A reorganização da caridade em Portugal em contexto Europeu (1490-1600)

Abstract

Pretende-se inserir o estudo da reorganização da caridade em Portugal no século XVI no panorama europeu contemporâneo demonstrando a especificidade do caso português à luz da acção régia na normalização das instituições de caridade nos seus territórios. A evolução dos hospitais, independente da escalada das Misericórdias em termos numéricos e funcionais, funde-se com estas a partir do Conselho de Trento, que se possibilita a convergência de dois processos evolutivos inicialmente autónomos. A singular uniformidade institucional portuguesa é analisada em função da exixtência de uma cultura da caridade radicada na Casa Real e que se assume alargada a grande parte da população. Essa cultura retirava das obras de misericórdia o vocabulário da caridade e baseava-se na apologia da esmola entendida como uma forma de libertar a alma da sua prisão.