Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/8980

TítuloConsumo, saúde e ambiente conhecimentos, valores e práticas de crianças e jovens do ensino básico, de meio rural e de meio urbano
Autor(es)Gonçalves, Anabela Ferreira
Orientador(es)Carvalho, Graça Simões de
Data16-Jan-2009
Resumo(s)O novo milénio rege-se por um processo de globalização económica traduzido num aumento notório do nível de consumo das populações. Quando esse nível ultrapassa os limites da satisfação das necessidades básicas, tornando-se impulsivo, desregrado e inconsciente, atinge a esfera do consumismo incompatível com os princípios orientadores de estilos de vida saudáveis e de padrões de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis. Neste sentido, o presente estudo teve como objectivo principal investigar se os conhecimentos, os valores e as práticas dos alunos, em torno do tema Consumo, Saúde e Ambiente variam em função do seu meio de residência e ano de escolaridade. Para a concretização deste objectivo, construímos um questionário de raiz, formado por seis instrumentos de recolha de dados, e aplicámo-lo a uma amostra aleatória composta por 300 alunos de um meio rural e 300 alunos de um meio urbano, sendo cada um destes grupos constituído por 100 alunos de cada um dos seguintes anos de escolaridade: 4º, 6º e 9º ano. O tratamento dos dados realizou-se através do programa “Statistical Package for the Social Sciences” – SPSS para Windows e do Microsoft Office Excel 2003. Com o intuito de validar os instrumentos de recolha de dados recorreu-se à análise factorial e ao coeficiente de fiabilidade interna Alpha de Cronbach. Para realizar o teste das hipóteses de investigação utilizou-se a análise de variância univariada. Os resultados do estudo sugeriram duas conclusões principais: a) Os conhecimentos, os valores e as práticas dos alunos da amostra, sobre o tema Consumo, Saúde e Ambiente, diferem em função do seu meio de residência. Os alunos do meio urbano, relativamente aos do meio rural, revelam: (i) um maior nível de conhecimentos sobre a relação entre o consumo, a saúde e o ambiente, (ii) valores associados às opções de consumo indicadores de maior preocupação com a saúde e com o ambiente e (iii) melhores práticas de consumo com implicações na saúde e no ambiente. A discussão dos resultados sugere que as diferenças significativas encontradas, para a variável meio de residência, são condicionadas pela diferenciação cultural, económica e social dos contextos de pertença dos alunos que compõem a amostra. b) Os valores e as práticas dos alunos da amostra, sobre o tema Consumo, Saúde e Ambiente, diferem em função do seu ano de escolaridade: (i) os alunos do 4º ano demonstram valores associados às opções de consumo indicadores de maior preocupação com a saúde e com o ambiente do que os alunos do 6º e 9º anos; (ii) os alunos do 9º ano apresentam valores associados às opções de consumo indicadores de maior superfluidade do que os alunos do 4º ano; e (iii) os alunos do 4º e 6º anos revelam melhores práticas de consumo com implicações na saúde e no ambiente do que os alunos do 9º ano. As diferenças significativas encontradas entre os alunos dos diferentes anos de escolaridade serão possivelmente motivadas pela sua faixa etária, ou melhor, pelas particularidades do seu período de vida, evidenciando-se entre os alunos que se situam na etapa da infância e aqueles que estão na fase da adolescência. Com base nos resultados obtidos, recomendamos uma abordagem educativa em conformidade com o contexto de pertença e a faixa etária dos alunos.Consideramos também que a mudança de atitudes, necessária à adopção de melhores práticas de consumo, relativamente à saúde e ao ambiente, deve alicerçar-se numa educação para os valores, dado que o acréscimo de conhecimentos por si só não garante melhores práticas. Os resultados alertam também para a necessidade de reconhecer que as crianças e os jovens não dispõem todos das mesmas oportunidades de acesso a opções de consumo compatíveis com a promoção da saúde e do meio ambiente. Pelo contrário, os contextos económicos, sociais, culturais dos seus meios de residência e os seus hábitos de vida são factores de diferenciação de oportunidades, por vezes, tocando o patamar da discriminação social. A educação dos cidadãos, representa a estratégia certamente mais adequada para converter a actual sociedade consumista numa sociedade consumerista, em que os valores da saúde e do meio ambiente sustentem um consumo informado, consciente, saudável, solidário, ético e orientado pelos princípios da sustentabilidade ambiental. Sendo assim, consideramos que a escola se encontra numa posição favorável para assumir esta educação em parceria com as famílias, com as autarquias, com as equipas de saúde escolar, com as entidades de promoção ambiental, com as instituições de defesa e educação do consumidor, para que no âmbito das suas competências, possam articular estratégias e metodologias de promoção da saúde e do meio ambiente. Acreditamos que a adequada formação dos indivíduos representa a solução mais eficaz para travar a tendência consumista da sociedade contemporânea, nomeadamente se direccionada para as dimensões da educação para o consumo, da educação para a saúde e da educação ambiental, sustentadas pela transversalidade da educação para os valores.
