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TítuloDepressão materna na gravidez : efeitos no desenvolvimento fetal e neonatal
Autor(es)Guedes, Alexandra Patrícia Lopes Pacheco
Orientador(es)Figueiredo, Bárbara
Palavras-chaveBiometria
Feto
Depressão
Frequência cardíaca
Recém-nascido
Neurocomportamento
Preferência pela face/voz
Biometry
Foetus
Depression
Heart rate
Neonate
Neurobehaviour
Face/voice preference
Data18-Jul-2012
Resumo(s)Concetualização: A Psicopatologia do Desenvolvimento trouxe uma nova perspetiva na compreensão de como a depressão materna na gravidez pode contribuir para os resultados adversos no desenvolvimento fetal e neonatal. O estudo dos mecanismos subjacentes à transmissão do risco mãe-filho revelou a contribuição de variáveis fetais na explicação das diferenças individuais no desenvolvimento. Objetivos: 1) Estudar os efeitos da depressão materna na gravidez no desenvolvimento fetal e neonatal; 2) Analisar a depressão materna no parto como potencial mediador/moderador da relação entre depressão materna na gravidez e desenvolvimento neonatal; 3) Avaliar a resposta cardíaca fetal à administração de um paradigma de familiaridade-novidade com estímulos auditivos/discursivos; e, 4) Identificar potenciais mecanismos que permitam explicar a relação entre depressão materna na gravidez e desenvolvimento neonatal. Método: Uma amostra de 110 grávidas (no terceiro trimestre de gravidez) foi dividida em dois grupos de acordo com a sua cotação na Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS: 10, deprimidas; < 10, não-deprimidas). Entre a 33ª e a 37ª semana de gravidez, as participantes contaram uma curta história aos seus fetos, todos os dias. A frequência cardíaca fetal (FCF) foi avaliada à 37ª semana de gestação através de um cardiotocograma computorizado, enquanto uma gravação dos estímulos discursivos (história familiar e história nova) era apresentada próximo do abdómen materno. Medidas da FCF em resposta à estimulação e da biometria fetal foram recolhidas no terceiro trimestre de gestação. Nos primeiros 5 dias após o parto, os recém-nascidos foram avaliados através da Neonatal Behavioral Assessment Scale (NBAS) e do paradigma da ‘Preferencia e habituação pela face/voz da mãe/estranha’; as mães preencheram o EPDS. Resultados: Os fetos de grávidas deprimidas, apresentaram menor perímetro cefálico e abdominal, em comparação com os fetos de grávidas não deprimidas. Recém-nascidos de mães deprimidas, comparativamente com recémnascidos de mães não deprimidas na gravidez, revelaram piores resultados nas subescalas da NBAS (regulação do estado, mudança de estado e habituação); não mostraram preferência visual/auditória pela face/voz da mãe; necessitaram mais apresentações do estímulo face/voz da mãe até se habituarem; e apresentaram maior preferência visual/auditória pela face/voz da estranha após habituação. A depressão no parto não contribuiu para os efeitos da depressão materna na gravidez no desenvolvimento neonatal. Uma maior variabilidade da FCF foi observada durante a apresentação de estímulos discursivos (em oposição ao préteste), bem como na primeira apresentação do estímulo familiar (em oposição ao estímulo novo) e na terceira apresentação do estímulo novo (em oposição à primeira apresentação). Não se observaram diferenças significativas na linha de base da FCF. A variabilidade da FCF mediou a relação entre depressão materna na gravidez e o neurocomportamento do recém-nascido, explicando 11.7% da variância observada. Conclusão: A depressão materna na gravidez é uma condição de risco para o desenvolvimento neonatal, sendo que a sintomatologia depressiva materna nos primeiros dias após o parto não explica os resultados desenvolvimentais do recém-nascido. A variabilidade de FCF surge a explicar a relação entre depressão materna no terceiro trimestre de gestação e desenvolvimento neonatal. Com vista à redução do risco associado à depressão materna justifica-se a implementação de medidas preventivas de saúde materno-fetal, precocemente na gravidez.
Background: Developmental Psychopathology has brought new possibilities for understanding how maternal depression during pregnancy may contribute to adverse foetal and neonatal development. The study of the underlying mechanisms of motherto- child transmission of risk, have shown the contribution of foetal variables in the explanation of the following development. Aims: 1) To study the effect of mother’s depression during pregnancy on foetal and neonatal development; 2) To analyse mother’s depression at childbirth as a potential mecanism in the explanation of the relationship between mother’s depression during pregnancy and neonate development; 3) To evaluate the fetal cardiac response during the administration of a familiaritynovelty paradigm with auditory/discursive stimuli; and 4) To identify potential foetal mediators/moderators of the relationship between mother’s depression during pregnancy and neonatal development. Method: A sample of 110 pregnant women (at the third trimester of pregnancy) was divided in 2 groups according to their scores on the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS: 10, depressed; < 10, nondepressed). Between the 33rd and the 37th week of gestation, mothers recited a short nursery rhyme to their fetuses every day. Fetal heart rate (FHR) was assessed at 37 weeks gestation by computerised cardiotocography, while pre-recorded speech stimuli (familiar and novel nursery rhymes) were presented using a loudspeaker held above the maternal abdomen. Measures of FHR in response to stimuli and foetal biometry were collected at the third pregnancy trimester. In the first 5 days after birth, neonatal performance on the Neonatal Behavioral Assessment Scale (NBAS) and in the ‘Preference and habituation to the mother’s face/voice versus stranger’ paradigm was assessed; each mother filled out an EPDS. Results: The foetuses of depressed pregnant women, had an inferior head and abdomen circumference growth, compared to foetuses of non-depressed pregnant women. Neonates of depressed mothers, compared to neonates of non-depressed mothers, achieved lower scores on the NBAS scales (regulation of state, range of state, and habituation); did not show a visual/auditory preference for the mother’s face/voice; required more trials to become habituated; and showed a higher visual/auditory preference for the stranger’s face/voice after habituation. Depression at childbirth does not contribute to the effect of antenatal depression on neonatal development. A significantly higher FHR variability was observed during stimuli presentation (in opposition to pretest), as well as during the first presentation of the familiar stimulus (in opposition to the novel stimulus), and in the third presentation of the novel stimulus (in opposition to its first presentation). No significant changes were observed in baseline FHR. FHR variability mediates the relationship between mother’s depression during pregnancy and neonate neurobehaviour, explaining 11.7% of the variance observed. Conclusion: Mother’s depression during pregnancy is a risk condition for neonates’ development. Depression at the first days after childbirth does not contribute to neonates’ developmental outcomes. FHR variability explaine the relation between mother’s depression at the third pregnancy trimester and neonatal development. In order to reduce the risk associated with maternal depression, the implementation of preventive maternal-fetal health measures, early in pregnancy, is needed.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Psicologia, (área de especialização em Psicologia Clínica)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/21008
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIPsi - Teses de Doutoramento

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Alexandra Patrícia Lopes Pacheco Guedes.pdf
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