Perseguição nos profissionais de apoio à vítima: prevalência, impacto e procura de ajuda

Abstract

Embora qualquer pessoa possa ser vítima de perseguição, tem sido relatado que pertencer a certas profissões pode aumentar o risco de vitimação. A compreensão da perseguição nos profissionais de apoio às vítimas tornou-se assim relevante dado que o contexto profissional se configura um ambiente fértil à presença deste tipo de vitimação. Desta forma, pretende-se aferir, junto dos profissionais de apoio às vítimas, a prevalência da vitimação por perseguição, caracterizar as dinâmicas, o impacto e, por fim, as estratégias de coping utilizadas pela vítima. A presente investigação foi realizada com 344 profissionais de apoio às vítimas, maioritariamente do sexo masculino com idades compreendidas entre os 22 e os 66 anos, dos quais 10.5% relatou ter sido vítima de perseguição pelo menos uma vez na vida. Resultados revelam uma maior prevalência, deste tipo de vitimação, nas mulheres e nos profissionais Órgãos de Polícia Criminal, sendo o perseguidor maioritariamente do sexo masculino. Há um maior impacto ao nível da saúde psicológica e as vítimas recorrem tanto a fontes de apoio informal como formal, para lidar com a experiência de vitimação. Os resultados obtidos têm implicações importantes, podendo contribuir para a adoção de estratégias de prevenção deste crime no exercício das funções destes profissionais.

Although anyone can be a victim of stalking, it has been reported that belonging to certain professions can increase the risk of victimization. Understanding the stalking of victims' support professionals has become relevant given that the professional context is a fertile environment for the presence of this type of victimization. In this way, it is intended to assess, with victims' support professionals, the prevalence of victimization by stalking, characterize the dynamics, the impact and, finally, the coping strategies used by the victim. The present investigation was carried out with 344 victim support professionals, mostly male, aged between 22 and 66 years (M = 41.15), of which 10.5% reported having been a victim of stalking at least once in their lives. The results reveal a higher prevalence of this type of victimization in women and in the Criminal Police Organs, with the stalker being mostly male. There is a greater impact on psychological health and victims turn to both informal and formal sources of support to deal with this experience. The results have important implications, contributing to the adoption of crime prevention strategies in the exercise of these professionals' functions.