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TítuloVariação no uso de porque em português: fatores linguísticos e sociais
Autor(es)Aguiar, Joana
Palavras-chavevariação linguística
relações de causalidade
porque
DataOut-2019
EditoraInstituto Politécnico de Bragança (IPB)
CitaçãoAguiar, J. (2019). Variação no uso de porque em português: fatores linguísticos e sociais. In C. Araújo, C. Teixeira, C. Falcão, L. Santos, P. Fernandes, & V. Gonçalves (2019). I Encontro Internacional de Língua Portuguesa e Relações Lusófonas: LUSOCONF2018: livro de atas (pp. 71-82). Bragança: Instituto Politécnico. ISBN 978-972-745-248
Resumo(s)Em português, o elemento de ligação porque estabelece uma relação de causalidade entre duas proposições ou dois atos de fala. Adoptando a proposta de Sweetser (1990), considera-se que a relação de causalidade pode ser tripartida em: causa real (1), causa explicativa (2), e causa interacional (3). (1) A Ana escorregou porque o chão estava molhado. (2) A Ana não deve gostar de marisco, porque não comeu nada. (3) Vai desligar as luzes. Porque precisamos de poupar energia. Do ponto de vista sintático, as estruturas introduzidas por porque não constituem uma classe de estruturas homogéneas (Lobo, 2003, 2013; Peres & Mascarenhas, 2006; Mendes, 2013; Aguiar & Barbosa, 2016). Os resultados de testes de escopo e clivagem apoiam a classificação destas estruturas em orações subordinadas adverbiais (não periféricas) (1) e estruturas suplementares (2, 3). Neste sentido, as orações subordinadas não-periféricas estão integradas na oração principal, c-comandadas ao nível de TP (Lobo, 2003), ao passo que as suplementares são estruturas paratáticas, com recurso a um operador, que estabelecem uma relação de dependência semântica com a estrutura à qual estão ancoradas, apesar de não estarem integradas, do ponto de vista sintático, nesta (Huddleston & Pullum, 2002; Peres & Mascarenhas, 2006). Tendo em consideração a classificação semântica e sintática das estruturas introduzidas por porque, este trabalho explora, a partir de uma perspetiva variacionista laboviana (Labov, 1972 e seguintes), a frequência de ocorrência destas estruturas e a sua distribuição de acordo com o sexo, a idade, e a escolaridade do informante. Os corpora em análise são compostos: (i) por textos redigidos a pedido por informantes adultos e não adultos, mediante tarefas controladas; e (ii) por textos recolhidos da blogosfera, redigidos apenas por falantes adultos. Os resultados mostram que a relação de causa explicativa é mais frequente, principalmente nos textos redigidos por informantes mais velhos e com mais escolaridade. Pelo contrário, os informantes mais novos e com menos escolaridade tendem a estabelecer mais frequentemente relações de causa real. Estes resultados ilustram o pressuposto de que a relação de causa real é mais facilmente processada (Noordman & Blijzer, 2000). O recurso a um conector explícito de alta frequência (Costa, 2010), como é o caso de porque é, assim, uma estratégia básica de argumentação e de estruturação textual em falantes mais novos e em falantes com menos escolaridade.
TipoArtigo em ata de conferência
URIhttps://hdl.handle.net/1822/62775
ISBN978-972-745-248
Arbitragem científicayes
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:CEHUM - Artigos em livros de atas

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