O boletim de saúde da grávida: para quando a sua completa utilização?...

Abstract

O presente artigo avalia o grau de utilização e preenchimento do Boletim de Saúde da Grávida em quatro concelhos do distrito de Braga, entre finais de 1994 e meados de 1995, tratando-se de um documento importante na articulação dos cuidados de saúde primários e diferenciados e no âmbito da vigilância da saúde materna e fetal. Estando a realizar uma investigação sobre a mortalidade infantil (Tese de Doutoramento) a partir de uma amostra de 1398 mulheres, inquiridas em dois momentos distintos, avaliámos o grau de utilização e preenchimento daquele documento, devido à necessidade de conhecermos o grau de risco da gravidez das mulheres inquiridas e ao interesse manifestado pela Sub-região de Saúde de Braga em aquilatar do modo da sua utilização por parte do corpo médico. Concluímos que o grau de preenchimento do referido documento é ainda baixo, mas parece ter melhorado nos últimos anos, traduzindo-se em 36,1%dos 1204 Boletins analisados, em que, pelo menos 75%dos parâmetros escolhidos se encontravam registados. A situação de vigilância pré-natal realizada pelo médico particular foi a que encerrou uma mais elevada percentagem de ausência de fornecimento à grávida daquele documento (4,0% do total da amostra). Tratando-se de um documento de carácter obrigatório, propõe-se uma maior sensibilização do pessoal de saúde e um maior controlo do cumprimento das normas sem vigor.

The present paper analyses the degree of utilisation and registration of the Pregnant Health Bulletin in four "concelhos" of the Braga district, between the end of 1994 and middle of 1995. This document is very important for the articulation of the primary and secondary care and for the maternal and foetal surveillance. As we are investigating infant mortality with a sample of 1398 women interviewed in two different moments, we evaluated the utilisation and registration of that document, because we needed to know the risk degree of gestation of the women inquired and because of the interest of the Health Sub-Region of Braga in knowing its utilisation by the physicians. We conclude that the degree of registration is still weak, but it's' improving in the last years, since 36,1% of the 1204 Bulletins analysed had, at least, 75% of the chosen parameters registrated. Prenatal care by the private physician was the most pronounced situation of no utilisation of that document (4% of the sample). Since the document is obligatory, we propose a sensibilization of the health personnel and a closer control of its utilisation.