto de transformações. Normalmente, os sites são desenvolvidos esperando um incremento na 'encontrabilidade' e, assim, penso que haverá um movimento no sentido de estudar como esta folksonomia está sendo gerada e quais as tags ou palavras-chave que deverão ser atendidas no projeto do site. (apud Rocha, 2006)
Mas como os autores têm se referido ao conceito de Folksonomia?
Parece claro que para o criador do termo, folksonomia é o resultado de um
processo; no entanto, os autores dividem-se em dois grupos: 1) os que
entendem a folksonomia exatamente como o resultado de um processo, como um
produto, concordando desta forma com o conceito de Wal citado anteriormente;
e 2) os que se referem a folksonomia como sendo um sistema, uma metodologia,
ou abordagem, ou o próprio processo.
A seguir, são apresentadas as definições de alguns autores, mostrando este
interessante viés que ocorre no uso do conceito.
Numa visão de folksonomia como produto, podem-se citar as definições de
Wal (2006), Lund (2005),
Mathes (2006), Smith (2006),
Trant (2006) e
Sturtz (2006).
A iniciar pela definição de Wal (2006), o criador do termo, que entende a
folksonomia como o resultado da etiquetagem de recursos digitais da Web,
portanto, um produto que existe em função de uma ação, a de etiquetar.
Lund (2005) dizem que a folksonomia se refere a um vocabulário, ou lista
de termos, que surge da sobreposição de etiquetas definidas por vários
usuários ao marcar seus links [16] favoritos, ou marcadores [17] para
posterior recuperação. Para este autor, portanto, o produto seria uma lista
de termos, ou vocabulário. Para Mathes (2006) a folksonomia é um conjunto de
termos que um grupo de usuários utilizou para etiquetar os conteúdos de
recursos digitais da Web. Trant (2006 apud Smith, 2006) afirma que é o
resultado de um sistema de classificação socialmente construído, ou, coleção
de conceitos expressos em um sistema de classificação desenvolvido de forma
cooperativa (Trant, 2006a). Ou ainda, um conjunto informal e orgânico de
terminologia relacionada (Trant, 2006b).
Apresenta-se, ainda na ênfase de folksonomia como produto, a definição
utilizada por Sturtz (2006). Para o autor, na prática, folksonomia é um
conjunto de etiquetas – com uma ou mais palavras-chave – que os usuários de
um sistema compartilhado de gestão de conteúdos na Web aplicam a recursos
individuais a fim de agrupá-los ou classificá-los para posterior
recuperação.
Portanto, o conceito de folksonomia como produto aparece como: “resultado da
etiquetagem dos recursos...”, “um vocabulário”, “lista de termos”, “conjunto
de termos”, “resultado de um sistema de classificação socialmente
construída”, “coleção de conceitos”, “conjunto informal e orgânico de
terminologia relacionada”, e “conjunto de etiquetas”.
Por outro lado, alguns autores (Wikipedia, 2006;
Peterson, 2006; Russel,
2005; Guy e Tonkin, 2006; Ohmukai, Hamasaki E Takeda, 2006;
Quintarelli,
2005; Hammond, 2005 e Valongueiro, 2006) referem-se a Folksonomia como
uma abordagem, ou uma metodologia, ou um sistema, ou um novo paradigma, ou
seja, o conceito representando o processo de criação das folksonomias, e não
apenas como um resultado deste processo, como descrito anteriormente.
Na Wikipedia (26 out. 2006), encontra-se uma definição de folksonomia como
uma metodologia de recuperação da informação da Web, construída de uma forma
colaborativa, constituída de etiquetas livres que categorizam conteúdos,
tais como páginas da Web, fotografias online e web links. Peterson
(2006),
em seu texto intitulado Beneath the Metadata também usa esta definição da
Wikipedia. Acrescenta-se ainda que, na opinião deste autor, as etiquetas
podem tornar os mecanismos de busca da Web mais eficientes, já que o
vocabulário é construído pelos próprios usuários da informação.
