Os hospitais portugueses entre a assistência medieval e a intensificação dos cuidados médicos no período moderno

Abstract

Os hospitais quinhentistas portugueses de patrocínio régio procuraram desenvolver a complementaridade entre os cuidados da alma e do corpo. Dedicados essencialmente ao tratamento de pobres, é patente uma preocupação com a salvação das almas de patronos e doentes, a par de uma intensificação dos cuidados médicos então praticados. Ao contrário da ideia corrente de que tratavam sobretudo doentes em estado terminal, é nítida a preocupação em evitar o ingresso de doentes incuráveis e em separar a hospitalidade a mendigos e peregrinos dos tratamentos médicos. Nessa medida, e no campo restrito dos regulamentos, estavam em sintonia com os hospitais «modernos» do século XVI.