As práticas dos jornalistas do MaisFutebol no Twitter

Abstract

O novo século ampliou a diversidade de formatos e canais de comunicação para os jornalistas projetarem o seu trabalho, redefinindo, dessa forma, os modos de pesquisa e produção do trabalho jornalístico. Mas os novos recursos patentes no online, crescente e instantaneamente absorvidos na atividade quotidiana dos órgãos de comunicação social, impulsionaram também novos palcos para as práticas profissionais do jornalista. Se até aos anos 2000, grosso modo, essas práticas encontravam interações frequentemente unidirecionais – com a participação do leitor a ser algo limitada no espaço mediático – as redes sociais, como o Twitter, mudaram rápida e drasticamente esses paradigmas e colocaram novos e constantes desafios aos jornalistas no uso dessas novas plataformas. Compreender atualmente estes fenómenos sugere um olhar ao perfil do jornalista e às suas práticas, numa multiplicidade de canais virtuais. É dentro destas características que surge a relação concreta num palco como o Twitter, onde surge qualquer interação, uma vez feita qualquer publicação (tweet). O presente estudo, baseado numa experiência de estágio de três meses no MaisFutebol, procura identificar como os seus jornalistas utilizam a rede social Twitter. Para esse fim, é feito um estudo com relativa amplitude temporal, a fim de elaborar uma perspetiva evolutiva sobre essas práticas. Parte de uma análise de tweets publicados pelos jornalistas entre dezembro de 2016 e março de 2017, complementada com entrevistas a oito dos jornalistas do MaisFutebol em janeiro de 2021. As descobertas do presente documento sugerem redefinições constantes nas práticas dos jornalistas do MaisFutebol no Twitter, consequência das próprias perceções dos profissionais de que vão encontrando cada vez mais audiências de cariz diverso. Observa-se, entre o lado mais profissional e pessoal, uma hibridez de comportamentos do jornalista a orientar as práticas que depois originam as relações. Conclui-se que há uma partilha mais assumida de factos do que de opiniões e uma utilização mais profissional do que pessoal do Twitter. Contudo, há uma combinação evidente e quase inevitável dessas realidades.

The new century raised the diversity of formats and communication channels for journalists to project their work, thus redefining the ways of researching and production of journalistic work. But the new resources evident on the online, growing and instantly absorbed on media daily routine, also boosted new stages for journalists’ professional practices. If until the 2000s, roughly speaking, these practices often found unidirectional interactions – with the reader’s participation being somewhat limited in the media space – social networks, such as Twitter, changed these paradigms quickly and dramatically, posing new and constant challenges to journalists in the use of these new platforms. Today, understanding these phenomena suggests looking at the journalist’s profile and practices, in a multiplicity of virtual channels. It is within this characteristics that the concrete relationship appears on a stage like Twitter, where any interaction arises, once a tweet is published. This study, based on a three-month internship experience on MaisFutebol, seeks to identify how their journalists use the Twitter. Having this purpose, a study with relative time span is made, in order to do an evolutionary perspective about that practices. It starts with an analysis of tweets published by journalists between December 2016 and March 2017, complemented with interviews to eight of MaisFutebol’s journalists in January 2021. The findings of this document suggest constant redefinitions in MaisFutebol journalists’ practices on Twitter, consequence of the professional’s own perceptions that they are increasingly finding audiences of a different nature. Thus, between the more professional and personal side, there is a hybridity on journalist’s behaviors, guiding the practices that further lead to the relationships. It is concluded that there is a more assumed sharing of facts than opinions and a more professional than personal using of Twitter. However, there is a combination almost inevitable of these realities.