Para Russel (2005), a folksonomia tem propiciado a habilidade de criar
desordenadamente, em texto livre, metadados atribuídos pelos usuários para
recursos existentes (livros, imagens, URLs, etc). Complementando, o autor
afirma que a etiquetagem dos recursos é feita por um usuário que determina o
assunto de um objeto para que ele possa ser posteriormente localizado,
ordenado e usado por ele e por outros usuários da Web.
Definida por Guy e Tonkin (2006) como um tipo de sistema de classificação
distribuída, a folksonomia é normalmente criada por um grupo de indivíduos,
tipicamente os usuários do recurso.
Também aparece como um sistema na definição de Ohmukai, Hamasaki e Takeda
(2006). Para eles, trata-se de um sistema que administra etiquetas
atribuídas pelos usuários aos recursos por eles indexados, compartilhando-as
com outros usuários e também disponibilizando informações de outros recursos
disponíveis na Web que foram indexados da mesma forma. Isso permite que os
usuários possam obter mais informações sobre conteúdos existentes na Web
relativamente ao seu tema de interesse.
Quintarelli (2005) define folksonomia como uma nova abordagem emergente para
a classificação distribuída de recursos digitais. Da mesma forma, é vista
como uma abordagem para classificação por Hammond (2005). Aqui, os
autores afirmam que se trata de uma classificação não estruturada feita
pelos próprios usuários dos recursos digitais.
Segundo Valongueiro (2006), a folksonomia pode ser vista como um novo
paradigma de classificação, pois respeita as diferenças culturais e
características pessoais de quem utilizou e classificou determinada
informação. Ela possibilita que os próprios usuários da informação atribuam
os termos para a indexação colaborativa dos conteúdos como eles os vêem.
Em resumo, os autores citados interpretam o conceito de folksonomia não
apenas como uma lista de termos, conceitos, etiquetas, etc, mas sim, como
algo mais amplo como uma nova abordagem, ou uma metodologia, ou ainda um
sistema de classificação ou de gestão de etiquetas, ou até mesmo um novo
paradigma de classificação.
Outros conceitos relacionados a indexação dos recursos da Web
Conforme defendido anteriormente (ver Quadro 1), existem outros termos
importantes nesta área que estão relacionados com o conceito de folksonomia.
Hammond (2005) consideram que apesar de haver uma tendência em usar
os termos “classificação social ” ou “classificação distribuída”, pois
considera-se que estes termos representam mais adequadamente o fenômeno
desta nova abordagem de organização dos recursos da Web, o termo folksonomia
tem sido mais valorizado para representar o conceito.
Também Merholz (apud Mathes, 2004) não considera adequado o uso do
termo folksonomia, pois estaria erroneamente relacionado a taxonomias.
Prefere o termo etnoclassificação, isto é, classificação popular.
Há outros autores que preferem o termo bookmarking social, dando ênfase,
desta forma, ao aspecto colaborativo destas ferramentas com a palavra
“social”, conforme afirma Elaine Peterson (2006) em artigo publicado na
D-Lib Magazine. No entanto, as ferramentas de
bookmarking apresentam uma
característica importante nem sempre presente nas ferramentas que permitem a
construção de folksonomias: o fato de se estar a etiquetar um recurso
identificado por um determinado URL, URL esse que é marcado,
bookmarked.
Mas o que diferencia os diversos conceitos relativos à indexação
colaborativa dos recursos da Web?
Todos os termos analisados referem-se a etiquetagem de recursos da Web. No
entanto, dão ênfase a aspectos diferentes. Um grupo de termos reporta-se
diretamente a ação propriamente dita de atribuir etiquetas aos recursos da
Web: Etiquetagem e Classificação. Outro grupo de termos relaciona-se
diretamente a etiquetagem dos Marcadores (ou Favoritos): Bookmarking. Há
dois outros termos pouco utilizados que são os de Ontologias Sociais e
Taxonomia Dinâmica.
No quadro 2 a seguir, os diversos termos são apresentados separados pelos
contextos: Etiquetagem, Bookmarking, classificação, taxonomia ou ontologias.
