Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/16248

TítuloA animação sociocultural, associativismo e educação
Autor(es)Ferreira, Fernando Ilídio
Palavras-chaveAnimação sociocultural
Associativismo
Educação
Data2011
EditoraIntervenção
Resumo(s)Neste capítulo abordo o tema da animação sociocultural na sua relação com o associativismo e a educação. A perspectiva que defendo passa mais pela problematização do que pela definição de conceitos, procurando contrariar a tendencial reificação de que têm sido alvo. Inicio o capítulo com uma breve abordagem sobre as profundas e rápidas mudanças que têm ocorrido no mundo, desde as décadas de 1960-70, reflectindo, de seguida, sobre o fenómeno associativo e a sua relação com a democracia, a liberdade, e a convivencialidade, inspirado em John Dewey, Paulo Freire e Ivan Illich. Prossigo com uma discussão de conceitos e perspectivas sobre a educação escolar e não escolar e a sua relação com a animação sociocultural e concluo com uma síntese em torno dos conceitos que compõem o título do capítulo: Animação Sociocultural, Associativismo e Educação. A ideia-chave em torno da qual desenvolvo esta síntese é a de “associativismo cidadão”. A utilização do qualificativo “cidadão” tem como objectivo questionar a ideia de que a cidadania é uma característica natural e inerente a todas as associações e a todas as suas práticas de intervenção na sociedade. A uma visão encantada e apologética do associativismo, que é frequentemente transmitida por representantes de associações e por representantes dos poderes políticos, nacionais e locais – que muitas vezes utilizam o elogio como estratégia de instrumentalização e domesticação das associações – defendo que é necessário contrapor uma visão crítica, que considere as potencialidades, os problemas e as dificuldades das associações e, sobretudo, o seu projecto concreto, as suas práticas quotidianas e o seu papel na sociedade. Frequentemente, o elogio das “virtudes cívicas” do associativismo é muitas vezes recebido com agrado pelas associações, vendo nele uma forma de reconhecimento, ignorando, todavia, que se trata de um discurso meramente retórico, cerimonial e circunstancial. Aliás, nos últimos anos, a utilização de expressões como “civismo”, “formação cívica” e “associativismo cívico”, em detrimento de outras, como “cidadania”, “educação democrática” e “associativismo cidadão”, é reveladora de uma metamorfose que está a operar-se na sociedade, em geral, e no mundo associativo, em particular. Ou seja, enquanto a perspectiva do “civismo” e da “civilidade” remete para o cumprimento das regras do “bom comportamento”, ditadas pelo sistema vigente, baseando-se numa lógica de obediência e de mera adaptação às características e às condições do mundo em que vivemos, a perspectiva da “cidadania” insere-se numa lógica de transformação da sociedade, que está hoje, mais do que nunca, a ser comandada por um modelo de capitalismo predatório, em termos sociais e ambientais. Defendo, por isso, uma cidadania rebelde e convivial, considerando que a educação e a animação sociocultural, na sua relação com o associativismo, assumem um papel crucial no sentido da promoção da democracia participativa e da justiça social.
TipoCapítulo de livro
URIhttps://hdl.handle.net/1822/16248
ISBN978-972-99851-9-5
Arbitragem científicayes
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:CIEC - Livros e Capítulos de Livros

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
artigo livro fronteiras animação3.pdf5,23 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID