Mutações da televisão: grelha de imposição vs grelha de sugestão

Abstract

Este projeto relata todas as tarefas desenvolvidas ao longo dos seis meses de estágio curricular na SIC e ambiciona também dar resposta a uma série de dúvidas, no âmbito da programação televisiva, que foram surgindo ao longo do período de estágio enquanto assistente de produção dos canais temáticos da SIC. Para além disso, visa analisar o reflexo que as práticas de consumo dos telespectadores, com recurso às novas funcionalidades tecnológicas, que os operadores de distribuição televisiva oferecem, têm nas audiências e na forma como a televisão é consumida e planeada. Esta dúvida associa-se a outra que tem que ver com o facto do telespectador ser capaz de ter uma maior autonomia na interação e gestão da sua própria grelha, não se limitando ao que está predefinido para as massas ou mais especificamente para um grupo seleto das audiências globais, como é o caso dos públicos-alvo dos canais temáticos. Esta área de investigação carece de maior profundidade científica, pelo que o desafio de procurar compreender melhor e contribuir para uma discussão deste tema serve como incentivo primordial para a concretização deste projeto. Assim sendo, o modus operandi delineado para este trabalho adota uma estratégia que consiga não só analisar dados factuais daquilo que são as audiências dos canais temáticos mas que também seja capaz de problematizar sobre o caminho futuro da relação entre o telespectador e a Televisão, com base neste contexto paradigmático em que o telespectador é ator de uma hipertelevisão.

This project reports all the tasks developed during the six months of the SIC’s internship and also aims to answer a series of doubts in the television programming that emerged during the internship period as production assistant of the thematic channels of SIC. In addition, it aims to analyze the reflection that viewers' consumption practices, using the new technological features that television distribution operators offer, have in audiences and in the way television is consumed and planned. This doubt is associated with another that has to do with the viewer being able to have a greater autonomy in the interaction and management of his own grid, not limited to what is predefined for the masses or more specifically for a select group of audiences, as well as what happens with the target of the thematic channels. This area of research lacks greater scientific depth, so the challenge of seeking to understand better and contribute to a discussion of this theme serves as a primary incentive for the realization of this project. Thus, the modus operandi outlined for this work adopts a strategy that will not only analyze factual data of what the audience of the thematic channels is but also be able to problematize on the future path of the relation between the viewer and the television, based in this paradigmatic context in which the viewer is the actor of a hypertelevision.