Contexto Termos [18]
Contexto: Etiquetagem
Relativamente ao contexto Etiquetagem, podem encontrar-se na literatura os
seguintes termos: Tagging Systems, Social Tagging, Social Tagging Systems,
Collaborative Tagging e Collaborative Tagging Systems.Tagging é um termo bastante adotado nestes textos. Segundo
Winget (2006),
este tipo de ferramentas dá poder sem precedentes para os usuários que
podem moldar as informações com as quais eles interagem.
Marlow (2006) conceitua Tagging Systems como sistemas que habilitam
usuários para acrescentar palavras-chave nos recursos digitais da Web sem o
uso de vocabulários controlados.Social Tagging refere-se à prática de publicamente etiquetar ou categorizar
recursos num ambiente compartilhado (Trant, 2006); ou um tipo de indexação
aberta que se manifesta na Web (Tennis, 2006).Social Tagging Systems permitem que os usuários compartilhem suas etiquetas
de recursos particulares, além de que cada etiqueta serve como um link para
recursos adicionais que foram indexados por outros (Marlow, 2006).
Os Collaborative Tagging Systems são sistemas colaborativos de etiquetagem
que permitem, aos usuários, indexar os seus links, fotografias, referências
e outros recursos digitais com palavras-chave ou etiquetas (Voss, 2006); ou
então processo pelo qual os usuários adicionam metadados em forma de
palavras-chave ou etiquetas para compartilhar conteúdos (Golder e Huberman,
2006a).
Contexto: Classificação
Noutro contexto, o de Classificação, encontra-se social classification.
Social Classification, na definição de Spiteri (2006), é sinônimo de
folksonomia que, para o autor, são metadados criados pelos próprios usuários
da informação.Lin (2006) falam em social classification. No entanto, referem-se
também a social tagging como seu sinônimo e consideram que esta é uma nova
abordagem que está desafiando os esquemas tradicionais de classificação e de
indexação baseados em vocabulários controlados.
Bogers, Thoone e Bosch (2006), também usam o termo social classification
como sendo
um processo pelo qual uma comunidade de usuários categoriza seus recursos
naquela comunidade para o seu próprio uso.
Fazendo uma análise deste conceito, Feinberg (2006) afirma que a social classification é flexível e de natureza colaborativa, em contraste com as
estruturas tradicionais de classificação que são rígidas e autoritárias
segundo alguns autores (tais como Kroski, 2005;
Shirky, 2005c, Merholz,
2004).
Contexto: Bookmarking
Relativamente ao contexto Bookmarking, encontram-se as expressões: Social Bookmarking e Social Bookmarks Manager.
O termo está relacionado com Marcadores ou Favoritos. Hammond et al. (2005)
apresentam um interessante histórico dos Favoritos que começa com a própria
Web e seus links. A idéia de organizar e administrar os links,
sistematicamente, surgiu com o primeiro browser, o Mosaic [19], que
desenvolveu os HotLists, que tinham uma aparência de arquivos, em ordem de
diretórios e pastas, mas que permitiam que os links fossem facilmente
gravados e ficassem disponíveis para pronto acesso dentro do browser. Com o
Netscape surgem os Favoritos.
As atuais ferramentas de Bookmarking fazem exatamente isto, organizam os
marcadores para que fiquem facilmente acessíveis. No entanto, atualmente, o
conceito de Bookmarking começa a confundir-se com o de social bookmarking,
sendo o primeiro termo utilizado com alguma frequência para designar o
conceito associado ao segundo.
Os Marcadores (bookmarks) são definidos pela
Wikipedia (2007) como
apontadores – principalmente para URLs – incorporados na maioria dos
Web browsers. O principal objetivo dos marcadores é catalogar e aceder
facilmente a páginas web que o utilizador do web browser visitou ou planeja
visitar, sem ter que se lembrar do URL da página ou confiar noutros
programas de computador. Segundo Spiteri (2006), Bookmarking é um dos
métodos mais populares para armazenar informação relevante da Web para
acessá-la novamente e reutilizá-la.
A Wikipedia (2007) define
Social bookmarking como “um serviço baseado na web
para partilhar bookmarks da Internet”. No entanto, associados a estes
marcadores, geralmente encontram-se etiquetas, i.e., os URLs são etiquetados
socialmente. As ferramentas de Social Bookmarking têm, na sua maioria,
associado um serviço de Social Tagging .
