Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/61004

TítuloEntre Skopje e Guimarães: história e utopia nas visões urbanas de Kenzo Tange e Fernando Távora
Autor(es)Fernandes, Eduardo
Ferreira, Ana Pinho
Palavras-chaveSkopje
Guimarães
Kenzo Tange
Fernando Távora
Data2017
Resumo(s)No início dos anos sessenta, o metabolismo japonês representava o último folego das utopias modernas no campo do planeamento urbano, “introduzindo elementos particulares e característicos da cultura japonesa na história da organização funcional e racional da modernização” (Kurokawa, 1977, 691). No plano para a Baía de Tóquio, Kenzo Tange fundamenta a sua abordagem linear com uma analogia entre o processo de crescimento de um corpo orgânico e os fenómenos de expansão urbana. A cidade, como um ovo, tem um núcleo central, na sua fase inicial de desenvolvimento; mais tarde, num processo natural, o núcleo desenvolve-se numa coluna vertebral e quebra a casca do ovo, tornando-se um elemento essencial para a cidade. Como nos animais vertebrados, torna-se parte importante do sistema nervoso, responsável pela transmissão de sinais que fazem a conexão entre o cérebro (o centro político) e o resto do corpo. O plano para a reconstrução de Skopje (Tange, 1965-66) após o terremoto de 1963 foi uma rara oportunidade para a aplicação prática das ideias metabolistas de desenho urbano. No desenho de Tange para Skopje (não totalmente realizado), podemos reconhecer a ideia de um centro cívico organizado ao longo de uma megaestrutura axial (seguindo a analogia da "coluna vertebral"), mas também duas outras estruturas que se relacionam com a circunstância preexistente: o “city gate” e a “city wall” formam um diálogo com as principais características geográficas do local (o rio Vardar e as montanhas Vodno), mas relacionam-se também muito claramente com a história da cidade, reinterpretando a fortaleza Kale (Ferreira, 2016). À primeira vista, parece improvável a existência de uma influência distante (no espaço e no tempo) da proposta para Skopje no plano de Fernando Távora para Guimarães (1982), que não parece ter qualquer relação com as ideias urbanas de Tange. No entanto, numa observação mais cuidada, podemos reconhecer os mesmos conceitos, materializados de uma forma diferente: o traçado da nova rodovia que se assume como nova "muralha da cidade", o momento de entrada (pela via rápida) considerado como um "portão da cidade", o eixo principal de expansão, concebido em função das características topográficas locais, considerado como um "centro cívico", etc. (Fernandes, 2015). A hipótese de uma influência efetiva torna-se mais plausível se nos recordarmos da visita do arquiteto português ao Japão, para participar da World Design Conference, onde o Manifesto Metabolista foi divulgado e amplamente debatido. Mas, mesmo como resultado de uma coincidência, esta possível analogia entre Skopje e Guimarães, num confronto entre utopia e realidade, parece ser um caso de estudo interessante para o tema proposto: da Cidade Antiga à Cidade do Presente, a caminho do Futuro.
TipoArtigo em ata de conferência
URIhttps://hdl.handle.net/1822/61004
Arbitragem científicayes
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:EAAD - Comunicações

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