Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/10464

TítuloLate holocene environmental change at the Quiaios-Tocha coastal plain
Autor(es)Danielsen, Randi
Orientador(es)Mateus, José Eduardo
Gomes, Pedro
Data15-Jan-2010
Resumo(s)This thesis concerns the palynological investigation of organic sediment series of coastal mire deposits along a transect of sites from the sea to the inland old dune fields, including lagoons, wetlands and lakes. The results have been integrated in an extended view of landscape evolution, taking into consideration many sources of information such as those from coastal geomorphology, sedimentology, malacology and finally from regional history. For the last millennia (Middle/Late Holocene) patterns of local and regional vegetation change, concerning the vascular plants and the wetland micro-communities (fungi/algae) have been described and partly dated, giving rise to a scheme of palaeohydrological evolution of the waterbodies in the context of palaeoecological evolution. This is primarily palaeovegetational and palaeohydrological in character, but has been used to give new insight into coastal evolution in general such as phases of aeolian activity and dune building, earlier coast line and related sea level. In addition aspects of human impact have been considered. The obtained data shows that during Prehistoric times the region was covered with a forest of pine (Pinus spp.) and oak (Quercus spp.). Some time between 4000 and 1600 years BP the region was progressively deforested and a semi-natural heathland developed dominated by species from the Ericaceae, probably maintained by cutting, burning and grazing. Later on this heathland and dune vegetation was degraded by an intense destabilisation and immigration of dunes and a subsequent desertification. This phenomenon was connected to the deteriorating climate during the Little Ice Age (LIA) and possibly a consequence of an increasing over-grazing towards modern times. This eventually led to reforestation efforts initiated in the vicinity c 300 years ago and locally on the coastal fringe to the west of the lakes, as late as between 1924 and 1940. Palaeolimnological implications of the palynological records of hygrophilous taxa and microcommunities of algae (and fungi), such as Pediastrum, gave new and interesting information about the history of the studied lakes. The record of local-scale vegetation patterns was utilized to reconstruct the evolution of the environment in and around the lakes. Initially the sites were wetland areas similar to the dune slacks and seasonal pools found in the region at present. Formation of the two investigated lakes, Lake Vela and Lake Braças as permanent open water lakes, occurred relatively synchronously between 1723 and 1866 AD in response to the same regional geo-hydrological and climatic forcing. Biotic and abiotic dissimilarities between the two lakes seem to have existed from the time of lake formation until today, with one of the lakes (Vela) being more alkaline and more eutrophic than the other. Contemporary knowledge of the ecological requirements of vascular plants and algae permits an attempt to elucidate these differences. The dissimilarities were probably caused by variations in water flux- direction and velocity and in agricultural intensity in the vicinity of the lakes. In this work an apparently close relation between lake formation and aeolian activity and accumulation of sand dunes at the western banks of the lakes, was found. The three generations of dunes identified for the region by geomorphologists, were observed as truncated dunes, parabolic dunes and transverse/oblique dunes. The last generation associated with an intense migration of sand until the western banks of the present lakes, is presumably closely linked to lake formation at the Vela/Braças sites. At the westernmost part of the littoral fringe lagoonal deposits were encountered. Analysis of these deposits suggest an end to the Flandrian transgression at a sea level similar to the present one c 5000 years BP at which time the coast line was c 1 km further inland compared to the actual situation. The following progradation of the coast line, that occurred c 4000 years ago, may have been related to the formation of a protective sand barrier giving rise to the establishment of brackish water lagoons to the east of the barrier.