Na definição apresentada por Campbell (2006) social bookmarking são
ferramentas que possibilitam que os usuários marquem suas páginas e atribuam
etiquetas para representar seus temas de interesse.
Social Bookmarks Manager é a denominação dada ao
Del.icio.us pelo seu
criador. Golder e Huberman (2006b) definem este serviço como um sistema
colaborativo para indexar os bookmarks da Web.
Schachter 2004 (citado por Mathes, 2006) apresenta este termo e afirma que
estas ferramentas permitem que os sites preferidos sejam adicionados numa
coleção de links que são categorizados por etiquetas e esta coleção de bookmarks poderá depois ser compartilhada não apenas do computador e
browser do usuário, mas também com outros na Web.
Contexto: Taxonomia e Ontologia
Outros autores referem-se ao conceito de etiquetagem de recursos da Web com
termos menos comuns. Estes estão relacionados aos contextos de taxonomia e
ontologia, que são outros conceitos que têm relação com a organização da
informação.
Joseph (2006) afirma que folksonomia é uma taxonomia dinâmica que representa
as categorias que usuários individuais empregam para organizar seus espaços
de informação. Mote (2006) considera que o termo folksonomia representa
social ontologies, ou seja, ontologias construídas de forma colaborativa, e
significa uma classificação consensual gerada pelos usuários dos recursos
digitais.
Síntese
Em síntese, após a análise dos termos extraídos dos textos que foram objeto
deste estudo, observa-se que existe um conjunto de conceitos que representam
a indexação dos recursos da Web que podem ser divididos em três grupos:
1) os que se referem diretamente a ação de etiquetagem dos recursos da Web (contextos de Etiquetagem e Classificação);
2) os termos que se referem especificamente a Etiquetagem dos Marcadores (contexto Bookmarking) e
3) os termos que fazem referência a outros conceitos: taxonomia e ontologia.
No entanto, pode afirmar-se que existe um termo que seja mais correto para
representar o conceito de indexação colaborativa dos recursos da Web?
Pelas definições apresentadas, pode-se inferir que todos representam a
etiquetagem de recursos da Web. Porém, há aqueles que não contêm palavras
que expressem claramente o cunho social ou colaborativo.
No Quadro 3, podem-se visualizar em destaque as palavras que representam o
conceito de “etiquetagem” na primeira coluna e de “social” na segunda
coluna. Analisando os conceitos, para verificar quais deles têm implícito o
cunho social para além de expressar a ação de indexação colaborativa dos
recursos da Web, verificaram-se sete termos que representam claramente estas
questões, são os termos que foram destacados na terceira coluna.
Serviços que adotam Folksonomia
Há diversos serviços que dispõem de folksonomias e que permitem a
etiquetagem dos recursos da Web. No Quadro 4, são listados os endereços
citados nos textos que foram objeto deste estudo. No entanto, é importante
destacar que estes não são os únicos.
Alguns, porém, merecem destaque e serão descritos para melhor entendimento
dos conceitos apresentados. Serão descritos três destes sites para
exemplificar folksonomia.
Del.icio.us
O primeiro, e mais citado, é o Del.icio.us
[20] denominado de Social Bookmarks Manager pelo seu fundador, Joshua Schachter. É um serviço que
permite que o usuário armazene e acesse os seus Marcadores (ou Favoritos) de
qualquer computador conectado na Internet, bem como possa ver marcadores
armazenados por outros usuários do sistema. Possibilita, desta forma, que um
usuário perceba os favoritos de toda a comunidade, bem como, verifique quais
outros usuários também indicaram o mesmo link como favorito. A organização
destes marcadores é feita a partir de etiquetas adicionadas, de forma livre,
pelo próprio usuário do recurso.
Na página inicial do site, são apresentados os links das páginas que foram
inseridas recentemente, e também as mais populares (ver Figura 1), com
indicações do número de pessoas que indexaram e com que etiquetas. É
possível saber quais as pessoas que indexaram estes links e acessar suas
coleções.
Figura 1: Página principal do Del.icio.us.
