Regulação emocional na anorexia nervosa

Abstract

Indivíduos com anorexia nervosa relatam a existência de dificuldades de regulação emocional e adotam estratégias com o intuito de inibir a experienciação das emoções, tais como a supressão alimentar, a ingestão alimentar compulsiva e comportamentos purgativos. Este trabalho procurou estudar a relação da regulação emocional com características clínicas dos indivíduos, como a gravidade, o subtipo, a faixa etária e o tempo de evolução da patologia. Os participantes foram 125 pacientes com diagnóstico de anorexia nervosa em tratamento para perturbações alimentares e foram utilizados os dados iniciais pré-tratamento. Em conclusão, registaram-se diferenças entre os participantes ao nível da faixa etária e descobriu-se que a relação entre as dificuldades de regulação emocional e a restrição alimentar é mediada por indicadores relativos ao humor negativo e aos comportamentos atitudinais. Estes resultados reforçam a importância de se apostar numa intervenção individualizada e estruturada para estes pacientes, de modo a que estes possam obter o melhor prognóstico e remissão possível.

Individuals with anorexia nervosa report difficulties in emotional regulation and usually adopt strategies to inhibit the experience of emotions, such as food suppression, compulsive eating and purgative behaviours. This work sought to study the relationship between emotional regulation and clinical characteristics of the individuals, such as severity, subtype, age and the pathology’s time of evolution. The participants were 125 patients diagnosed with anorexia nervosa in treatment for eating disorders and the data used were the initial, pre-treatment ones. In conclusion, there were differences among the participants at the age group level and we found that the relationship between emotional regulation difficulties and dietary restriction is mediated by indicators related to negative humour and attitudinal behaviours. These results reinforce the importance of investing in an individualised and structured intervention for these patients, so that they can obtain the best possible prognosis and remission.