Homens vítimas de violência na intimidade: perceções dos profissionais de saúde

Abstract

A violência na intimidade afeta mulheres e homens, sendo que alguns destes recorrem aos serviços de saúde na tentativa de receber apoio face às suas necessidades. Este estudo, transversal e quantitativo, acedeu às perceções de 104 profissionais de saúde sobre a violência na intimidade contra os homens, através de um questionário online. Apesar dos resultados revelarem algumas perceções desajustadas em alguns aspetos como, por exemplo, ao nível das caraterísticas do homem vítima, os profissionais de saúde apresentam perceções ajustadas face a este fenómeno, em termos gerais. Aqueles que contactaram com casos de violência na intimidade e os que contactaram especificamente com homens vítimas apresentaram perceções mais ajustadas em duas subescalas. Apesar dos participantes mais novos apresentarem perceções mais ajustadas em duas subescalas, os mais velhos apresentaram perceções mais ajustadas sobre esta temática, na generalidade. Relativamente às habilitações académicas, os profissionais com Doutoramento apresentaram menos perceções ajustadas numa subescala comparativamente aos participantes com Licenciatura e Mestrado, tendo este último grupo apresentado mais perceções ajustadas do que os restantes em duas subescalas. Seria pertinente promover formações específicas nesta temática de forma a colmatar algumas lacunas observadas nos resultados obtidos.

Intimate partner violence affects women and men, and some of them reach the health care services to get appropriate support. This cross-sectional and quantitative study assessed the perceptions of 104 health professionals on intimate partner violence against men through an online questionnaire. Although results demonstrated some less adjusted perceptions on some aspects related, for example, to men victims’ characteristics, health professionals show adjusted perceptions on this phenomenon, in general. Participants who had been in contact with victims of intimate partner violence and participants who had been in contact with men victims specifically showed more adjusted perceptions on two subscales. Although younger participants showed more adjusted perceptions on two subscales, older participants showed more adjusted perceptions on this thematic, in general. Concerning academic qualifications, professionals with PhD showed less adjusted perceptions on one subscale comparatively to participants with Graduation and Master Degree, and the latter group showed more adjusted perceptions than the others on two subscales. It would be relevant to promote specific training on this thematic in order to close some gaps observed in our results.