The new millennium is defined by an economical globalization that unfolds a clear increase in society consumption. When the level of consumption exceeds the limits of basic needs, becoming impulsive, immoderate and senseless, it is defined as over consumption, which is incompatible with healthy life styles and sustainable environmental development. Taking this in account, this study intended to inquire pupils’ values, knowledge and practices regarding the themes Consumption, Health and Environment. By this we wanted to know if the perception of these themes is influenced and vary by the place of residence and their year group. To reach this objective, we built a questionnaire, composed of six instruments of data collection and applied them to a sample of 300 students from a rural area and 300 students from an urban area. Each group comprised 100 pupils of each of the following grades: 4th, 6th and 9th grades (9-10, 11-13 and 14-15 years old, respectively). The data handling was assisted by the software program "Statistical Package for the Social Sciences" – SPSS for Windows and Microsoft Office Excel 2003. Factorial analysis was done for data validation and Alpha Cronbach for internal reliability coefficient. To carry out the hypothesis test we used the univariate variance analysis. The results of this study suggest two main conclusions: a) Pupils’ values, knowledge and the practices about Consumption, Health and Environment differ in function of their residence area. Comparing to the rural areas pupils, the ones from the urban area reveal: (i) a better level of knowledge about the relationship between consumption, health and the environment, (ii) consumer options values indicating higher concern regarding health and environmental issues and (iii) better consumption practices with health and environmental implications. The discussion of the results suggests that the identified differences regarding the variable residence area are associated to the cultural, economical and social contexts. b) Pupils’ values and the practices about Consumption, Health and Environment differ in function of their grade group: (i) grade 4 pupils, as compared to grades 6 and 9 pupils, show values associated to the consumption options indicating a higher concern about health and environment; (ii) grade 9 pupils manifest more superfluous consumption options comparing to grade 4 students; (iii) and both grades 4 and 6 pupils reveal better consumption practices with implications on health and the environment comparing to the grade 9 pupils. The identified differences found between year groups are possibly due to the age group that they belong, in other words, different results could be the reflection of different period of life: infancy and adolescence. Taking our results into account we recommend an educational approach according to the pupils’ area of residence and their age group. We also consider that to make a changes in attitudes, required for adopting better consumption practices regarding health and environment, it is necessary to focus the pupils’ education on values, because just the increase of knowledge does not guarantee better practices.Results alert for the need to be aware that not all children and young people have the same access opportunities and consumption options compatible with health promotion and environment sustainability. In fact, economical, social and cultural resident areas and corresponding lifestyles are differentiating factors for access opportunities that in some cases might reach to social discrimination. Educate citizens will certainly represent the most adequate way to convert the present consuming society into a consumerist society where health and environmental values will sustain an informed, aware, healthy, solidary and ethical consume that is driven by environmental sustainability values. Therefore we consider that the school is in a favourable setting to assume this kind of education in partnership with the families, the municipalities, the school health teams, the environmental authorities and the associations for the consumer protection in order to carry out strategies and methodologies to promote health and the environment. We believe that the person’s adequate education represents the most effective solution to stop the current over consumption tendency of today’s society, particularly if directed towards the dimensions of the consume education, health education and environment education, all sustained by a transversal education for the values.
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de Mestrado em Estudos da Criança - Área de Especialização: Promoção da Saúde e do Meio Ambiente
URIhttps://hdl.handle.net/1822/8980
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Dissertações de Mestrado
DCILM - Dissertações de Mestrado

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