Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/200

TítuloSubculturas organizacionais em ambiente académico na perspectiva da gestão da diversidade: o caso da Universidade do Minho
Autor(es)Barbosa, Íris
Orientador(es)Cardoso, Carlos José Cabral
Data2003
Resumo(s)As últimas três décadas têm sido pautadas por significativas mudanças na demografia da força de trabalho do mundo ocidental. Em resultado da globalização dos mercados e consequentes alterações dos estilos de vida e aumento da mobilidade das populações, assiste-se a um acréscimo, em termos de número, qualificações e influência, de uma força de trabalho tradicionalmente considerada minoritária. Na Europa, acontecimentos decisivos como a criação do Mercado Único Europeu e a desintegração do Bloco de Leste parecem ter reforçado esta tendência. Ora, a crescente diversidade da força de trabalho, visível em aspectos como a nacionalidade, a etnia, a opção religiosa ou a orientação sexual dos colaboradores, tem encontrado igualmente expressão nas instituições académicas. De facto, embora a criação de um mercado europeu de emprego de académicos se revele uma hipótese algo distante, apresenta-se cada vez mais frequente a colaboração com académicos de outras nacionalidades e origens culturais. Os próprios alunos têm demonstrado uma crescente mobilidade e emergido como fonte de diversidade nestes espaços. Parece, pois, razoável assumir que a questão da diversidade da força de trabalho despontará, mais cedo ou mais tarde, como um aspecto fundamental da gestão académica de cariz estratégico. Por outro lado, a cultura de uma organização, enquanto fenómeno colectivo que permite gerir ansiedades e clarificar expectativas referentes ao papel dos seus membros, poderá transparecer diferentes atitudes face à diversidade da força de trabalho, desde a sua recusa, negligência, aceitação ou apreço. Neste sentido, questiona-se se as organizações académicas portuguesas se apresentam, de facto, receptivas a uma força de trabalho cada vez menos homogénea, nomeadamente através de culturas organizacionais que promovam a aceitação e a valorização de talentos provenientes de pessoas com distintos backgrounds culturais. Com base nesta questão de partida, desenvolveu-se um estudo de caso numa instituição académica estatal, a Universidade do Minho, o qual, mediante a realização de 45 entrevistas, a académicos nacionais e estrangeiros, procurou avaliar em que estádio de gestão da diversidade se encontra esta organização e, mais especificamente, algumas das suas faculdades. As conclusões do estudo apontam para a existência de subculturas organizacionais em ambiente académico que, em aspectos pontuais, denunciam igualmente particularidades no modo como a diversidade é avaliada e gerida. De um modo geral, contudo, os resultados revelam uma academia progressivamente plural, dado o número crescente de pares de grupos de identidade minoritários que acolhe, embora o seu nível de integração, quer estrutural quer informal, se apresente notoriamente parcial. Em certa medida, prevalecem valores e práticas culturais que encorajam a conformidade e a adopção de comportamentos passivos, persistindo ideais de assimilação e mecanismos discriminatórios que colocam em causa a igualdade de oportunidades e que evidenciam a ausência de uma eficaz gestão da diversidade nesta academia. As últimas três décadas têm sido pautadas por significativas mudanças na demografia da força de trabalho do mundo ocidental. Em resultado da globalização dos mercados e consequentes alterações dos estilos de vida e aumento da mobilidade das populações, assiste-se a um acréscimo, em termos de número, qualificações e influência, de uma força de trabalho tradicionalmente considerada minoritária. Na Europa, acontecimentos decisivos como a criação do Mercado Único Europeu e a desintegração do Bloco de Leste parecem ter reforçado esta tendência. Ora, a crescente diversidade da força de trabalho, visível em aspectos como a nacionalidade, a etnia, a opção religiosa ou a orientação sexual dos colaboradores, tem encontrado igualmente expressão nas instituições académicas. De facto, embora a criação de um mercado europeu de emprego de académicos se revele uma hipótese algo distante, apresenta-se cada vez mais frequente a colaboração com académicos de outras nacionalidades e origens culturais. Os próprios alunos têm demonstrado uma crescente mobilidade e emergido como fonte de diversidade nestes espaços. Parece, pois, razoável assumir que a questão da diversidade da força de trabalho despontará, mais cedo ou mais tarde, como um aspecto fundamental da gestão académica de cariz estratégico. Por outro lado, a cultura de uma organização, enquanto fenómeno colectivo que permite gerir