Na página “Your Favorites”, disponível para os usuários cadastrados,
podem-se gerir os links: incluir, excluir, editar; além de visualizar as
etiquetas adotadas. E, inclusive, acompanhar se outras pessoas armazenaram
estes mesmos links como seus favoritos e quais as etiquetas que utilizaram
.
Figura 2: Página “your favorites” do Del.icio.us.
Figura 3: Página inicial do Connotea.
O Connotea [21] é um sistema online de gerenciamento de referências bibliográficas para acadêmicos e pesquisadores, criado pela Nature Publishing Group [22] em 2004. É uma ferramenta que mescla as convenções para a gestão de referências bibliográficas e os novos conceitos de social bookmarking (Lund, 2005). Assim como o Del.icio.us e o Connotea permite que seus usuários registrem os marcadores.
No entanto, é específico, na sua implementação, para a organização de referências de documentos acadêmicos (artigos, papers, preprints, etc), pois, além de permitir o armazenamento, etiquetagem e acesso dos documentos de qualquer computador conectado na Internet, bem como o compartilhamento destes marcadores com outros usuários do sistema, apresenta algumas funcionalidades apropriadas para a gestão deste tipo específico de recursos.
Ao incluir no Connotea um URL, o sistema identifica automaticamente alguns
dados bibliográficos, tais como, título, volume, número e data da
publicação, e autores. É possível, depois, exportar as referências criadas
para bibtex ou
endnote. Outra funcionalidade bastante significativa para a
comunidade acadêmica é a possibilidade de comentar os artigos.
Na visualização da página “My Library”, são apresentadas as etiquetas
adotadas pelo usuário do serviço, bem como uma lista dos artigos indexados,
com informações referentes às pessoas que já indexaram o recurso e as
etiquetas utilizadas .
Figura 4: Página “my library” do Connotea.
Flickr
Um outro serviço, o Flickr [23], permite o compartilhamento de fotografias
pessoais. Neste sistema, o usuário armazena as suas fotos e indexa através
de etiquetas, e assim como nos demais serviços já referidos, as fotografias
ficam disponíveis para o usuário e toda a comunidade, em qualquer computador
conectado na Internet. Também há a opção de fazer comentários às fotos.
Figura 5: Página incial do Flickr.
É possível pesquisar as fotos através das etiquetas e, a partir destas
mesmas etiquetas, conhecer a coleção de outros usuários do Flickr.
Figura 6: Página “Your Photos” do Flickr.
Para além dos serviços apresentados, existem ainda outras aplicações das
folksonomias. Embora folksonomia tenha começado com sistemas para
organização de recursos digitais pessoais da Web, hoje já existem serviços
para etiquetagem de artigos e dissertações nas universidades (Peterson,
2006). Também já foram desenvolvidos projetos para outros tipos de coleções
como, por exemplo, museus (Smith, 2006; Trant, 2006).
Vantagens e desvantagens da folksonomia
A partir dos vários conceitos apresentados e analisando os textos examinados
nesta pesquisa, destacam-se algumas características que são apontadas na
literatura como vantagens e desvantagens no uso de Folksonomias.
Dentre as características que podem atribuir vantagens na adoção de
folksonomias, a mais importante talvez seja o cunho colaborativo/social da
Folksonomia. O próprio criador deste termo expressou esta característica ao
incluir o vocábulo para denominá-la folk (povo) no novo termo. Ou seja, há
uma forma de organizar os conteúdos dos recursos digitais da Web pelos seus
próprios usuários que compartilham com outros as suas etiquetas, que podem
ficar disponíveis para serem ou não adotadas na classificação de um mesmo
recurso por outros usuários
.
Outra vantagem é a possibilidade de formar, automaticamente, comunidades em
torno de assuntos de interesse na medida em que, ao utilizar serviços de
folksonomia, o usuário tem acesso aos outros usuários que têm os mesmos
interesses identificados através das etiquetas.
Uma outra característica que se destaca é a de que não há uma regra
preestabelecida de controle dos vocabulários. Esta característica pode ser
vista como uma vantagem na medida em que os usuários dos recursos expressam,
ao etiquetar estes conteúdos, a sua estrutura mental em relação àquela
informação: há uma liberdade de expressão que possibilita abarcar todas as
formas de ver um mesmo conteúdo, respeitando as diferenças culturais,
interpretativas, etc.
