Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/43322

TítuloArquitetura vernácula portuguesa: lições de sustentabilidade para a arquitetura contemporânea
Autor(es)Fernandes, Jorge Emanuel Pereira
Mateus, Ricardo
Bragança, L.
Palavras-chaveArquitectura
Bioclimática
Popular
Sustentabilidade
Vernacular
Data2016
EditoraMunicípio de Arcos de Valdevez
CitaçãoFernandes J. E. P., Mateus R., Bragança L. ARQUITETURA VERNÁCULA PORTUGUESA: LIÇÕES DE SUSTENTABILIDADE PARA A ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA, 1ST INTERNATIONAL COLLOQUIUM OF POPULAR ARCHITECTURE, pp. 773-789, 978-972-9136-78-8, 2013
Resumo(s)A arquitectura popular materializa de forma particular uma pluralidade de condicionalismos — climáticos, geológicos, económicos e culturais — dos locais onde se insere, o que se reflete regionalmente em modos de construir ímpares e díspares entre si. Em comum têm o facto de serem evoluções parcimoniosas, aprimoradas empiricamente ao longo de gerações. Na sua longa evolução, e inseridas num contexto de escassez, foram desenvolvidas estratégias pragmáticas de adaptação ao meio envolvente e de profunda racionalização dos recursos disponíveis. Nada era preferido, preterido ou ignorado porque as comunidades tinham a noção, por via empírica, que o seu bem-estar dependia intrinsecamente do equilíbrio com o meio envolvente. A industrialização e o surgimento de novos materiais, padronizados, vieram homogeneizar os modos de construir e impulsionaram a disseminação de uma arquitectura de cariz universal, desarraigada do seu meio, muito dependente de energia e com um significativo consumo de recursos. Este paradigma contribuiu para o abandono das abordagens arquitetónicas vernaculares, e do conhecimento a si inerente, impulsionado por conotações pejorativas que as relacionavam com subdesenvolvimento, tanto ao nível dos materiais usados como no modo de habitar. Num momento de viragem, em que se procuram formas de energia mais limpas e edifícios mais eficientes, a arquitetura vernacular afirma-se cada vez mais como sendo um elemento-chave para o reatar da discussão sobre a identidade e a pertinência de se voltar a uma construção intrínseca ao lugar. As estratégias de adaptação ao meio envolvente presentes nestas construções, caracterizadas pela simplicidade, funcionamento passivo e baixo impacte ambiental, são particularmente relevantes para os desafios que a construção contemporânea enfrenta. Nesse sentido, é pertinente voltar a estudar as construções vernaculares no intuito de desenvolver e adaptar as suas estratégias aos contextos atuais da construção, contribuindo para a sua sustentabilidade. O estudo e valorização do património vernacular, e do conhecimento a si inerente, contribuirá não só a sua preservação mas também para a dinamização das economias locais. Um projeto de construção só pode ser considerado como sustentável quando todas as diferentes dimensões da sustentabilidade — ambiental, económica, social e cultural — são consideradas. Nos projetos de construção que integram estas preocupações, os objetivos mais frequentes são: a otimização do potencial do local, a preservação da identidade cultural e regional, a minimização do consumo de energia, conservação e proteção dos recursos hídricos, uso de materiais e produtos ecológicos, ambiente interior saudável e confortável, e práticas otimizadas de operação e manutenção. Assim, para conceber edifícios que sejam sustentáveis durante todo o seu ciclo de vida é necessário que o setor da construção desenvolva não só novos produtos mais sustentáveis, mas que procure também definir uma linguagem comum que una os diversos intervenientes do setor no objetivo da construção sustentável. Por estes motivos, o conhecimento inerente às construções vernáculas continua a suscitar interesse a nível internacional, surgindo atualmente associado à consciência da necessidade de uma construção sustentável. O caso de Portugal não é exceção. Pela diversidade do território continental e insular, o país é profuso na manifestação de diferentes construções vernáculas. Da interpretação dos diversos exemplos contidos nos inquéritos à arquitetura popular em Portugal, segundo o ponto de vista da sustentabilidade, emerge uma grande variedade de estratégias adotadas nestas construções, tanto à escala nacional como regional. Dos princípios de sustentabilidade identificados destacam-se: a gestão do território e uso do solo; organização social; estratégias passivas de climatização; uso de materiais e técnicas locais; utilização de recursos renováveis; recolha e aproveitamento de águas pluviais. A multiplicidade de tipos de construção e de estratégias mostra que não há soluções universais e que cada caso deve ser encarado de acordo com as suas particularidades específicas, revelando a importância de interpretar holisticamente as condições locais antes de intervir no território. Por estes motivos, os princípios de sustentabilidade seguidos na arquitetura vernacular em Portugal possuem potencial de integração na arquitetura contemporânea, tanto na conceção de novos edifícios como em operações de reabilitação, contribuindo para a construção sustentável.
TipoArtigo em ata de conferência
DescriçãoPublicado em "Actas do Colóquio Internacional Arquitectura Popular". ISBN 978-972-9136-78-8
URIhttps://hdl.handle.net/1822/43322
ISBN978-972-9136-78-8
Arbitragem científicayes
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:C-TAC - Comunicações a Conferências Internacionais

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