Who benefits from Western forms of education? Unveiling ‘epistemological blindness’ in language teacher education

Abstract

The text analyses the impact of current educational policies on schooling and teacher education practices in Portugal with a focus on bilingual/ bicultural students. Building on selected key-concepts and themes that traverse the work of critical analysts, including the concept of “epistemological blindness”, the text seeks to analyse how the techno-rational epistemologies underlie the subtractive forms of education that are imposed on bilingual/bicultural students in Portugal. The narratives of both beginning and experienced language teachers, on teacher education programs at the University of Minho, will be used to show how Western, Eurocentric epistemologies and “epistemological blindness” work in schools to undermine progressive and inclusive education for bilingual/ bicultural children. Their narratives on their experiences and on how they resonate with critical texts on schooling will be analysed, highlighting the difficulties and dilemmas these teachers experience that can be attributed to the disempowering forms of education these students are subjected to and that are seldom questioned. The education of bilingual/bicultural students in Portugal is located on the other side of the epistemic abyss that Boaventura Sousa Santos identifies in modern Western Eurocentric rationality. The naturalization of their invisibility in Portuguese schools and the absence of a critical multicultural teacher education programs are very much justified by the prevailing curriculum and teacher education policies and practices, but also by the ‘teaching to the test’ classroom practices that disempower both students and teachers.

O texto analisa o impacto das políticas educativas atuais na escolarização e formação de professores em Portugal, focando o caso dos estudantes bilingues/ biculturais. A partir de conceitos-chave e temas oriundos do trabalho de analistas críticos e que incluem o conceito de “cegueira epistemológica” o artigo procura analisar o modo como as epistemologias tecnicistas subjazem às formas de educação subtractiva à qual os estudantes bilingues/ biculturais são sujeitos. As narrativas de professores principiantes e experientes serão usadas para evidenciar o modo como as epistemologias Ocidentais e Eurocêntricas, e a “cegueira epistemológica” funciona nas escolas para minar uma educação progressista e inclusiva para os estudantes bilingues/ biculturais. As narrativas da experiência e o modo como encontram ecos nos textos críticos sobre a escolarização serão objeto de análise, evidenciando as dificuldades e dilemas que estes professores experienciam e que podem ser atribuídos aos modos excludentes de educação aos quais estes estudantes são submetidos e que raramente são problematizados. A educação dos estudantes bilingues/ biculturais em Portugal encontra-se no outro lado do abismo epistémico que Boaventura Sousa Santos identifica na racionalidade Ocidental e Eurocêntrica moderna. A naturalização da sua invisibilidade nas escolas portuguesas e a ausência de uma educação multicultural crítica são justificadas em larga medida pelas políticas e práticas de curriculares e de formação de professores, mas também pelas práticas de avaliação das aprendizagens orientadas para e pelos testes que atuam no sentido de oprimir, quer o trabalho docente quer as aprendizagens dos estudantes.