Sabe-se que a leitura (textual, imagética, etc) é diferente de indivíduo para indivíduo, pois depende de vários fatores, dentre eles os antecedentes intelectual e cultural de quem lê. E no caso da folksonomia, estas diferenças são respeitadas já que não há regras para expressão das etiquetas ao etiquetar um determinado conteúdo.
Há, ainda, a vantagem de todos os recursos etiquetados estarem disponíveis
na Web e, portanto, acessíveis de qualquer computador que esteja ligado à
Internet. Agora já é possível que os Marcadores possam ser armazenados, por
exemplo no Del.icio.us, e se tornem disponíveis de qualquer lugar, e não
apenas num computador específico. Outro exemplo é a possibilidade de criar
uma biblioteca de informação sobre artigos e/ou textos acadêmicos, por
exemplo, utilizando o Connotea, que também estarão acessíveis em qualquer
lugar, não sendo necessário copiar pastas de um computador para outro.
Enfim, fotos, vídeos sejam quais forem os documentos ou links
armazenados, ficam disponíveis na Web para seus usuários.
Como desvantagem, parece haver um consenso de que o maior problema é
justamente a falta de um controle do vocabulário, que é resultado da
característica de liberdade na classificação dos conteúdos. Então, a
característica de ausência de controle de vocabulários apresenta vantagens e
desvantagens de acordo com o ponto de vista.
A liberdade de atribuição de etiquetas faz com que haja pouca precisão [24]
na recuperação da informação num sistema que utiliza folksonomia, pois um
mesmo termo pode ter significados diversos para os vários usuários que
atribuíram as etiquetas. Para Feinberg (2006) termos comuns como
“java” e
“design” são atribuídos para centenas de milhares de recursos discrepantes,
tornando quase impossível uma consulta produtiva sem refinamento adicional.
Guy e Tonkin (2006) destacam que a maior falha da folksonomia está no fato
de os termos utilizados para etiquetar os conteúdos serem imprecisos.
São os usuários que atribuem as palavras-chave e, portanto, são freqüentemente ambíguas, muito personalizadas e inexatas. Por enquanto, há pouco ou nenhum controle de sinônimos ou homônimos, também não são impostas regras de indexação: são utilizados termos no singular ou plural, simples ou compostos, palavras sem sentido que não têm significado, exceto para um grupo específico de usuários. Tudo isso pode resultar num conjunto caótico de termos que poderá interferir no resultado da recuperação da informação.A falta de controle de vocabulário, ou seja, o não uso de instrumentos de terminologia tais como listas de cabeçalhos de assunto ou tesauros, e de regras gerais para a aplicação das palavras-chave, singular ou plural, termos simples ou compostos causam vários problemas que poderão afetar a recuperação da informação.
Relativamente aos aspectos semânticos e cognitivos da classificação,
Golder
e Huberman (2006a) dizem que os sistemas de etiquetagem têm que atacar
problemas que são inerentes ao processo de criação de relações semânticas
entre palavras. Os três principais destes problemas são: polissemia,
sinonímia e variação de nível básico.
A principal vantagem apontada pela literatura é o cunho colaborativo das
folksonomias, e a desvantagem está justamente na falta de controle de
vocabulários que é resultado de uma outra característica destes sistemas - a
liberdade de indexação dos conteúdos conforme as necessidades e do
entendimento do próprio usuário.Neste contexto, o grande desafio é desenvolver aplicações que mantenham o
cunho colaborativo ou social da folksonomia, mas que consigam atingir maior
qualidade na indexação.
Neste sentido, são necessários esforços para que seja possível diminuir os
problemas relativos à adição das etiquetas, sem que haja o controle de
vocabulários. Golder
e Huberman (2006) apontam para dois caminhos:
1) educar os usuários para que estes adicionem etiquetas “melhores”
2) melhorar os
sistemas para que estes trabalhem as etiquetas adicionadas. As autoras
propõem, ainda, uma outra solução: sugerir ao usuário (à moda do del.icio.us)
etiquetas provenientes de vocabulários controlados.
