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https://hdl.handle.net/1822/71199
Título: | Desafios, vivências e experiências dos enfermeiros de família no contexto pandémico: um estudo de caso em ensino clínico |
Autor(es): | Pereira, Rui Pedro Gomes Cunha, Juliana Cascão Muniz Guedes Pinto |
Palavras-chave: | Enfermagem de Família Relações enfermeiro-paciente Pandemia COVID-19 Pesquisa em Enfermagem de Prática Clínica |
Data: | 2021 |
Resumo(s): | INTRODUÇÃO: O ensino clínico em contexto de unidades de saúde familiar propicia aos estudantes o contato com enfermeiros de família, profissionais que detêm enorme proximidade com as famílias, conhecendo as suas trajetórias e transições. O vínculo, a empatia, a confiança e o respeito mútuo são indispensáveis para um relacionamento interpessoal que permita construir uma relação terapêutica eficaz. O cenário pandémico condicionou a interação entre enfermeiros e famílias, tornando-se necessário compreender quais os desafios, respostas e adaptações que emergiram desta nova realidade. OBJECTIVOS: O presente trabalho tem como o objetivo geral identificar as vivências do enfermeiro de família no seu dia-a-dia de trabalho no contexto da pandemia Covid-19, e como objetivos específicos, descrever e analisar as vivências do EF e o seu relacionamento com as famílias que acompanha face ao contexto pandémico. Nesta medida foram identificadas as respostas, perceções e experiências relatadas por parte dos profissionais face aos constrangimentos e limitações do exercício profissional aportados pelo quadro atual. METODOLOGIA: Optou-se por uma metodologia qualitativa que permitisse identificar descrever e compreender as vivências dos enfermeiros no que tange aos sentimentos experienciados durante o contexto da pandemia. O trabalho foi desenvolvido numa Unidade de Saúde Familiar (USF) situada num concelho urbano do norte de Portugal. Foi utilizada uma amostra composta por quatro EF que exercem funções nesta USF (Modelo B). A seleção da amostra baseou-se nos critérios de inclusão: a) ser enfermeiro de família; b) ter mais de 2 anos de exercício na unidade de saúde; c) disponibilidade para participar voluntariamente no estudo. A recolha de dados foi efetuada através de uma entrevista baseada num guião semiestruturado. Foi ainda elaborado um termo de consentimento livre e informado assinado pelos participantes do estudo, sendo garantido o anonimato e confidencialidade dos dados recolhidos. A análise dos dados foi realizada segundo Bardin (2011). Inicialmente foram transcritas as entrevistas após codificação, realizaram-se várias leituras das mesmas e estabeleceram-se conceitos-chave a partir das ideias que foram expressas. O período para recolha de dados foi janeiro de 2021. RESULTADOS: Participaram três enfermeiras e um enfermeiro com idades entre 36 e 50 anos, todos casados. Dois especialistas em Enfermagem de Saúde Comunitária na área de Saúde Familiar e dois com o grau de Mestre. O tempo médio de exercício profissional é de 21 anos, 14 como EF na USF. Das entrevistas emergiram as categorias: a) experiências vivenciadas e b) a comunicação interpessoal. Destacaram-se as subcategorias: medo, incerteza, insegurança, tristeza, impotência, ansiedade e cansaço que representam sentimentos negativos expressados pelos enfermeiros. Destacaram-se também as subcategorias resiliência e união da equipa como sentimentos positivos. Quanto à subcategoria organização de trabalho, os principais fatores mencionados foram: reestruturação da organização do trabalho, tempo de duração das consultas, horários, colaborações extra USF e alterações do planeamento e da acessibilidade aos cuidados por parte dos clientes e famílias. Também a comunicação interpessoal com os clientes e famílias sofreu alterações significativas no contexto pandémico, nomeadamente a comunicação terapêutica devido ao uso de EPI e aos contactos não presenciais / domiciliários. Foram estabelecidas e implementadas novas estratégias de comunicação: verbal, não verbal e à distância (digital e móvel). CONCLUSÕES: No que se refere à prática de enfermagem de família, a pandemia originou consequências significativas. Os EF relataram que tiveram de se readaptar a fim de dar resposta às necessidades dos clientes e famílias. Estes expressaram sentimentos negativos sobretudo aquando da fase inicial da pandemia, e positivos, já numa fase tardia. Contudo, o maior impacto vivenciado foi na comunicação interpessoal e relação terapêutica, nomeadamente a comunicação não verbal que foi condicionada pelo uso de máscaras e demais EPI. |
Tipo: | Comunicação oral |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/71199 |
Arbitragem científica: | yes |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | ESE-CIE - Comunicações / Communications |
Ficheiros deste registo:
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