Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/24427

TítuloPsychopathology, physical complaints and risk behaviours among youths who were victims of documented childhood maltreatment, and youths without identification: from methodological issues to research data
Autor(es)Pinto, Ricardo
Orientador(es)Maia, Ângela
Data21-Mar-2013
Resumo(s)Background: The literature suggests that adverse experiences in childhood are related to a higher likelihood of developing psychopathology and disease in adolescence and adulthood. Despite this evidence, some researchers pointed out the methodological limitations related to retrospective self-reports of childhood maltreatment, in particular the validity and reliability of those reports. The question arises as most empirical evidence is obtained through cross-sectional designs, where data are collected by self-report measures in adulthood. Another concern in the research field is the assumption that the health status at the time of the evaluation may affect the stability of self-reports. Researchers usually focuses on a small number of single forms of maltreatment (e.g., sexual or physical abuse) instead of consider the several adverse experiences that may co-occur in a household. Little attention has been given to the later functioning of children identified during childhood by Child Protection Services (CPS), with researchers failing in consider the different CPS interventions that children are targeted during childhood. Objectives: The objective of this dissertation was to explore two main issues in the study of the impact of childhood maltreatment: Methodological questions related to validity and reliability of retrospective measures of self-report and current functioning of youths identified as maltreated during childhood. The study intended to examine the best predictors of psychopathology comparing two different sources of information: self-reports and official data. An additional aim was to compare the current functioning of youths who had received one of two different protective interventions during childhood (home vs. institutionalization). Method: This study was conducted with 136 youths identified by CPS during childhood. The sample also included a comparison group of 80 youths without CPS status, for the purposes of comparative analyses They fulfilled a self-report instrument on childhood adversity and questionnaires that measured global psychopathology, health complains and health risk behaviors. A grid was used to entry the maltreatment history from official records in order to compare this information with retrospective self-report of childhood maltreatment. We assessed the reliability of self-reports of a portion of the total sample by comparing data from a six-month interval. Psychological and physical symptoms were included to evaluate their relation to the reports. In order to test predictors of psychopathology, health complaints and health risk behaviors, two sources of information were considered: self-reports and official data. Results: The retrospective self-reports showed high percentages of false negative responses. Several experiences that were self-reported were not recognized in childhood. We found good reliability values across all categories of adverse experiences using the ACE Questionnaire, independent of health status at the time of report. The current functioning of the identified youths is similar to youths not identified. These youths are also similar when considering the different interventions they were targeted in childhood. Attending to specific risk behaviors, the results showed associations to different interventions, including those who did not receive intervention. Additional data suggest that measures of retrospective self-report are strongly associated to psychopathology, but the same was not true for official data. The total of adversities was a predictor of global psychopathology, with sexual abuse being independently associated to depressive symptoms. Girls were associated to more adversities and were at higher risk of developing psychopathology. Conclusions: The retrospective self-reports of childhood adversities have high percentages of false negative responses among young samples, and should be used with caution, especially when used as a single measure for comparing groups. It is important to have in mind that the CPS evaluation may fail to document several adverse experiences, especially those that are more difficult to measure (emotional abuse), and easier to hide from external observers (sexual abuse). It is possible that the maltreatment occurred after the CPS intervention, but in this case the CPS failed to protect the children and young individuals from later re-victimisation. The retrospective self-reports of childhood adversity have good reliability values across all categories of adverse experiences using the ACE Questionnaire. The results suggest that self-reports are independent from health status at the time of report. Data imply that youths identified during childhood are similar to other youths from the same socio-economic and geographical background without CPS identification in terms of health outcomes. The CPS intervention following identification seems to be effective. However, some concerns are discussed and further studies are needed as some issues remain uncertain.
