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https://hdl.handle.net/1822/48645
Título: | A saúde, o sofrimento e o trabalho dos professores da Universidade Óscar Ribas em Luanda |
Autor(es): | Pena, Liliana Sousa |
Orientador(es): | Remoaldo, Paula Cristina Almeida |
Palavras-chave: | saúde sofrimento trabalho psicodinâmica do trabalho professores universitários docência Luanda health suffering work psychodynamics of work university professors teaching |
Data: | 5-Set-2017 |
Resumo(s): | A presente investigação tem como principal objetivo analisar as relações entre a saúde, o
sofrimento e o trabalho dos professores universitários da Universidade Óscar Ribas
(U.O.R.), em Luanda. E tem como objetivos específicos: caraterizar o contexto e
organização do trabalho docente na (U.O.R.); identificar os sintomas biopsicossociais e
analisar os sentimentos de prazer e sofrimento relacionados com o trabalho; identificar as
estratégias que os docentes usam, para enfrentar as dificuldades e o sofrimento no trabalho;
e por último, propor um modelo de intervenão em saúde ocupacional (M.I.S.O.).
Alicerçámos esta investigação em dois referenciais teóricos: o modelo salutogénico de
Aaron Antonovsky (1978) e a Psicodinâmica do Trabalho de Christophe Dejours (1980).
Procura-se ainda demonstrar a congruência da relação entre estes dois modelos, e entre
eles, e a Teoria da Autopoiésis de Maturana e Varela (1972). Utilizou-se uma metodologia
mista, visando a aplicação de um questionário, de duas escalas e de uma entrevista
semiestruturada a 56 docentes da U.O.R.. Verificou-se a coexistência de níveis moderados
de prazer e de sofrimento, em 54% e 50% dos inquiridos, respetivamente, o que sugere que
estão a empregar estratégias defensivas no trabalho. Face a vississitudes na esfera
profissional e privada, preferem o uso de estratégias de defesa ‘individuais’, tais como a
autoreflexão, a oração, a prática de desporto, o ouvir música, a leitura e o desabafar com
familiares ou amigos. As condições de trabalho foram percecionadas como ‘más’ por 64%
dos inquiridos e a organização do trabalho foi percecionada como boa e fléxivel por 50%.
No entanto, referem a necessidade de clareza nas regras de trabalho e uma comunicação
mais estreita com as chefias/entidade promotora. Revelaram-se como fatores fundamentais
para as vivências de prazer no trabalho e conservação da saúde, o reconhecimento, o bom
relacionamento com os colegas, a identificação com as tarefas realizadas e a remuneração.
Identificaram-se alguns fatores de risco para as vivências de sofrimento e possíveis agravos
para a saúde, como o não realizar atividades desportivas, o não ter tempo para atividades
de lazer, o exercício de cargos de gestão e o lecionar em período diurno e noturno, de forma
simultânea. Em relação à sintomatologia associada à atividade profissional, verificou-se
que apenas 25% dos docentes inquiridos por questionário apresentaram níveis moderados
em sintomas físicos (sendo os mais salientes as alterações de sono, as dores de cabeça e as
dores no corpo), 11% apresentaram resultados moderados em sintomas sociais (sendo as
queixas mais salientes a dificuldade no relacionamento familiar e nas tomadas de decisão,
assim como o desinteresse pelas pessoas) e apenas 2% apresentou resultados críticos em
sintomatologia psíquica (sendo os sintomas mais prevalentes a tristeza e a irritação com
tudo o que acontece na vida). The present research aims to analyze the relations between health, suffering and the work of university professors of Universidade Óscar Ribas (U.O.R.), in Luanda. Its specific objectives are: to characterize the context and organization of the teaching work in U.O.R.; Identify biopsychosocial symptoms and analyze the work-related feelings of pleasure and suffering; Identify the strategies teachers use to cope with difficulties and suffering at work; And, finally, present a model of intervention in occupational health (M.I.S.O.). We based our research on two theoretical frameworks: the Salutogenic Model of Aaron Antonovsky (1978) and the Work Psychodynamics of Christophe Dejours (1980). We also seek to demonstrate whether these two models are congruent to each other, as well as to the Theory of Autopoiesis of Maturana and Varela (1972). We used a mixed methodology, by using a two-scale questionnaire and a semi-structured interview to 56 teachers. Results show moderate levels of pleasure and suffering in 54% and 50% of respondents, respectively, which suggests that they are employing defensive strategies at work. When faced with problems or suffering in the professional or private sphere, they prefer the use of 'individual' defense strategies, such as self-reflection, prayer, practising sports, listening to music, reading and talking with family or friends. The working conditions are perceived as 'bad' by 64% of the respondents whereas the organization of the work is perceived as good and flexible by 50%. However, they mention the need for clarity in the work rules and a closer communication with the bosses, and from the promoter entity. Getting recognition from managers, having a good relationship with the colleagues, identifying themselves with the tasks they do and the income came up as fundamental factors to experience satisfaction at work and the preservation of health. On the other hand, not doing sports, not having time for leisure activities, holding management positions and teaching night and day time simultaneously, have been identified as risk factors that may lead to experiencing suffering and possible health problems. As for the symptoms associated with the professional activity, only 25% of teachers questioned by questionnaire showed moderate levels of physical symptoms (the most salient being sleeping disorders, headache and body ache), 11% have social symptoms (the most salient complaints being difficulties in family relationships and decision making, as well as loss of interest in people) whereas only 2% presented critical results in psychic symptoms (the most prevalent symptoms are, being sadness and irritation at every life event). |
Tipo: | Tese de doutoramento |
Descrição: | Tese de Doutoramento em Geografia (Especialidade em Geografia Humana) |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/48645 |
Acesso: | Acesso aberto |
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