ansiedades e clarificar expectativas referentes ao papel dos seus membros, poderá transparecer diferentes atitudes face à diversidade da força de trabalho, desde a sua recusa, negligência, aceitação ou apreço. Neste sentido, questiona-se se as organizações académicas portuguesas se apresentam, de facto, receptivas a uma força de trabalho cada vez menos homogénea, nomeadamente através de culturas organizacionais que promovam a aceitação e a valorização de talentos provenientes de pessoas com distintos backgrounds culturais. Com base nesta questão de partida, desenvolveu-se um estudo de caso numa instituição académica estatal, a Universidade do Minho, o qual, mediante a realização de 45 entrevistas, a académicos nacionais e estrangeiros, procurou avaliar em que estádio de gestão da diversidade se encontra esta organização e, mais especificamente, algumas das suas faculdades. As conclusões do estudo apontam para a existência de subculturas organizacionais em ambiente académico que, em aspectos pontuais, denunciam igualmente particularidades no modo como a diversidade é avaliada e gerida. De um modo geral, contudo, os resultados revelam uma academia progressivamente plural, dado o número crescente de pares de grupos de identidade minoritários que acolhe, embora o seu nível de integração, quer estrutural quer informal, se apresente notoriamente parcial. Em certa medida, prevalecem valores e práticas culturais que encorajam a conformidade e a adopção de comportamentos passivos, persistindo ideais de assimilação e mecanismos discriminatórios que colocam em causa a igualdade de oportunidades e que evidenciam a ausência de uma eficaz gestão da diversidade nesta academia.
The Western world has witnessed significant changes in its workforce demography, particularly in the last three decades. One aspect of this transformation is the considerable increase, in terms of frequency, qualifications and influence, of social groups traditionally seen as minorities or disadvantaged groups. The so-called globalization process with the subsequent increase in workforce mobility and change in lifestyles has significantly contributed to this more diverse workforce. In Europe, fundamental events like the establishment of the Single Market and the breakup of the Eastern Bloc seem to have reinforced this trend. But this magnified workforce diversity, patent in workers' ethnic background, religious confession or sexual orientation, can also be found in academic institutions. In fact, while a single European job market for academics still seems a long way ahead, the number of student and staff exchanges and cross border recruitment is clearly rising. Thus, it's reasonable to assume that issues related to workforce diversity are becoming more relevant in the management of academic institutions. On the other hand, organizational culture, as a collective cement that helps members to manage anxieties and to clarify individuals' appropriate role, can promote different perspectives towards diversity: refusal, negligence, acceptance and appreciation. This study raise the question as to whether Portuguese academic institutions have organizational cultures that support diversity and that enable them to take advantage of talented people from different cultural backgrounds. To address this question, a case study was conducted in one particular Portuguese public university, the University of Minho. Forty-five interviews were conducted amongst both national and foreign academics. The main purpose of this study was to explore the views on diversity and the stage of diversity management this organization is in. It also tried to find out whether there were differences between schools. The study revealed the existence of academic subcultures that in some specific aspects also represent particularities in the way diversity is perceived and managed. But, generally speaking, the findings show an academic organization that is increasingly plural given the growing number of collaborators from minority identity groups, although the level of structural and informal integration is clearly limited. In some way, the cultural elements identified seem to reveal the persistence of assimilation ideals and discriminatory mechanisms that prevent real equal opportunities. In sum, this study reveals the lack of an effective diversity management in this institution.
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de Mestrado em Gestão de Recursos Humanos
URIhttps://hdl.handle.net/1822/200
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Dissertações de Mestrado
EEG - Dissertações de Mestrado

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
TESE.pdf837,77 kBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID