Open innovation strategies in resilient micro-firms and SME: navigating non-knowledgeable grounds

Abstract

O presente trabalho aborda a inovação aberta (Chesbrough, 2003) em micro e pequenas e médias empresas industriais (MPME), e como esta esteve ligada à resiliência e sustentabilidade destas empresas durante a recessão portuguesa de 2010-2013. A tese procura abordar porque a inovação aconteceu de forma aberta e em rede entre certas microempresas e PME industriais, como essas empresas adotaram a inovação aberta como uma estratégia de resiliência e como certos artefactos informacionais parecem dar suporte à inovação aberta. O enquadramento teórico inclui dimensões que abordam os principais autores da inovação aberta, autores de referência sobre globalização, capitalismo, resiliência e as capacidades das empresas. O contexto de não-conhecimento assenta na abordagem de Daniel Innerarity e nos períodos retratados pelo Comité de Datação dos Ciclos Económicos Portugueses. Propõe-se uma abordagem qualitativa de estudo de caso, baseada na recolha através de entrevistas em profundidade: cinco casos sobre micro e pequenas empresas industriais de diversos setores (gestão de resíduos, engenharia de materiais, gestão da água, engenharia aeroespacial e automação e TI). Comprova-se a existência de processos de inovação aberta que se materializam, sobretudo (mas não exclusivamente), no desenvolvimento de software customizado, entre parceiros. Esta colaboração proporciona às MPME a partilha de tecnologia, conhecimento e clientes, assim como intervenienteschave no contexto da investigação e transferência de conhecimento, aumentando o seu potencial de resiliência no contexto da turbulência da crise de 2010-2013. São descritos aspetos críticos associados aos processos, tais como os que se relacionam com a abertura e a resistência, reputação, confiança, redes, fluxos relacionados com a globalização, capacidades no contexto das redes de MPME, bem como as dimensões que se refletem nos sistemas e tecnologias de informação. Dada a relevância económica das MPME, em concreto para a economia Portuguesa, a existência de processos de inovação aberta nas empresas da mais pequena dimensão suscita a proposta de um modelo específico, onde figuram os diversos intervenientes relevantes. Possibilidades de investigação futuras poderão incluir a colaboração direcionada entre MPME, a facilitação das conexões, controlo e filtros, o contributo dos sistemas de informação para potenciar a criação de valor, facilitando o papel de hub de certos intervenientes e como o conhecimento pode ser mapeado em contextos específicos; ganha sentido a investigação-ação sobre a inovação aberta entre as MPME e como os sistemas de informação a potenciam.

The present work addresses open innovation (Chesbrough, 2003) in industrial micro, small and mediumsized enterprises (MSME), and how open innovation was connected to these firms’ resilience and sustainability during the 2010 to 2013 Portuguese recession period. The thesis seeks to address why innovation happened in an open and networked fashion between certain industrial microfirms and SME, how these firms adopted open innovation as a resilience strategy and how certain information artifacts seem to uphold open innovation. Several dimensions or layers are presented as a theoretical framework for the analysis, including main authors on open innovation, reference authors on globalization, capitalism, resilience and firms’ capabilities. The non-knowledgeable context is based on Daniel Innerarity’s approach and periods portrayed by the Committee of Experts for the Dating of Portuguese Economic Cycles. A case study qualitative approach, based on in-depth interviews, addresses five cases framing industrial MSME of several sectors (waste management, materials engineering, water management, aerospace engineering and automation and IT), where the existence of cases of open innovation shows in association mainly (although not only) through the development of customized software among partners. Collaboration gives these MSME the possibility to share technology, knowledge, their network of clients, as well as key actors of research and knowledge transfer, increasing their potential for resilience in the context of the turmoil of the Portuguese crisis of 2010-2013. The description of critical aspects associated with these processes includes openness and endurance, reputation, trust, networks, flows related to globalization, MSME capabilities, as well as information systems and technologies dimensions. Given the relevance and weight of MSME for the economic panorama, in particular for the Portuguese economy, the demonstration of the existence of open innovation processes in MSME leads to the proposition of a specific model, including various actors. Future research in information systems can address easing purposeful collaboration among MSME, including connections as well as gatekeeping processes, increasing the potential of IS for specific ways of value fix, facilitating the hub role of certain connections and actors and how knowledge can be oriented in specific transfer contexts; research or even action research related to the pandemic period will certainly bring more knowledge on the open innovation processes among MSME, and how IS can frame these processes.