Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/82572

TítuloO sertão e a montanha: imagens de Minas Gerais entre os séculos XVIII e XX
Autor(es)Sales, Talles Luiz de Faria e
Orientador(es)Sousa, Carlos Mendes de
Palavras-chaveLiteratura brasileira
Minas Gerais
Atlas
Geopoética
Imagologia
Brazilian literature
Geopoetics
Imagology
Data6-Fev-2023
Resumo(s)Esta tese analisa a genealogia e o funcionamento poético de imagens recorrentes na literatura brasileira, tendo em vista que as primeiras imagens do Brasil são apresentadas por viajantes estrangeiros que têm como referente a comparação com os espaços europeus, do que decorre uma clivagem ambígua a ser enfrentada pelos escritores brasileiros que procuram descrever a natureza, os sujeitos e a sociedade brasileira formados a partir da feitura do Brasil como empreendimento colonial, do que deriva uma discrepância, em termos hegelianos, modulada reiteradamente ao longo da história cultural e intelectual brasileira, nas perspectivas pelas quais se procura perceber o país e o povo novo que se forma a partir dele. Desse modo, procede-se especialmente a um diálogo com a obra de Sérgio Buarque de Holanda, naquilo que enfatiza acerca das imagens do Brasil e do tema do desterro na própria terra com relação à experiência brasileira, bem como com a obra de Darcy Ribeiro, por sua teoria original sobre o caso brasileiro e pela resposta que oferece a tais impasses através do realce que confere à mestiçagem na formação do brasileiro como um povo novo. De modo a circunscrever o corpus de análise, optou-se pela abordagem da literatura produzida a partir do estado de Minas Gerais entre os séculos XVIII e XX, delineando um arco de longa duração que conforma uma geopoética do território mineiro ao partir dos mitos e lendas configuradores da geografia imaginativa dos “sertões ocidentais”, passando pelas primeiras obras escritas no século XVIII, pela poesia de Cláudio Manuel da Costa, pelos relatos dos viajantes científicos europeus que visitaram e pesquisaram o território de Minas Gerais nas primeiras décadas do século XIX, até a independência política brasileira e as produções literárias que se lhe seguem, como as de Bernardo Guimarães, Helena Morley, Cornélio Penna, Carlos Drummond de Andrade, Cyro dos Anjos, João Guimarães Rosa, dentre outros que, e evidentemente não de forma exaustiva, entretêm um diálogo literário acerca da configuração geopoética mineira. Dada a imersão a um só tempo geopoética e imagética da proposta, as formulações de Didi-Huberman acerca da forma do atlas em Aby Warburg possuem também função de destaque, bem como são operatórios conceitos mobilizados das obras de Walter Benjamin, Ernst Bloch, György Lukács, dentre outros, de modo a se observar em que medida as visões do Brasil por seus próprios escritores nacionais são consonantes e/ou dissonantes das visões estrangeiras a respeito deste mesmo país, aproximando-se e/ou desassociando-se de um teor imagológico, ao mesmo tempo em que formulam estratégias e mecanismos linguísticos e literários para tal.
This thesis analyzes the genealogy and poetic functioning of recurrent images in Brazilian literature, considering that the first images of Brazil are presented by foreign travelers who refer to the comparison with European spaces, from what results an ambiguous cleavage to be faced by Brazilian writers who seek to describe nature, the subjects and Brazilian society formed from the making of Brazil as a colonial enterprise, from which derives a discrepancy, in Hegelian terms, repeatedly modulated throughout the Brazilian cultural and intellectual history, in the perspectives by which it seeks to perceive the country and the new people that is formed from it. Thus, a dialogue is made with the work of Sérgio Buarque de Holanda, in what he emphasizes about the images of Brazil and the theme of desterro in his own land in relation to the Brazilian experience, as well as with the work of Darcy Ribeiro, for his original theory on the Brazilian case and for the response he offers to such impasses through the emphasis that confers on the mixed race in the formation of the Brazilian as a new people. In order to circumscribe the corpus of analysis, we opted for the approach of the literature produced from the state of Minas Gerais between the eighteenth and twentieth centuries, delineating a arc of longue durée that forms a geopoetic of the mineiro territory from the myths and legends that configure the imaginative geography of the "sertões ocidentais", passing through the first works written in the eighteenth century, by the poetry of Cláudio Manuel da Costa, by the accounts of European scientific travelers who visited and researched the territory of Minas Gerais in the first decades of the 19th century, to Brazilian political independence and the literary productions that follow it, such as those of Bernardo Guimarães, Helena Morley, Cornélio Penna, Carlos Drummond de Andrade, Cyro dos Anjos, João Guimarães Rosa, among others who, and evidently not exhaustively, entertain a literary dialogue about the geopoetic configuration of Minas Gerais. Given the simultaneously geopoetic and imagery immersion of the proposal, Didi-Huberman's formulations about the shape of the atlas in Aby Warburg also have a prominent function, as well as are operative concepts mobilized from the works of Walter Benjamin, Ernst Bloch, György Lukács, among others, in order to observe the extent to which the visions of Brazil by their own national writers are consonant and/or dissonating foreign views about this same country, approaching and/or disassociating themselves from an imagological content, while formulating linguistic and literary strategies and mechanisms to this end.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoPrograma doutoral em Modernidades Comparadas: Literaturas, Artes e Culturas
URIhttps://hdl.handle.net/1822/82572
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
ELACH - Teses de doutoramento

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