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TítuloOs CODA da EBAP nos anos 40: das linguagens do Estado Novo à emergência de uma consciência moderna
Autor(es)Fernandes, Eduardo Jorge Cabral dos Santos
Palavras-chaveCODA
EBAP
Arquitetura
Estado Novo
Data2016
EditoraEdições Tenacitas
CitaçãoEduardo Fernandes, "Os CODA da EBAP nos anos 40: das linguagens do Estado Novo à emergência de uma consciência moderna" em A Conquista Social do Território: arquitetura e corporativismo no Estado Novo, coord. Fátima Ferreira, Francisco Mendes e Natália Pereira. Coimbra: Edições Tenacitas, 2016.
Resumo(s)Esta comunicação baseia-se nas conclusões obtidas a partir de uma pesquisa desenvolvida entre Outubro de 2007 e Dezembro de 2008, tendo como objeto de estudo os 369 processos de CODA que estão arquivados no Centro de Documentação de Urbanismo e Arquitetura da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, correspondentes a trabalhos realizados na EBAP e na ESBAP entre 1935 e 1979. CODA significa “CONCURSO PARA OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE ARQUITECTO”, prova final do curso de arquitetura das Escolas de Belas Artes de Lisboa e Porto, de acordo com a legislação em vigor antes da reforma de 1957. Consistia na apresentação de um “projecto tal como se fosse para construir”, com desenhos sobre tela, cálculos estruturais, medições e orçamentos, realizada após dois anos de tirocínio com arquiteto diplomado, Analisando os CODA existentes no arquivo da FAUP, torna-se claro que, nos anos 40, existe uma evolução nestes trabalhos de fim de curso, de um predomínio de projetos mais nacionalistas para propostas híbridas (que hesitam entre as linguagens vanguardistas e a utilização de materiais e técnicas tradicionais) e para desenhos que apresentam já uma clara intenção de modernidade. Nos projetos apresentados na primeira metade da década encontram-se desenhos que procuram assumir a vertente nacionalista, que se podem dividir em três grupos, com diferentes linguagens: • Num primeiro grupo encontramos um desenho a que podemos chamar “Monumental Fascista”, de influência Ítalo/Germânica. • Num segundo grupo encontramos um desenho a que se pode chamar “Nacionalista Urbano”, cuja principal referência seria a praça do Areeiro, de Cristino da Silva. • Finalmente, no terceiro grupo, encontramos um desenho “regionalista” com influência de Raul Lino. Se esta é a regra geral, na primeira metade da década, a partir de 1944 começamos a encontrar alguns sinais de mudança: um progressivo abandono das linguagens de influência Fascista ou Nacionalista e uma maior coerência no uso da linguagem “regionalista”, em projetos onde se reconhece uma concordância entre a forma orgânica das plantas e o carácter tradicionalista dos alçados. Mas, paralelamente, começam a surgir sinais pontuais de uma vontade de atualização de linguagens: • trabalhos onde a linguagem “casa portuguesa” é aplicada em projetos que, com outro desenho de alçados, se diriam “modernistas”, pela conceção em planta (e pelo próprio grafismo utilizado no seu desenho); • trabalhos onde uma planta de desenho moderno corresponde a um desenho depurado de alçado, que já não é “casa portuguesa” mas também não é claramente modernista; • trabalhos onde encontramos uma linguagem híbrida, que tenta fazer a síntese entre umas mal assimiladas raízes da arquitetura popular portuguesa e uma linguagem vanguardista, que vai fascinando cada vez mais os discentes apesar da dificuldade em conseguir informação. Assim, é apenas em maio de 1945 que surgem os primeiros desenhos claramente modernos, tanto em planta como nos alçados e na conceção volumétrica e estrutural. Num universo de 74 trabalhos de CODA apresentados antes de 1948 (arquivados no Centro de Documentação da FAUP), estes sinais de modernidade são exceções à já referida regra geral: linguagem com influência das doutrinas do Estado Novo (“Monumental Fascista”, “Nacionalista Urbano” ou “casa portuguesa”) ou um desenho híbrido, hesitante entre o respeito pela tradição e a vontade de ser moderno. A realização do primeiro Congresso Nacional de Arquitectura parece ter sido essencial na concretização dessa aspiração à modernidade; depois de 1948, são já maioritários os CODA que apresentam uma vontade de adesão ao “estilo internacional”. Mas, nos anos imediatamente anteriores, o papel de Carlos Ramos parece ter sido essencial na criação de uma maior abertura no ensino da EBAP, permitindo o aparecimento de uma verdadeira consciência moderna, que se torna evidente nas primeiras gerações formadas após a sua entrada na Escola.
TipoCapítulo de livro
URIhttps://hdl.handle.net/1822/51010
ISBN978-989-8665-18-8
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:EAAD - Livros e Capítulos de Livros

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