A comunicação nos órgãos de poder local: o uso do protocolo

Abstract

Todos temos conhecimento de que é impossível não comunicar, quer tenhamos intencionalidade ou não, quer seja consciente ou inconsciente, todos e tudo comunica. Mesmo sem mensagem oral há comunicação, por exemplo, através da forma como nos vestimos ou nos posicionamos em determinado local ou evento. E as organizações não fogem a este paradigma. A comunicação é aquilo que torna uma organização possível e, tal como diz Karl Weick (1995, p. 75), “a atividade de Comunicação é a organização”. Se por volta dos anos 20 a Comunicação Organizacional caracterizava-se como um mero instrumento de controlo e poder, hoje esta desempenha um papel vital para a construção da identidade e da cultura de qualquer organização. Apesar de terem um cariz público e administrativo, as autarquias não são exceção no que toca à procura da construção de uma boa imagem e da criação de melhor relação com os seus públicos. As Câmaras Municipais têm apostado, por isso, na implementação de gabinetes de comunicação com profissionais especializados na área, através dos quais procuram alcançar, para além de uma maior notoriedade, uma maior confiança e proximidade junto dos públicos. No entanto, inevitavelmente, surgem algumas dúvidas/incertezas inerentes a esta questão. Será que esses gabinetes existem mesmo na prática ou apenas na teoria? E os profissionais que desempenham as funções são formados na área ou não? Que atividades desempenham estes profissionais? Que lugar ocupa o Protocolo nas tarefas dos gabinetes de comunicação? Tendo por referência a experiência de estágio realizada na Câmara Municipal de Fafe entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, este relatório de estágio centra-se no papel dos gabinetes de comunicação afetos às autarquias, dando especial atenção ao sistema protocolar existente. Nesse sentido, para além de relatar as atividades profissionalizantes realizadas no período referido, procura-se refletir sobre a importância da Comunicação profissional aliada ao sistema protocolar no quadro do poder local.

We all know that it's impossible not to communicate, whether we mean to or not, whether it's conscious or unconscious, everyone and everything communicates. Even without an oral message, there is communication, for example through the way we dress or position ourselves in a particular place or event. And organizations are no exception to this paradigm. Communication is what makes an organization possible. As Karl Weick (1995, p. 75) said, "the activity of communication is the organization". While in the 1920s Organizational Communication was characterized as a mere instrument of control, today it plays a vital role in building the identity and culture of any organization. Despite their public and administrative nature, local authorities are no exception when it comes to build a good image and create a better relationship with their publics. Municipalities have therefore invested in setting up communications offices staffed by experts to achieve not only notoriety, but also trust and proximity to the public. However, some doubts remain. Do these offices really exist? Are the workers really experts on Public Relations, Journalism or Protocol? What activities do these professionals carry out? This internship, carried out at Fafe Council between October 2022 and January 2023, focuses on the role of communication offices in local authorities, paying special attention to the Protocol system. In addition to reporting on the professional activities carried out during this period, the aim is to reflect on the importance of professional Communication combined with the Protocol system of local government.