Introdução: A literatura sugere que as experiências adversas na infância estão relacionados com uma maior probabilidade de desenvolver psicopatologia e doenças na adolescência e na idade adulta. Apesar desta evidência, alguns investigadores apontam limitações metodológicas relacionadas com autorrelatos retrospetivos de maus tratos ocorridos infância, em particular a validade e fidelidade dos relatos. A questão surge porque a maior parte das evidências é obtida através de estudos transversais, em que os dados são recolhidos por meio de autorrelato na idade adulta. Outra preocupação nesta área de investigação é a hipótese de o estado de saúde no momento da avaliação poder afetar a estabilidade temporal dos autorrelatos. Os investigadores têm concentrado a atenção em formas específicas de maltrato (e.g., abuso sexual ou físico) em vez de considerar as diversas experiências adversas que podem coocorrer e dado pouca atenção ao posterior estado de saúde de crianças identificadas na infância pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), não considerando as diferentes medidas de proteção de que as crianças são alvo durante a infância. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi explorar duas questões centrais no estudo do impacto dos maus tratos na infância: questões metodológicas relacionadas com a "validade" e fidelidade das medidas retrospetivas de autorrelato e o estado de saúde atual de jovens sinalizados por maltrato na infância. Um dos objetivos foi analisar quais os melhores preditores de psicopatologia comparando duas fontes de informação: autorrelatos e dados oficiais. Um objetivo adicional foi comparar o funcionamento de jovens que receberam diferentes medidas de proteção (casa vs. institucionalização). Método: Este estudo foi realizado com 136 jovens sinalizados na infância pelas CPCJ. A amostra incluiu também um grupo de comparação de 80 jovens sem sinalização durante a infância para efeitos de comparação de análises. Os participantes preencheram um questionário sobre a adversidade na infância e questionários de psicopatologia global, queixas físicas de saúde e comportamentos de risco. Foi usada uma grelha para a recolha de informação dos processos das CPCJ, de modo a comparar estes processos com os autorrelatos retrospetivos de maus-tratos na infância. Avaliamos a fidelidade dos autorrelatos de uma parte da amostra, comparando os relatos com um intervalo de seis meses. Foram incluídos sintomas físicos e psicológicos para testar a relação com a estabilidade dos relatos. Para testar os preditores de psicopatologia, queixas físicas e comportamentos de risco, foram consideradas as duas fontes de informação: autorrelatos e processos. Resultados: Os autorrelatos retrospetivos revelaram elevadas percentagens de falsos negativos. Várias experiências relatadas pelos jovens não foram registadas nos processos das CPCJ. Foram obtidos elevados valores de estabilidade temporal nas categorias de experiências adversas, independentemente do estado de saúde no momento do relato. Em relação ao estado de saúde atual dos jovens sinalizados, verificou-se que é semelhante aos jovens não sinalizados. Não há diferenças quando se considera os índices globais de saúde nos grupos que receberam diferentes intervenções na infância. Com respeito a comportamentos de risco específicos, os resultados mostraram associações a diferentes intervenções. Os resultados sugerem ainda que os autorrelatos retrospetivos estão fortemente associados à psicopatologia, mas o mesmo não aconteceu para os processos oficiais. O total de adversidade foi um preditor de psicopatologia global, em que apenas o abuso sexual foi independentemente associado a sintomas depressivos. O sexo feminino foi associado a maior exposição de adversidades e maior risco de desenvolvimento de psicopatologia. Conclusões: Os relatos retrospetivos de adversidades na infância têm altas percentagens de falsos negativos entre amostras de jovens, e devem ser usados com precaução, especialmente quando usados como única medida para a comparação de grupos. É importante considerar que a avaliação das CPCJ pode falhar em identificar várias experiências adversas, especialmente aquelas que são mais difíceis de avaliar (abuso emocional), e mais facilmente escondidas de observadores externos (abuso sexual). É possível que as experiências adversas tenham ocorrido após a sinalização da CPCJ, mas neste caso não se conseguiu proteger as crianças e jovens de revitimização. Os autorrelatos retrospetivos de adversidade na infância tiveram boa estabilidade temporal em todas as categorias de experiências adversas com o questionário utilizado. Os resultados sugerem que os autorrelatos são independentes do estado de saúde no momento do relato. Os jovens sinalizados durante a infância são semelhantes em termos de saúde atual aos jovens não sinalizados do mesmo meio socioeconómico e geográfico, sugerindo que a intervenção após sinalização na infância foi eficaz. São discutidas algumas preocupações, e sugeridos alguns estudos, uma vez que os resultados obtidos deixam algumas questões por responder.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Psicologia (ramo de conhecimento em Psicologia da Saúde)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/24427
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIPsi - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
Ricardo José Martins Pinto.pdf
Acesso restrito!
2,59 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID