The metamorphosis of the american sublime: nature, technology and the individual in young adult trilogy The Hunger Games

Abstract

At this moment in time, Western civilization lives greatly absorbed by technological devices which continuously shape its perception of the world. Although the domain of literature has undergone constant renovation, it has nevertheless, suffered from a lack of interest in reading. In the beginning of the 21th century, a fresh wave of interest regarding literature has arisen by the hand of Young Adult Literature. Primarily due to the resounding success of the Harry Potter saga, literature seemed to have redrawn the interest of the tender minds in search of adventures and characters with whom to find a connection. Though deemed as of lesser literary quality in comparison to the so-called “serious” literature, Young Adult Literature is frequently posited by publishing companies as a mass culture phenomenon responsible for recuperating the reading tradition and beating canonical literature in the market. A particular segment within Young Adult Literature gaining momentum at the end of the first decade of the century was that dealing with dystopic societies. Some connect this interest for dystopic societies to 9/11 attacks, an appalling proof of the human capacity for destruction, and see it as a warning call for an approaching uncertain future. The Hunger Games trilogy may very well be recognized as the epitome of the genre, presenting Katniss Everdeen as an unconventional hero who journeys through the death threating places and circumstances viciously imposed by the Capitol, the corrupt and technology– driven government of Panem. This dissertation examines Suzanne Collins’s The Hunger Games trilogy and attempts, firstly, to analyze the concept of literature and the literary canon with the aid of critical texts while establishing connections between the trilogy and classical texts, namely those of the Romantic period, in hopes of justifying the study of texts which have been invariably positioned outside the academic realm. Secondly, it attempts to analyze the concepts of wilderness, sublime and Nature, exploring their portrayal in the trilogy and how they evolve through the eyes of the first-person narrator. The relationship between the American individual, Nature and technology will be addressed with the purpose of establishing comparisons with the real world while aiming at a new approach to the American Adam myth.

Presentemente, a civilização ocidental vive extremamente absorvida por aparelhos tecnológicos que moldam continuamente a sua perceção do mundo. Apesar de o domínio da literatura ter passado por uma constante renovação, tem contudo sofrido uma falta de interesse pela leitura. No início do século XXI, uma nova onda de interesse pela literatura surgiu pela mão da literatura juvenil. Tendo como principal motor o sucesso retumbante da saga Harry Potter, a literatura parecia ter atraído o interesse das mentes sensíveis que procuravam aventuras e personagens com as quais se pudessem identificar. Embora considerada de menor qualidade literária em comparação com a literatura “séria”, a literatura juvenil é frequentemente apresentada pelas editoras como um fenómeno de cultura de massas responsável pelo recuperar da tradição da leitura e tem batido a literatura canónica no mercado. Um segmento particular dentro da literatura juvenil que ganhou tração no final da primeira década do século lida com sociedades distópicas. Alguns associam o interesse por sociedades distópicas aos ataques do 11 de Setembro, uma prova chocante da capacidade de destruição do ser humano, e vêem-no como um aviso sobre um futuro incerto que se aproxima. A trilogia Os Jogos da Fome pode ser reconhecida como o epítome do género, apresentando Katniss Everdeen como uma heroína fora do comum que enfrenta situações que atentam à vida e circunstâncias maldosamente impostas pelo Capitólio, o governo corrupto e tecnologicamente dependente de Panem. Esta dissertação examina a trilogia Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins, e pretende, primeiramente, analisar o conceito de literatura e do cânone literário com ajuda de textos críticos e simultaneamente estabelecer conexões entre a trilogia e textos clássicos, nomeadamente os do período Romântico, na esperança de justificar o estudo de textos que foram invariavelmente posicionados fora do domínio académico. Em segundo lugar, a dissertação almeja analisar o conceito de território selvagem, sublime e Natureza, explorando a sua representação na trilogia e como evoluem através dos olhos do narrador. A relação entre o indivíduo Americano, a Natureza e tecnologia será discutida com o propósito de estabelecer comparações com o mundo real e ao mesmo tempo sugerir uma nova abordagem ao mito do American Adam.