Considerações finais
A partir desta revisão de literatura, observou-se que o termo folksonomia
ainda está sendo discutido. No entanto, ganhou força suficiente para
representar as ferramentas de etiquetagem dos recursos da Web. Relativamente
aos termos apresentados neste estudo, observou-se que a maiorira deles
conseguem expressar o conceito de etiquetagem recursos Web.
Para além dos conceitos, foram indicados alguns serviços que possuem
aplicações de folksonomia. No entanto, os serviços indicados não foram
analisados para identificar as tecnologias adotadas, as formas de atribuição
de etiquetas e a possibilidade de relações entre os usuários.
Propõe-se então, um estudo que faça uma análise de vários serviços,
apontando onde cada um deles pode ser definido como “social”, ou, em que
ponto cada um deles permite o compartilhamento de recursos e etiquetas; que
são os aspectos que, supõe-se, determinam a diferença entre estes serviços e
outros da Web.
Foram apontadas algumas das vantagens e desvantagens destas aplicações.
Muitas delas giram em torno das questões do controle ou não dos
vocabulários, isto é, as etiquetas atribuídas pelos próprios usuários dos
recursos da Web são um ponto positivo destas aplicações devido à liberdade.
Porém, por outro lado, a liberdade na atribuição destas tem como resultado
um conjunto de palavras-chave que muitas vezes podem ser ambíguas, inexatas
e em conseqüência, afetar a precisão na recuperação da informação.
Neste ponto, sugere-se o desenvolvimento de pesquisas que possam averiguar a
qualidade na recuperação da informação através das etiquetas. Afinal em que
nível a falta de controle de vocabulários afeta os sistemas que usam
folksonomia? O que tem sido desenvolvido neste sentido? De que maneiras os
próprios sistemas, de uma forma automática, podem minimizar estes tipos de
problemas? É possível envolver os usuários para que eles próprios atribuam
etiquetas de melhor qualidade, ou seja, pode haver uma forma de
treinamento/conscientização dos indexadores (no caso os próprios usuários do
recurso) para que diminua a ocorrência de problemas semânticos e cognitivos
da indexação?
Finalizando, folksonomia é um conceito relativamente novo. Esta área exige
dos profissionais e acadêmicos envolvidos vários estudos que possam
descrever estes tipos de aplicações. O objetivo não é apenas conhecê-los
mas, inclusive, propor mudanças ou implementações novas que possam minimizar
os problemas aqui referidos, bem como outros que, entretanto, sejam
detectados.
Espera-se que este artigo possa contribuir para o entendimento do que é
folksonomia e os demais termos relacionados e também funcione como incentivo
para estudos futuros que possam contribuir para o desenvolvimento destas
aplicações.
Notas
[1] Oficialmente, chama-se Organização Europeia para
Investigação Nuclear; em inglês European Organization for Nuclear Research,
e em francês Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire. O acrônimo
CERN refere-se ao antigo nome em francês: Conseil Européen pour la Recherche
Nucléaire. (http://info.cern.ch/)
[2] Hipertexto: “o termo designa um processo de escrita/leitura não-linear e
não hierarquizada e que permite o acesso ilimitado a outros textos de forma
instantânea. Possibilita, ainda, que se realize uma trama, ou rede, de
acessos sem seguir, necessariamente, seqüências ou regras. [...] O termo
hipertexto, entretanto, tem sua origem nos anos sessenta, com Theodor H.
Nelson e seu projeto Xanadu”. (Fachinetto, 2005).
[3] Wikipedia : a enciclopédia livre. Disponível em: http://www.wikipedia.org.
[4] É importante notar que até ao aparecimento do termo Web2.0, nunca se
considerou que esta tivesse versões. O autor utiliza o termo Web1.0 para se
referir àquilo que ele considera uma versão anterior da Web. No entanto, o
termo não existia até ter aparecido o termo Web2.0 da sua autoria.
[5] Para mais informação, ver <http://en.wikipedia.org/wiki/Newsgroup e
http://en.wikipedia.org/wiki/NNTP>
[6] Open access (OA) significa o acesso online imediato, livre e irrestrito
a documentos acadêmicos digitais, principalmente artigos de periódicos
científicos revisados pelos pares. OA tornou-se possível com o advento da
Internet (Wiemann, 2007).
