Inclusão de crianças com paralisia cerebral no pré-escolar: perspetivas dos pais

Abstract

A inclusão é tida como uma “perspetiva emergente que a maioria das sociedades se terão dado a si mesmas como meta a atingir, conscientes, não obstante do largo processo que as separa de uma meta tão complexa” (UNESCO, 2009). Desta forma, a inclusão incute uma grande responsabilidade às escolas do ensino do regular e a toda a comunidade educativa no respeito pela diversidade e o dever de satisfazer as Necessidades Educativas Especiais. A Paralisia Cerebral, sendo uma perturbação inserida nas Necessidades Educativas Especiais, de onde advêm limitações ao nível do envolvimento e da participação da criança no contexto educativo, exige o desenvolvimento de um conjunto de medidas e estratégias que potenciem a igualdade de oportunidades e a inclusão destas crianças. Assim, o presente estudo pretende averiguar através das perspetivas dos pais, aspetos que se prendem com a inclusão do pré-escolar de crianças com paralisia cerebral. Para tal, foi utilizada a metodologia qualitativa, com recurso à realização de entrevistas semiestruturadas a seis mães do distrito de Braga, com filhos com Paralisia Cerebral a frequentar o pré-escolar. Os resultados do estudo indicam de acordo com as perspetivas dos pais, que nem todas as crianças com Paralisia Cerebral beneficiam verdadeiramente de um processo de inclusivo, isto é, não são feitas as adaptações [ao currículo e materiais] necessárias para a potencialização da capacidade do seu filho com Necessidades Educativas Especiais, há inexistência de apoios e serviços especializados, falta de coordenação entre os profissionais da escola e das Equipas Locais de Intervenção, falta de informação aos pais sobre as competências dos diversos serviços e profissionais envolvidos. Todavia, apesar das dificuldades que os pais referem, há tentativas de implementação da inclusão por parte das escolas.

Inclusion is seen as an "emergent perspective that most societies have given themselves a goal to achieve, conscious, despite the long process that separates such a complex goal" (UNESCO, 2009). Thus, the inclusion instills a great responsibility to schools teaching the regular and the entire educational community with respect for diversity and the duty to meet the Special Educational Needs. Cerebral Palsy, a disorder being inserted in the Special Educational Needs, where the constraints come from the involvement and participation of the child in the educational context level requires the development of a set of measures and strategies that foster equal opportunities and inclusion of these children. Thus, this study seeks to ascertain through the perspectives of parents, aspects which relate to the inclusion of preschool children with cerebral palsy. For this, was used a qualitative methodology, semi-structured interviews to conduct six mothers in the district of Braga, with children with cerebral palsy attending preschool. The results of the study indicate, according to the perspectives of parents, that not all children with cerebral palsy benefit from a truly inclusive process, ie, they are not made adjustments [to the curriculum and materials] necessary for the enhancement of the capacity of your child with Special Educational Needs, there is a lack of support and specialized services, lack of coordination between school professionals and the Local Intervention Teams, lack of information to parents about the responsibilities of the various services and professionals involved. However, despite the difficulties that parents report, there are attempts to implement inclusion by schools.