O NO da Península Ibérica entre os séculos II/I a.C. e o século I d.C.: identidades e poderes em mudança

Abstract

O avanço no conhecimento relativo aos finais da Idade do Ferro da Europa temperada e atlântica permite hoje reconhecer características organizacionais e comportamentos identitários semelhantes numa vasta panóplia de comunidades que ocuparam territórios diferenciados. Entre o património comum, cabe destacar a concentração populacional, a complexificação da atividade económica, uma maior hierarquização social e o aumento do poder das elites, processos que se associam a uma intensificação das interações inter-regionais, que certamente acabaram por estimular tendências e impulsos endógenos. Muitos dos processos referidos estão também representados na Península Ibérica, sendo o resultado de dinâmicas internas, mas também de contactos de natureza variada das suas comunidades com outras regiões, pois estamos perante um amplo território muito permeável a influências quer da Europa central, quer mediterrânica, as quais se reconhecem responsáveis pela introdução de contribuições linguísticas, novidades tecnológicas e mudanças de comportamento de natureza política, social e cultural que influenciaram a evolução diferenciada dos diferentes territórios peninsulares ao longo da II Idade do Ferro.