Microdynamics of interpersonal coordination: a microanalytic perspective on the development of turn-taking

Abstract

A tomada-de-vez corresponde ao padrão de alternância que organiza a conversação humana e determina que se fale um de cada vez, evitando sobreposições e silêncios prolongado entre turnos. As transições de turno ocorrem a velocidades impressionantes que desafiam até as capacidades mais básicas de produção linguística. Apesar disso, existem evidências de que até os bebés conseguem manter padrões de alternância semelhantes nas suas trocas vocais, muito antes do desenvolvimento da linguagem. Nesta dissertação, propomo-nos a seguir a trajetória desenvolvimental da duração das transições de turno, em bebés (7, 12 meses) e crianças (3-5 anos). Iremos usar uma abordagem microanalítica ao examinar um espectro alargado de vocalizações e definindo as transições de turno em termos de estados diádicos, derivados das interações vocais dos participantes. No Capítulo I, iremos primeiro explorar os aspetos temporais da coordenação interpessoal e os desafios metodológicos ao estudo das interações sociais. Prosseguiremos com a descrição das propriedades e modelos da tomada-de-vez, assim como as evidências evolucionárias, interculturais e desenvolvimentais dos seus alicerces. Iremos, depois, rever a mais recente investigação acerca do desenvolvimento da duração das transições de turno. No Capítulo II, iremos apresentar o Estudo 1, onde investigamos a trajetória desenvolvimental, aos 7 e aos 12 meses, das durações das sobreposições e silêncios entre turnos, em interações mãe bebé face-a-face e orientadas aos objetos. No Capítulo III, vamos reportar o Estudo 2, onde examinamos a trajetória desenvolvimental da tomada de-vez, dos 3 aos 5 anos, em interações mãe criança de brincadeira livre. No Capítulo IV, apresentamos o Estudo 3, uma visão metodológica acerca da microanálise. Finalmente, no Capítulo V, revemos os principais resultados dos estudos nesta dissertação, refletimos sobre algumas das suas limitações e elaboramos planos para investigação futura.

Turn-taking is the recurrent pattern of alternation that organizes human conversation, determining that each partner speaks mostly one at a time, while avoiding superpositions and prolonged silences between turns. These turn-transitions occur at impressive timings that challenge our most basic linguistic production abilities. In spite of that, there is evidence that even infants engage in similar patterns of vocal exchanges, long before language acquisition. In this dissertation we propose to follow the developmental trajectory of turn-transition durations in infancy (7, 12 months) and in childhood (3-5 years). We will use a microanalytic approach by focusing on the entire spectrum of vocalizations and defining turn-transitions from dyadic states of interactional vocal behavior. In Chapter I, we will first explore the temporal aspects of interpersonal coordination and the methodological challenges of investigating interactional behavior. We will proceed by describing the properties, models and the evolutionary, cross-cultural and developmental foundations of turn-taking. We will then review the latest research on the development of turn-transition duration. In Chapter II, we will present Study 1, where we investigate the developmental trajectory of gap and overlap durations, from 7 to 12 months, in mother-infant object-oriented and face-to-face interactions. In Chapter III, we will report Study 2, where we examine the developmental trajectories of turn-taking, with 3- to 5-years-old children, in mother children free-play interactions. In Chapter IV, we will present Study 3, a methodological overview of microanalysis. Finally, in Chapter V, we will review the main findings of the empirical studies in this dissertation, reflect on some of its limitations, and elaborate on future directions we will like to explore.