A espacialidade existencial em Ser e tempo

Abstract

Proponho-me examinar a abordagem heideggeriana da espacialidade existencial [existenziale Räumlichkeit] em Ser e Tempo à luz de uma crítica de Sloterdijk. Em Esferas I, Sloterdijk afirma que Heidegger teria apresentado, em Ser e Tempo, uma abordagem “embrionariamente revolucionária” sobre ser e espaço, mas não a teria concluído. O seu próprio ‘projeto das esferas’ pretenderia preencher esta lacuna. Com base na análise dos momentos fundamentais da espacialidade existencial, cujo desenvolvimento é elaborado nos §§12 a 28 e no §70 de Ser e Tempo, e tomando em consideração comentários que o próprio Heidegger fez, mais tarde, sobre a sua abordagem do espaço em Ser e Tempo, tentarei responder à questão do alegado caráter inacabado da análise da espacialidade existencial em Ser e Tempo.

In this paper I aim to examine Heidegger’s analysis of existential spatiality in Being and Time in the light of Sloterdijk’s criticism of it. Sloterdijk states in Spheres I that Heidegger presented, in Being and Time, an “embryonically revolutionary” approach to being and space but did not complete it. His own ‘Spheres Project’ would purport fill this gap. Based on the analysis of the fundamental moments of existential spatiality (§§12 to 28 and §70 of Being and Time), and taking into account comments made by Heidegger himself in later years, I will attempt to answer the question of the alleged unfinished character of the analysis of existential spatiality in Being and Time.