Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/12386

TítuloHábitos de vida e saúde : o quotidiano dos estudantes do Instituto Politécnico de Bragança
Autor(es)Pimentel, Maria Helena
Orientador(es)Leandro, Maria Engrácia
Data4-Mar-2011
Resumo(s)Na sociedade actual, marcada por profundas mutações, os acontecimentos classicamente entendidos como marcadores da transição em direcção à vida adulta revestem-se de contornos diferentes em relação ao passado. Em função da própria dinâmica social, exige-se um período cada vez mais longo de preparação para alcançar o exercício pleno da cidadania: o período de escolarização aumentou, a entrada no mundo laboral tornou-se mais tardia e mais restrita, conseguir uma profissão estável e de independência económica é mais difícil, ao mesmo tempo que a necessidade de mobilização e de afastamento dos ambientes de origem em idades jovens é, por um conjunto de razões, nas quais se enquadram as de ordem académica, uma circunstância cada vez mais frequente. É neste percurso de parcial autonomia que se vivem situações que podem representar, de alguma forma, risco pessoal, sobretudo, se considerarmos que o lazer e o entretenimento, a que também não escapa a vida académica dos estudantes, assumem um valor supremo nos critérios de estruturação das sociedades contemporâneas estando, muitas vezes, na origem de uma indústria lucrativa, com papel activo na criação e modelagem de muitos dos hábitos de vida, do grupo etário em estudo. Por sua vez, o ingresso no Ensino Superior é particularmente exigente requerendo mudanças que, em muitos casos, tendem a exercer repercussões sobre a saúde física e psíquica. Nessa medida, o interesse que norteia a presente investigação enquadra-se na identificação de determinantes de saúde e perfis de risco em estudantes do Ensino Superior, associados a este importante período de socialização. Procurou-se por um lado, identificar hábitos de vida potenciadores de risco ou, ao invés, de promoção para a saúde, que permitam apreender estratégias de autogestão da saúde em estudantes do Ensino Superior do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e, por outro, identificar possíveis mudanças desses hábitos decorrentes do ingresso e permanência, neste nível de ensino. Conhecer o estado de saúde destes estudantes tendo em conta a morbilidade sentida, a procura dos serviços de saúde, as medidas preventivas e a auto-avaliação do seu estado de saúde, foi outro dos propósitos do estudo. Desenvolveu-se um estudo descritivo-correlacional, tendo-se adoptado uma estratégia metodológica de tipo extensivo, através da aplicação de um questionário para recolha de informação. Recorreu-se a uma amostra estratificada proporcional por curso e por escola que integra 272 alunos do sexo masculino (40,5%) e 400 alunos do sexo feminino (59,5%), totalizando 672. As diferenças observadas, do ponto de vista da inferência estatística, relativamente às variáveis idade, sexo, escola, retenção escolar e, em menor proporção, à proveniência, ao nível socioeconómico e à participação em actividades extracurriculares sugerem a necessidade de uma abordagem diferenciada, no sentido de implementar estratégias de promoção e de educação para a saúde, individualizadas e adequadas a cada grupo. O facto de não se assinalarem resultados, com relevância estatística, na variável “saída de casa” sugere uma maior influência do meio social envolvente por contraponto ao núcleo familiar, circunstância que remete para a necessidade de trabalhar e reforçar comportamentos autoprotectores. Consideramos, ainda, a necessidade de consolidar políticas institucionais que estabeleçam garantias de bem-estar mediante o acesso a uma alimentação saudável, a uma cultura desportiva, ao incentivo de actividades culturais e artísticas. A informação sobre condutas saudáveis e o conhecimento dos riscos inerentes aos consumos excessivos e às condutas sexuais não protegidas provirão em sentido positivo e poderão constituir-se, neste contexto, uma prioridade de acção. Daí a importância da formação de um núcleo de estudos interdisciplinares com implementação de programas educacionais de intervenção, visando alargar a pesquisa e a reflexão sobre esta problemática e fornecer algumas pistas para a acção. Também, a criação de um observatório da Saúde dos Estudantes, a nível das instituições de Ensino Superior nacionais e europeias, permitiria avaliar a saúde e analisar os comportamentos de risco ou promotores da mesma.
In today's society, marked by profound changes, events traditionally understood as benchmarks of transition towards adulthood acquire different contours in relation to the past. Even according to the social dynamics, it is required an increasingly longer period of preparation in order to achieve the full exercising of one's position in society. The length of schooling has increased, entering the workforce has been delayed and become more restricted, obtaining a stable job that allows for financial independence is more difficult, while at the same time the need to move away and leave the place of origin at a young age is, for a variety of reasons which encompass academic ones as well, more and more common. It is on this path towards partial autonomy that one can encounter situations which can, in some ways, involve personal risk, especially if we take into consideration that leisure and entertainment an intrinsic part of the students' academic life place highly in the structuring criteria of contemporary societies, often stemming from a lucrative industry that plays an active role in creating and shaping many of the habits in the lifestyle of the group under study. At the same time, enrollment in higher education is particularly demanding, requiring changes which, in many cases, tend to have repercussions on the physical and mental health. In light of this, the primary focus of this particular investigation is on identifying health determinants and patterns of risk among students of Higher Education associated with this important period of social interaction. Firstly, the study thought to identify patterns of risky behavior or, inversely, those promoting healthy lifestyles which may allow the learning of self-management health strategies in higher education students from the Polytechnic Institute of Bragança (IPB); secondly, it attempted to identify likely changes in those habits in the course of entering and remaining in this level of education. Another purpose of this study was to know the health condition of these students, taking into consideration the perceived morbidity, the demand for health services, preventive measures, and the self-assessment of their health status. A descriptive-correlational study was developed, and an extensive methodological strategy was adopted through the administering of a questionnaire in order to collect information. A stratified sample was used, proportionate to each course and school that includes 272 male students (40,5%) and 400 female students (59,5%), totaling 672. The differences observed from a statistical perspective, relative to the variables of age, sex, school, academic retention and, to a lesser extent, the origin, socio-economic level and participation in extracurricular activities suggest the need for a differentiated approach as far as implementing strategies for the promotion of health education, specifically tailored and appropriate for each group. The fact that no results of statistical relevance can be noted as far as the variable "moving out" suggests a greater influence of the social environment as opposed to that of the family, a circumstance that points to the need for working on and reinforcing self-protective behaviors. We also examined the need to consolidate policies that may establish guarantees of well-being through access to healthy nutrition, sports, and the fostering of cultural and artistic activities. Information about healthy behaviors and the awareness of the risks inherent to excessive consumption and unprotected sexual conduct will prove to be positive and may become, in this context, a priority for taking action. Hence the importance of establishing a nucleus of inter-disciplinary studies around educational programs of intervention aimed at expanding the research and awareness of this issue, as well as providing some plans of action. Also, the creation of a Centre for the Health of Students at the level of the national and European institutions of Higher Education would allow the evaluation of health and the analysis of risky behaviors, as well as the factors that contribute to it.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Sociologia
URIhttps://hdl.handle.net/1822/12386
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
DS/CICS - Teses de Doutoramento / PhD Theses

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