Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/9016

TítuloVinculação e psicopatologia, em mães e pais, na gravidez e transição para a parentalidade : impacto no desenvolvimento fetal e neonatal
Outro(s) título(s)Attachment style and psychopathology, in mothers and fathers, in pregnancy and transition to parenthood : effects on fetal and neonatal development
Autor(es)Conde, Ana
Orientador(es)Figueiredo, Bárbara
Figueiredo, Eurico
Data14-Nov-2008
Resumo(s)A investigação descrita foi desenvolvida com o intuito de estudar o modo como mães e pais vivenciam a etapa de desenvolvimento pessoal, conjugal e familiar correspondente à gravidez e parentalidade. Visou determinar quais os acontecimentos adversos de vida e as preocupações parentais predominantes neste período, analisar quais os factores de risco para a morbilidade psicológica parental e avaliar o impacto da sintomatologia ansiosa e depressiva da mãe e do pai, bem como dos seus níveis hormonais, no desenvolvimento fetal e neonatal. Hipotetizava-se que factores de diversa ordem (demográficos, psicossociais, relacionais, de suporte social, acontecimentos adversos de vida e preocupações parentais), pudessem determinar a vivência psicológica da gravidez e transição para a parentalidade, por parte de mães e pais, contribuindo para um aumento da sua sintomatologia ansiosa e depressiva, bem como dos seus níveis de cortisol. Hipotetizava-se, de igual forma, que estes factores de risco pudessem ser distintos em ambos os elementos do casal e específicos para cada etapa da gravidez e puerpério. Sugeria-se ainda que o estilo de vinculação fosse uma variável mediadora do impacto dos acontecimentos adversos de vida no incremento da sintomatologia ansiosa e depressiva durante este período de transição, e que a sintomatologia psicopatológica de mães e pais, bem como os seus níveis de cortisol afectassem, embora diferencialmente, o desenvolvimento fetal e neonatal. A amostra deste estudo englobou 123 mulheres grávidas e respectivos companheiros, recrutados na Consulta Externa de Ginecologia/Obstetricia da Maternidade de Júlio Dinis (MJD), os quais foram avaliados, nos três trimestres de gravidez e aos 15 dias e três meses após o parto, quanto à sintomatologia ansiosa e depressiva e à ocorrência e preocupação com acontecimentos adversos de vida, e, na gravidez, quanto ao estilo de vinculação e a qualidade do suporte prestado pelo companheiro e por outras figuras significativas. Foi, de igual forma, examinado o desenvolvimento fetal no 2º trimestre de gravidez e o desenvolvimento neonatal, aos 15 dias e três meses após o parto. Os resultados obtidos suportam empiricamente algumas das previsões: 1) a presença de morbilidade psicológica de tipo ansioso e depressivo, tanto nas mulheres quanto nos homens, embora mais acentuada na mãe do que no pai; 2) a comorbilidade entre ambos os tipos de sintomatologia psicopatológica, em mães e pais, embora os sintomas de ansiedade se tivessem apresentado mais prevalentes do que os sintomas depressivos, durante todo o período de transição para a parentalidade; 3) a variação temporal observada em ambos os tipos de sintomatologia psicopatológica, com o 1º trimestre e o parto a serem identificados, como os períodos associados a uma maior vulnerabilidade em ambos os elementos da díade conjugal; 4) a existência de factores de risco associados à presença de sintomatologia ansiosa e depressiva, alguns deles comuns entre mulheres e homens, tais como a multiparidade, habilitações literárias mais baixas e maior número de acontecimentos adversos de vida, e outros específicos da mãe, como é o caso do estilo de vinculação e da ocorrência/preocupação com acontecimentos adversos de vida relativos ao domínio familiar e interpessoal, à actual gravidez e à aceitação da actual gravidez, e do pai, relativos à qualidade discordante do relacionamento estabelecido com a companheira e a ocorrência/preocupação com acontecimentos adversos de vida a nível profissional e educacional; 5) o impacto negativo da sintomatologia ansiosa e depressiva da mãe e do pai, e dos seus níveis de cortisol, no desenvolvimento fetal e neonatal: maiores níveis de ansiedade traço das mães, no 1º trimestre de gravidez, permitem predizer um menor crescimento e uma maior actividade fetal no período intermédio da gestação, bem como um menor peso do bebé à nascença; maiores níveis de cortisol maternos, no 2º trimestre de gestação, permitem predizer uma maior actividade fetal em igual período; níveis mais elevados de sintomatologia depressiva paterna, no 3º trimestre de gravidez, permitem predizer um maior número de semanas de gestação à altura do parto; maiores níveis de sintomatologia ansiosa paterna, exibidos 15 dias após o parto, permitem predizer piores desempenhos do recém-nascido na subescala Regulation of State e resultados mais elevados na subescala Excitable da NBAS; melhores desempenhos do recém-nascido nas subescalas Orientation e Motor podem ser preditos, respectivmente, por maiores níveis de sintomatologia ansiosa, no 3º trimestre, e de sintomatologia depressiva, no 1º trimestre de gravidez, do pai.
