Desafios e novas oportunidades na comunicação de ciência: uma reflexão sobre diferentes meios de comunicação, as suas audiências e impactos

Abstract

A Comunicação de Ciência é uma área intrinsecamente complexa e multidisciplinar, cuja evolução tem sido influenciada por constantes transformações a nível institucional, social, científico e tecnológico. Além da educação formal, os meios de comunicação digital e online, como as redes socias, e os espaços e eventos científicos, como os festivais de ciência, têm emergido como meios essenciais para o contacto com a ciência. Estes formatos, e a sua evolução, têm impactos significativos não só na forma como a ciência é comunicada, mas também como esta é percebida e aceite pelos públicos. As redes sociais e os podcasts conferem um maior dinamismo e interatividade à comunicação de ciência, promovendo um alcance sem precedentes e um diálogo entre cientistas, comunicadores e o público em geral. Os podcasts, em particular, promovem ainda uma conexão mais pessoal entre o comunicador e a audiência, permitindo também dar palco a vozes menos representadas na ciência. Contudo, a rápida disseminação de informações falsas e a formação de câmaras de eco, dificultam a correta comunicação da informação científica e podem promover a emergência de opiniões polarizadas e uma maior desconfiança da comunidade científica. Os festivais de ciência, como o FIC.A, demonstraram também como a interação direta entre cientistas e o público nestes eventos é fundamental para fortalecer a confiança na comunidade científica e o interesse pela ciência dos participantes. As atividades hands-on destes festivais em áreas como a astronomia, são outro fator que contribui para fomentar o interesse dos jovens (e adultos) em tópicos e carreiras ligadas à ciência. No entanto, desafios relacionados com a diversidade dos públicos destes eventos ainda persistem e requerem estratégias inclusivas e adaptáveis para os ultrapassar. Deste modo, neste relatório, levando em consideração as experiências e conhecimentos adquiridos durante o estágio, pretende-se refletir sobre a forma como estes formatos podem chegar a públicos mais amplos e diversificados e analisar como afetam as perceções e atitudes do público em relação à ciência.

Science Communication is an inherently complex and multidisciplinary field, whose evolution has been influenced by constant transformations at institutional, social, scientific, and technological levels. In addition to formal education, digital and online media, such as social networks, and scientific spaces and events, like science festivals, are the main points of contact with science. These formats and their evolution have significant impacts not only on how science is communicated but also on how it is perceived and accepted by the public. Social networks and podcasts bring more dynamism and interactivity to science communication, promoting a wider reach and dialogue between scientists, communicators, and the public. Podcasts, in particular, foster a more personal connection between the communicator and the audience, while also providing a platform for underrepresented voices in science. However, with the rapid spread of false information and the formation of echo chambers, cam make communicating accurate scientific information challenging and can promote the rise of polarized opinions and distrust of the scientific community. Science festivals, such as FIC.A, have also demonstrated how direct interaction between scientists and the public is essential to strengthen the bonds of trust in the scientific community and participants' interest in science. Hands-on activities in areas like astronomy further contribute to sparking the interest of young (and adult) individuals in science-related topics and careers. However, challenges related to the diversity of audiences persist and require inclusive and adaptable strategies to overcome them. Thus, this report, through the experiences and insights gained during the internship, aims to reflect on how these formats can reach broader and more diverse audiences and to analyse how they affect public perceptions and attitudes towards science.