Esta tese constrói-se em torno de investigação palinólogica de séries de sedimentos orgânicos de depósitos costeiros de origem palustre ao longo de um percurso linear desde o mar até aos campos de dunas interiores preservados em lagunas, pântanos e lagoas. Os resultados foram investigados numa visão mais alargada de evolução paisagística tendo em consideração outras fontes de informação como as que decorrem dos estudos de geomorfologia, sedimentologia e malacologia das formações costeiras e da história regional. Para os últimos milénios (Holocénico Médio/Recente), foram descritos padrões de mudança da vegetação local e regional envolvendo quer as plantas vasculares quer as micro-comunidades palustres de algas e fungos, que foram sumariamente datadas, resultando num esquema de evolução palaeoecológica para esta faixa costeira. Trata-se de um esquema primariamente palaeovegetacional e palaeo hidrológico mas que permite lançar luz sobre aspectos da evolução costeira em geral, como sejam a identificação de fases de actividade eólica, construção dunar, e evolução da linha da costa e do nível do mar. Por fim aspectos da humanização da paisagem foram ainda abordados. Os dados obtidos mostram que durante a Pré-história a região teria sido inicialmente ocupada por matas de pinheiro (Pinus spp.) e carvalho (Quercus spp.). Entre 4000 e 1600 anos BP, assistimos à progressiva desflorestação da região e ao desenvolvimento de uma vegetação seminatural arbustiva dominado por Ericáceas, provavelmente mantida por corte, fogo e pressão pastoril. Mais tarde assistimos à degradação desta paisagem de charnecas e matos pela intensa destabilização e imigração dunar e consequente desertificação. Este fenómeno esteve ligado à deterioração climática da Pequena Idade do Gelo (LIA) e possivelmente é uma consequência da acentuada sobre-pastagem durante a Época Moderna. Esta situação levou ao processo da reflorestação que começou na região há cerca de 300 anos e mais tarde entre 1924 e 1940, localmente em toda a faixa costeira a ocidente das lagoas. As implicações paleolimnológicas dos dados palinológicos relativos à vegetação higrofita e às micro-comunidades de algas (e fungos), como por exemplo de Pediastrum, forneceram informação nova e interessante sobre a história das lagoas estudadas. O registo dos padrões da vegetação à escala local permitiu evidenciar a evolução da estrutura da vegetação palustre no interior e margem das sistemas paludosos e a sua especificidade. Inicialmente os sítios consistiam em depressões húmidas de carácter intradunar podendo sazonalmente assumir o aspecto de charcos. A formação das duas lagoas investigadas, Lagoa da Vela e Lagoa das Braças, enquanto corpos de água livre permanente, ocorreu de forma relativamente sincronizada entre 1723 e 1866 AD como resposta à mesma força geo-hidrológica e climática regional. As diferenças bióticas e abióticas entre as duas lagoas parecem ter existido desde o tempo da sua formação até à actualidade, com uma das lagoas (Vela) a apresentar maior alcalinidade e eutrofização do que a outra. O conhecimento actual das preferências ecológicas das plantas vasculares e mais especificamente das algas, permite tentativamente elucidar as diferenças entre as duas lagoas. Estas diferenças foram causadas provavelmente por variações na direcção e velocidade do fluxo da água e pela intensidade da agricultura nas proximidades das suas margens. Neste trabalho foi encontrada uma aparente relação próxima entre a formação das lagoas e a actividade eólica e a acumulação das dunas de areia nos bancos ocidentais das lagoas. Das três gerações de dunas identificadas na região pelos geomorfologos, a saber – dunas truncadas, dunas parabólicas e dunas transversas/obliquas – a última geração que está associada a uma intensa migração de areias para junto das actuais lagoas, esteve muito provavelmente relacionada com a formação lacustre da Vela e Braças. Foram também encontrados depósitos lagunares entre 0 e 1 km da linha de costa actual. A análise destes depósitos sugere um limite final à transgressão Flandriana ao nível do mar semelhante ao presente há aproximadamente 5000 anos BP, altura em que a linha da costa estava aproximadamente a 1 km de distância para o interior comparativamente com a sua localização actual. A posterior progradação da linha da costa que aconteceu há cerca de 4000 anos, poderá estar relacionada com a formação de uma barreira protectora de areia e que deu origem a uma laguna salobra no lado oriental da barreira.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Ciências
URIhttps://hdl.handle.net/1822/10464
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento

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