Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/70175

TítuloGente pasmada: febres contagiosas, apegadiças e sumárias na Braga Moderna
Autor(es)Araújo, Maria Marta Lobo de
Data27-Nov-2020
EditoraUMinho Editora
CitaçãoAraújo, M. M. L. (2020). Gente pasmada: febres contagiosas, apegadiças e sumárias na Braga Moderna. In Martins, M., Rodrigues, E., A Universidade do Minho em tempos de pandemia: Tomo I: Reflexões. UMinho Editora. DOI: https://doi.org/10.21814/uminho.ed.23.9
Resumo(s)[Excerto] As preocupações que hoje manifestamos com a saúde não são novas, embora se encontrem vestidas de outras roupagens. Na Idade Moderna, em tempo normal, manifestavam-se igualmente desejos de preservar a saúde, quer em termos teóricos, quer em termos práticos. Em alguns livros de viagem, mas também na correspondência particular são evidenciadas essas preocupações, pois era grande o medo da doença e ainda maior o da morte. Também alguns tratados sobre saúde refletem sobre estas questões, constituindo o manual do médico Fernão Solis da Fonseca (1626), intitulado O Regimento para conservar a saúde e vida, um dos primeiros em Portugal que contem recomendações para prevenir as doenças. No século XVIII, publicam-se alguns outros, contendo conselhos para a conservação da saúde das populações e as modalidades de curar achaques e moléstias. Destaca-se o nome de Francisco da Fonseca Henriques na publicação de várias obras e também António Ribeiro Sanches que, na sua obra Tra-tado da Conservação da saúde dos povos, publicada em 1756, sublinha os cuidados a ter com o corpo tendentes à manutenção da saúde. A saúde e a sua preservação ganharam importância no pensamento iluminista de setecentos, por serem entendidas como um dos pilares de prosperidade das sociedades (Abreu, 2010, p. 226). Simultaneamente, vários médicos e cirurgiões que escreveram sobre estas matérias utilizaram a língua vernácula e não o latim para tornar pública a sua mensagem a um maior número de pessoas (Abreu, 2019, p. 184-185). Todos os que podiam procuravam levar uma vida saudável. Usufruir de bons ares, agasalhar-se do frio, descansar, evitar correntes de ar, entre outras, constituíam medidas preventivas de preservação da saúde, ao mesmo tempo que materializavam o temor que se tinha da doença. Este era tanto maior, quanto se sabia das dificuldades da medicina e da incapacidade de muitos acederem aos cuidados de saúde. Por outro lado, conhecia-se uma esperança média de vida muito baixa. Os serviços de saúde disponibilizados eram muito precários e as pestes regressavam com frequência ao quotidiano das populações, marcando em alguns momentos o seu ritmo de vida, pelas alterações profundas que nele provocavam. Pela importância de que se revestiam, as pestes constituíam-se um assunto de grande relevância pública. Era preciso combatê-las com todos os meios disponíveis. [...]
TipoCapítulo de livro
URIhttps://hdl.handle.net/1822/70175
e-ISBN978-989-8974-27-3
DOI10.21814/uminho.ed.23.10
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:DH - Capítulos de Livros/Book Chapters
UMinho Editora - A Universidade do Minho em tempos de pandemia: Tomo I: (Re)Ações

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