Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/10707

TítuloFamília: saberes e práticas na prestação de cuidados de saúde
Autor(es)Gomes, José Ricardo Tinoco
Orientador(es)Marques, Ana Paula
Leandro, Maria Engrácia
Data18-Set-2009
Resumo(s)Há uma consciência cada vez maior de que não são apenas os profissionais de saúde que detêm saber e compreensão sobre a saúde e a doença. Assim, tem-se vindo a colocar cada vez mais a tónica nos saberes da família sobre as questões da saúde e da doença, na forma como a sentem, como a preservam, nas decisões que tomam e nas formas de as concretizar no dia-a-dia. Partindo destes pressupostos, o presente trabalho visa: i) caracterizar as famílias no que se refere à sua funcionalidade e às suas condições socio-económicas; ii) identificar os padrões de hábitos pessoais de saúde presentes no seio familiar; iii) e, por último, descrever e analisar os saberes e as práticas que as famílias possuem na resolução dos problemas e na resposta às situações de doença no sistema familiar. Nos objectivos enunciados procurou-se, também, averiguar se as condições sociais das famílias influênciam os saberes e as práticas adoptadas na gestão da saúde e no combate à doença. Entendendo que as condições sociais das famílias têm um papel fundamental na saúde, na doença e nas práticas promotoras de saúde, a orientação da pesquisa foi definida de modo a destacar quatro dimensões analíticas: o perfil sociodemográfico das famílias, o contexto intra-familiar; as práticas de saúde familiar e os saberes familiares/procura de cuidados de saúde. Em termos metodológicos priveligiou-se uma opção quantitativa que se traduziu na aplicação de um inquérito por questionário a noventa e três famílias inscritas na Unidade de Saúde Familiar Gualtar. É, ainda, de referir, que grande parte das questões que constituem o questionário têm a sua origem no estudo intitulado “O Contributo (In)Visível. A Gestão Familiar dos Cuidados de Saúde”, desenvolvido no âmbito do POCTI/2004 e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Este estudo interdiscipinar e inter-universitário (Universidade do Minho, Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro e Universidade de Évora) visou prosseguir um estudo teóricoempírico e comparativo sobre os cuidados familiares de saúde. Os resultados do presente estudo revelaram que o “saudável” e a sua promoção/manutenção surgem como um objectivo quotidiano das famílias. É de notar, que um dos aspectos considerados mais cruciais para se ter boa saúde diz respeito à existência de um bom ambiente familiar. Este indicador vem reforçar a ideia de que a família é um espaço fundamental para a saúde individual. Dentro do campo de intervenção da família, confirma-se o domínio da mulher na prestação dos cuidados de saúde, bem como o facto das famílias terem revelado autonomia na gestão do processo de saúde-doença perante uma situação de doença não grave. Constata-se, também, que os inquiridos têm consciência dos benefícios de determinados comportamentos para a saúde individual e familiar e dos riscos de outros, sem que daí resulte, necessariamente, o abandono de alguns comportamentos de risco, tais como, o consumo excessivo de sal, de tabaco e a não prática regular de exercício físico. Por outro lado, a presente investigação demonstrou que as famílias, de níveis socio-económicos mais baixos, têm mais probabilidades de ter uma saúde familiar mais débil, com menor estabilidade familiar, mais dificuldades em ultrapassar problemas e uma menor preocupação com a promoção de estilos de vidas saudáveis. O presente estudo corrobora, portanto, o facto de as acções de manutenção/promoção da saúde no seio familiar estarem intimamente ligadas às condições sociais das famílias.
There is a fast growing conscience that the health professionals are not exclusively those who possess the knowledge and comprehension over health and disease. Thus, the emphasis is being placed upon the family know-how regarding health and disease issues, the way they feel these, the way they preserve them, the decisions they take and the way they carry them out in the day-to-day scenery. Following these assumptions, this work aims at i) depicting families in what their functionality and socioeconomic conditions are concerned; ii) identifying the personal health habits patterns presented in family context; iii) and, finally, describing and analyzing the know-how and practices that families possess to solve problems and answer the disease situations concerning the familiar system. In the objectives mentioned, there has also been a concern regarding the study of the influence of the families social conditions on the know-how and the adopted practices in health managing and disease avoidance. Assuming that the families’ social conditions have an important role on the topic of health, disease and health promoting practices, the research was led in order to distinguish four analytical dimensions: the families socio-demographic profile, the intra-familiar context, the familiar health practices and the families’ knowledge/search for health care. In methodological terms, the quantitative option was privileged; it consisted of the appliance of a questionnaire to ninety-three families registered in the Familiar Health Post of Gualtar. It is also necessary to mention that the great majority of the questions in the questionnaire derive from the case-study named “O Contributo (In)Visível. A Gestão Familiar dos Cuidados de Saúde”, carried out under the POCTI/2004 and financed by theTechnology and Science Foundation. This interdisciplinary and inter-university study (University of Minho, University of Trás-os-Montes e Alto Douro and University of Évora) aimed at pursuing a theoretic-empirical and comparative study on familiar health care procedures. The results of the present study reveal that the term “healthy” and its promotion/maintenance appear as a daily goal to many families. It’s noticeable that one of the issues considered the most crucial one to have a good health condition concerns the existence of a good family ambiance. This indicator comes to reinforce the idea that family is a fundamental context in what individual health is concerned. Within the family intervention field, it is reassured the female’s dominance regarding the health care practice, as well as families’ autonomy in managing the health-disease process towards a non-serious disease situation. It’s proved, as well, that the enquired people have conscience of the benefits of certain behaviors regarding individual and familiar health and of the risks of others, without necessarily opting for the abandonment of some risky behaviors, such as, the excessive consumption of salt, cigarettes and the non practice of regular physical activity. On the other hand, the present investigation demonstrated that families of lower socio-economic condition are more likely to have a fragile familiar health condition, less familiar stability, more difficulty in overcoming problems and a minor concern about the promotion of healthy lifestyles. The present study, thus, corroborates the fact that the actions of health promotion/maintenance in the familiar context are intimately related to the social conditions of each family.
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de mestrado em Sociologia (área de especialização em Sociologia da Saúde)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/10707
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Dissertações de Mestrado
DS/CICS - Dissertações de Mestrado / MSc Dissertations

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
Tese_JoséTinocoGomes.pdf
Acesso restrito!
1,07 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID