Avaliação da satisfação profissional dos enfermeiros num serviço de urgência em tempos de pandemia pela COVID-19

Abstract

Objetivos: Este estudo tem como objetivo geral avaliar o nível de satisfação profissional dos enfermeiros que trabalham num serviço de urgência durante a pandemia por COVID-19. Como objetivos especificos definimos: identificar fatores sociodemográficos com impacto no nível de satisfação laboral dos enfermeiros que trabalham em contexto de serviço de urgência e explorar a relação existente entre o nível de satisfação profissional dos enfermeiros que trabalham no SU e as variáveis sociodemograficas e profissionais. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e correlacional. A amostra é não probabilística por conveniência de enfermeiros a exercer funções em contexto de serviço de urgência de uma instituição de saúde do Norte de Portugal. Foi aplicado um questionário sociodemográfico e profissional e a Escala de Satisfação dos Enfermeiros com o Trabalho. Resultados: Participaram no estudo 57 enfermeiros, a maioria do sexo feminino, sem realização de mestrado ou título de especialista. O contrato com a instituição era sem termo em 80,7% dos casos, com 87,7% a realizar horário com contemplação de trabalho noturno. O domínio de satisfação com maior pontuação (ponderada a uma escala de 1 a 5) foi relação com os colegas de trabalho (mediana: 3,4; amplitude interquartil: 0,60), com a menor satisfação registada no domínio de valorização e remuneração (mediana: 1,8; amplitude interquartil: 0,80). Conclusões: Os enfermeiros do serviço de urgência apresentam um maior grau de satisfação laboral na relação com os colegas e um menor nível de satisfação com a sua valorização e remuneração. O género, tipo de vínculo, as habilitações literárias e o tipo de horário têm um impacto significativo em diferentes domínios da satisfação laboral. São necessários estudos futuros multicêntricos para avaliação da satisfação laboral, assim como, para se compreender a potencial modificação da satisfação laboral com a evolução da pandemia na fase de uma maior cobertura de vacinação.

Aim: The main goal of this work was to describe the job satisfaction level of nurses working in an emergency department during the COVID-19 pandemic. The secondary goals are identifying sociodemographic and profession-related factors with an association with job satisfaction in this context. Materials and Methods: This is a quantitative, descriptive and correlational study. We obtained a non-probabilistic sample by convenience of nurses with a job on assisting patients in an emergency department in Northern Portugal. A questionnaire assessing sociodemographic and professional variables was applied, along with the Escala de Satisfação dos Enfermeiros com o Trabalho (Nurses Job Satisfaction Scale). Results: We included 57 nurses, mainly female, with no title regarding specialty or master degree. An open-ended labor contract was observed in 80,7% of the participants, and 87,7% had a labor schedule that included night shifts. The satisfaction domain with better score (scores normalized to a scale ranging from 1 to 5) regarded relationship with coworkers (median: 3.4, interquartile range : .60), and the lowest score for work value and payment (median: 1.8, interquartile range : .80). Conclusions: Nurses working in emergency departments show a greater job satisfaction regarding their coworkers and a lower satisfaction with work value and payment. Gender, type of contract, schedule and academic qualifications had a significant impact in different levels of job satisfaction. Further multicentric studies are necessary for assessing job satisfaction levels in emergency department nurses during the pandemic, has well as for understanding the temporal gain in satisfaction that factors such as vaccination might imply.