The research presented was developed with the purpose of analysing how mothers and fathers experiment the phase of individual, marital and familiar development which corresponds to pregnancy and parenthood. The aim of this study was to determine the main stressful events and parental worries during this period, to analyse risk factors of parental psychological morbidity and to explore the effects of mother’s and father’s anxiety and depression symptoms, as well as of their hormonal levels, on fetal and neonatal development. We hypothesised that several risk factors (demographic, psychosocial, social support, stressful events and parental worries), could determine mother’s and father’s psychological adjustment during pregnancy and transition to parenthood, namely by the contribution to the increase of anxiety and depression symptoms, as well as cortisol levels. We also hypothesised that these risk factors are different in women and men and specific to each phase of pregnancy and postpartum period. Additionally, we suggested that the mediator effect of attachment style in the impact of stressful events on the increase of mother’s and father’s anxiety and depression symptoms during transition to parenthood, as well as the negative influence of parental psychopathological symptoms and cortisol levels on fetal and neonatal development. The sample consisted of 123 pregnant women and their partners, recruited at the antenatal obstetric service of the Júlio Dinis Maternity Hospital (MJD) - Porto, who were assessed at the 1st, 2nd and 3rd pregnancy trimesters and at 15 days and three months postpartum, concerning anxiety and depressive symptoms, stressful events and concerns, and, during pregnancy, concerning to attachment style and marital and social support. Fetal development was also assessed at 2nd pregnancy trimester and neonatal development, at 15 days and three months postpartum. Results have supported some of these hypotheses: 1) high levels of anxiety and depression symptoms, both in women and men, although the prevalence of psychological morbidity was more prevalent in mothers than in fathers; 2) comorbidity between anxiety and depression, both in women and men, although the prevalence of anxiety symptoms was higher than the prevalence of depression symptoms, during all the period of transition to parenthood; 3) temporal changes in the prevalence of anxiety and depression symptoms over pregnancy and postpartum period, with the 1st pregnancy trimester and childbirth being associated to higher psychological morbidity, both in mothers and fathers; 4) several risk factors were associated to mother’s and father’s anxiety and depression symptoms. Some of them, such as multiparity, lower education and more stressful events are similar in women and men. Others contribute differently to the development of anxiety and depression in women, such as attachment style and stressful events and concerns associated to family and interpersonal events, present pregnancy and acceptance of present pregnancy, and in men, such as discordant relationship with the partner and stressful events and concerns related to professional and educational events; 5) negative impact of mother’s and father’s anxiety and depression symptoms, as well as cortisol levels, on fetal and neonatal development: high trait anxiety in mothers, at the 1st pregnancy trimester, were associated to lower fetal growth and higher fetal activity, at 2nd pregnancy trimester, as well as lower birthweight; high maternal cortisol levels at 2nd pregnancy trimester were associated to higher fetal activity at the same period; high levels of depression in fathers in the 3rd trimester were associated to higher duration of gestation; high levels of state anxiety in fathers 15 days postpartum were associated to newborn’s worst results on Regulation of State NBAS subscale and higher results on Excitable NBAS subscale; higher newborn’s performances on Orientation and Motor NBAS subscales were associated, respectively, to higher levels of state anxiety in fathers, at the 3rd trimester, and to higher levels of depression in fathers, in the 1st pregnancy trimester.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Psicologia (ramo de Conhecimento em Psicologia Clínica)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/9016
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
tese final.pdf
Acesso restrito!
5,45 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID