Dor crónica: preditores, moderadores e mediadores da qualidade de vida

Abstract

A dor crónica compõe uma causa frequente de morbilidade, interferência com o funcionamento diário, diminuição da saúde do indivíduo e consequente declínio da qualidade de vida. O presente estudo teve por objetivo identificar os preditores, moderadores e mediadores da qualidade de vida em pacientes com dor crónica. Sessenta e três pacientes, inscritos na Unidade de Dor Crónica do Hospital de Braga, participaram no estudo por meio do preenchimento de instrumentos de autorrelato. Os resultados mostraram que os preditores da qualidade de vida física foram a interferência da dor, o coping focado na doença e o coping focado no bem-estar, enquanto que a morbilidade psicológica foi preditora da qualidade de vida mental. O coping focado no bem-estar moderou a relação entre a interferência da dor e a qualidade de vida física e a morbilidade psicológica mediou a relação entre a catastrofização e a qualidade de vida mental. Os resultados enfatizam assim a necessidade de intervir nesta população ao nível da morbilidade psicológica e na promoção de estratégias de coping focadas no bem- estar, de forma a gerar respostas mais adaptativas e promover a qualidade de vida nestes pacientes.

Chronic pain makes up a frequent cause of morbidity, interference with daily functioning, decrease health and consequent decline in quality of life. This study aimed to identify the predictors, moderators and mediators of quality of life in patients with chronic pain. Sixty-three patients enrolled in the Chronic Pain Unit of the Braga’s Hospital, participated in the study by completing the self-report instruments. Results indicated that pain interference, illness-focused coping and wellness-focused coping predicted the physical dimension of quality of life and that psychological morbidity was a predictor of mental quality of life. Wellness-focused coping moderated the relationship between interference of pain and physical quality of life and psychological morbidity mediated the relationship between catastrophizing and mental quality of life. These results emphazise the need to acount for psychological morbidity in the treatment of this kind of population as well as promoting wellness-focused coping strategies in order to generate more adaptive responses and improve quality of life in chronic pain patientes.