O cyberbullying em contexto português: validação de escalas de perpetração e vitimização

Abstract

O cyberbullying é um ato agressivo de caráter repetitivo com objetivo de provocar desconforto à pessoa a quem se dirige, envolvendo normalmente uma discrepância de poder entre a vítima e o agressor, representando um dos principais problemas associados ao uso indevido da internet. O objetivo deste estudo é validar, para a população portuguesa, uma escala desenvolvida por Lee et al. (2017) que estuda a perpetração e vitimização do cyberbullying. A amostra foi composta por 475 participantes com idades entre os 18 e os 59 anos. As escalas revelaram boa consistência interna. Na análise confirmatória verificam-se índices baixos de ajustamento e na análise fatorial observam-se algumas exceções face à estrutura proposta originalmente. Foi possível estabelecer validade convergente entre as escalas utilizadas. Os resultados discutidos foram de encontro ao esperado. De facto, os construtos de agressividade e empatia parecem relacionar-se, respetivamente, com a perpetração e vitimização do cyberbullying. Futuros estudos que incidam sobre os mesmos construtos devem estar protegidos com critérios de inclusão mais rigorosos.

Cyberbullying is defined as an aggressive and repetitive act with the goal of causing discomfort to the person it is aimed at, usually envolving an imbalance of power between the bully and the bullied, representing one of the main issues associated with the wrongful use of the internet. This study intends to validate, for the Portuguese population, a scale developed by Lee et al. (2017) that studies the perpetration and victimization related to cyberbullying. The sample was composed of 475 participants, aged between 18 and 59 years old. Results showed that the scales have internal consistency. The confirmatory analysis indicates low levels of adjustment, and the factorial analysis shows some exceptions compared to the originally proposed structure. Convergent validity was established between the utilized scales. The results of this study were as expected. The aggressiveness and empathy constructs are indeed seemingly related, respectively, with the perpetration and victimization of cyberbullying. Future studies on these constructs would benefit from stricter inclusion criteria.