[7] http://scholar.google.com
[8] http://www.oaister.org
[9] http://dublincore.org/groups/social-tagging/
[10] Nos textos originais em inglês, Tags, que segundo Guy e Tonkin (2006)
numa simples definição seriam palavras-chave, categorias ou metadados.
[11] A indexação que é o “ato de identificar e descrever o conteúdo de um
documento com termos representativos de seus assuntos e que constituem uma
linguagem de indexação” (Associação Brasileira De Normas Técnicas, 1992) e
colaborativa para fazer referência ao método específico de indexação no qual
os usuários podem oferecer novos termos de indexação aos itens que consultam
(Lancaster, 2004).
[12] Linguagegm natural, segundo Lancaster (2004, p.250), é sinônimo de
discurso comum, isto é, a linguagem utilizada habitualmente na escrita e na
fala, e que é o contrário de ‘vocabulário controlado’”.
[13] Neste momento, está-se a efetuar um estudo preliminar liderado pela
Universidade do Minho sobre o tipo de etiquetas que os usuários utilizam.
[14] URL – Universal Resource Locator é o endereço de um ficheiro ou recurso
disponível em rede. (Carvalho, 2007).
[15] O del.icio.us, por exemplo, favorece a construção conjunta das
etiquetas. Aqui, quando um usuário selecciona um URL para bookmark, é-lhe
logo fornecido um conjunto de tags possíveis já criadas por outros usuários.
[16] Link refere-se as hiperligações dos hipertextos, ou simplesmente, um
apontador para uma outra fonte de informação a partir de um documento
hipertextual.
[17] Marcadores ou Favoritos do inglês Bookmarks ou Favorites ou Hotlist.
Definido como “conjunto de referências a páginas Web, a documentos electrónicos ou a partes deles, que são organizadas pelo cibernauta,
inclusivamente recorrendo a um conceito de pastas semelhante ao que é
utilizado na organização de ficheiros, e que lhe permite reencontrar
facilmente os dados julgados interessantes, quando de uma consulta
posterior. Nota: Os nomes ingleses dependem do programa de navegação
utilizado: por exemplo, ‘bookmarks’ é utilizado pelo Netscape Navigator,
‘favorites’ foi escolhido para o Internet Explorer, e ‘hotlist’ é do âmbito
do Mosaic” (Associação Para A Promoção E Desenvolvimento Da Sociedade Da
Informação).
[18] Nesta secção do artigo, optou-se por apresentar os termos no original
em inglês para contextualizar adequadamente as diferenças entre os diversos
conceitos.
[19] Mosaic é conhecido por muitos como o primeiro Navegador WWW e também
foi o primeiro navegador a rodar no Windows (ao invés do UNIX), o que abriu
a web para o público em geral. Foi desenvolvido no NCSA (National Center for
Supercomputing Application) com início em 1992, lançado em 1993 e retirado
em 27 de Janeiro de 1997, pois perdeu o espaço após o lnaçamento do Netscape
Navigator em 1994.
[20] http://de.icio.us
[21] http://www.connotea.org
[22]http://www.connotea.org
[23] http://www.flickr.com/
[24] A precisão, segundo Lancaster (1993) é: extensão com que os itens
recuperados durante uma busca numa base de dados são considerados relevantes
ou pertinentes. Uma busca que alcance uma precisão alta será aquela em que a
maioria dos itens recuperados, se não todos, forem considerados relevantes
ou pertinentes. O coeficiente de precisão – uma medida de extensão com que
se alcança a precisão – é o número de itens relevantes (pertinentes)
recuperados dividido pelo número total de itens recuperados. (apud Menezes,
Cunha, Heemann, 2004).
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Sobre as autoras / About the Authors:
Maria Elisabete Catarino
ecatarino@dsi.uminho.pt
Professora do Depto. de Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. Doutoranda em Tecnologias e Sistemas de Informação pelo Departamento de Sistemas de Informação da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (Portugal).
Ana Alice Baptista
Professora Auxiliar no Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho (Portugal), Doutora em Tecnologias e Sistemas de Informação.