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TítuloVozes de diálogo, de dissensão e de transformação: as irmãs Brontë como poetas duzentos anos depois
Autor(es)Guimarães, Paula Alexandra
Palavras-chaveBrontës
Diálogo
Bicentenário
Poesia
Transformação
Dissensão
Data2020
EditoraBiblioteca Nacional de Portugal (BNP)
Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL)
CitaçãoGuimarães, Paula Alexandra. (2020). Vozes de Diálogo, de Dissensão e de Transformação: As Irmãs Brontë como Poetas Duzentos Anos Depois. In Rogério Puga (org.), Repensar a Vida e a Obra das Irmãs Brontë no Bicentenário do seu Nascimento. Lisboa: BNP e UNL- FCSH. (PRELO)
Resumo(s)O título da minha palestra – «Vozes de Diálogo, de Dissensão e de Transformação» – procura ilustrar esse poder invulgar de comunicação e de transformação que a arte das Brontë possui . Isto porque, na verdade, cada uma das irmãs exibe um grande número e variedade de ‘vozes’ na sua escrita e, em particular, na poesia memorável que nos deixaram – parte da qual (não o esqueçamos) foi, apesar de tudo, concebida colaborativamente e num ambiente de grande cumplicidade criativa. Como devemos ou podemos nós, quase duzentos anos depois, avaliar a importância relativa desta obra, por comparação quer com o restante corpus das autoras quer com a obra poética das suas contemporâneas? Mas, de entre esses temas, sobressaem dois que são talvez únicos: a inebriante celebração da natureza agreste em torno de Haworth e os próprios poderes da imaginação por elas entusiasticamente partilhados. Por outro lado ainda, a frequente, embora talvez inesperada, adoção de uma voz poética dramatizada por parte das Irmãs deve ser igualmente compreendida e estudada, a técnica de uma lírica dramática. As Irmãs estariam, assim, entre as primeiras autoras modernas a perceber que o sujeito poético não é autónomo, uno ou sequer estável, mas o resultado impermanente e fragmentado de várias forças sociais e históricas. Tal como a obra de outras mulheres poetas do seu período (incluindo Webster), muitos monólogos de Charlotte (escritos entre 1829 e 1839) sugerem-nos a presença de um sujeito feminino fraturado ou fragmentado, o qual é produzido pela opressiva ideologia de género vitoriana. O discurso poético interligado de Emily e Anne Brontë mostra-nos que é somente através de um diálogo sustentado e contínuo, tanto a partir de fora como de dentro do sujeito, que esta multiplicidade de vozes pode ser ouvida. Quer os poemas pessoais quer os pertencentes à ficção de Gondal sugerem que cada irmã manteve uma complexa relação dialógica com a sua educação religiosa e social, uma com a outra e com a sua própria criatividade pessoal. É através de um diálogo ao mesmo tempo exteriorizado e interiorizado que elas mobilizam e confrontam as vozes discordantes e as constantes restrições que lhes são impostas, enquanto forçam o reconhecimento dialógico do ‘outro’ que é silenciado e marginalizado.
TipoCapítulo de livro
URIhttps://hdl.handle.net/1822/62887
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:CEHUM - Livros e Capítulos de Livros

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