Delinquência juvenil: papel das zonas de residência e do conhecimento parental

Abstract

Investigações na área da delinquência juvenil apontam para uma relação entre os comportamentos delinquentes, a desordem das zonas de residência e o conhecimento parental. Contudo, não há estudos que abordem o impacto que o conhecimento parental, nomeadamente a child disclosure, possa ter na relação dos comportamentos delinquentes com o nível de desordem das zonas de residência. Assim, este estudo pretende averiguar se a desordem e a child disclosure têm impacto na frequência de comportamentos delinquentes, e se a child disclosure adota um papel moderador na relação entre as outras duas. A amostra foi constituída por 4022 participantes, entre os 12 e 21 anos, sendo 53.41% do sexo feminino. Os resultados revelaram que altos níveis de desordem estão associados a maior frequência de comportamentos delinquentes, enquanto que altos níveis de child disclosure estão associados a uma menor frequência de comportamentos delinquentes. Ainda, quando avaliadas em conjunto, a desordem e a child disclosure são melhor previsoras da frequência de comportamentos delinquentes, do que em separado. Face ao exposto, estes dados fornecem-nos bases empíricas para a criação de programas de intervenção, que trabalhem as variáveis, de forma a criar estratégias que permitam colmatar a frequência da ocorrência de comportamentos delinquentes nos jovens.

Juvenile delinquency investigations’ point to a relationship between delinquent behaviour and, neighbourhood disorder and parental knowledge. However, there are no studies that address the impact that parental knowledge, namely, child disclosure, can have on the relationship of delinquent behaviour with neighbourhood disorder. As such, this study aims to investigate whether disorder and child disclosure have an impact on the frequency of youths’ delinquent behaviour, and whether child disclosure takes on a moderating role in the relationship between the other two. The sample consisted of 4022 participants, between 12 and 21 years old, with 53.41% being female. The results revealed high levels of disorder where associated with higher frequency of delinquent behaviour, while high levels of child disclosure were associated with lower frequency of delinquent behaviour. Furthermore, when put together in a model, and analysed, disorder and child disclosure were better predictors of the frequency of delinquent behaviour, than separately. Thus, these data provide us with empirical bases for the creation of intervention programs, that work with these variables, in order to create strategies that allow us to lower the frequency of youths’ delinquent behaviour.