A menina gotinha de água, de Papiniano Carlos: da "força criadora da natureza" à "alegria invencível de viver e de criar"

Abstract

Este ensaio privilegia a obra A Menina Gotinha de Água (1963), clássico da literatura portuguesa para a infância da autoria de Papiniano Carlos (1918-2012), escritor-poeta situado no ideário estético neo-realista. Ficcionalizando o tópico naturalista do ciclo da água, o texto, uma narrativa em versos livres com uma especial cadência, é perpassado por elementos simbólicos e por valores como a persistência, a união e a liberdade, entre outros. Trata-se, pois, de uma melodia de louvor, composta num registo vivo, marcada pela personificação e pela matáfora, bem como por uma expressiva arquitectura, assente, por exemplo, na repetição.