Utilize este identificador para referenciar este registo:
https://hdl.handle.net/1822/91609
Título: | Well-being and human enhancement: towards human nature developmentalism |
Outro(s) título(s): | Bem-estar e melhoramento humano: rumo à natureza humana desenvolvimentalista [i. é desenvolvimentista] |
Autor(es): | Mateus, Jorge Daniel Martins |
Orientador(es): | Rosas, João Cardoso Mendes, João |
Palavras-chave: | Bem-estar Melhoramento humano Natureza humana Natureza humana desenvolvimentalista Human enhancement Human nature Human nature developmentalism Well-being |
Data: | 14-Mai-2024 |
Resumo(s): | Nesta tese, apresento a visão que designo de Natureza Humana Desenvolvimentalista. O debate parte
da premissa basilar de que uma ideia de natureza humana deve anteceder e fundamentar qualquer
problematização em torno da permissibilidade moral de utilizar tecnologias de melhoramento humano.
Nessa medida, entendo o ser humano, essencialmente, como agente criativo propositivo. Isto é, o ser
humano realiza-se através do trabalho, que defino como o exercício livre, racionalmente controlado e
dirigido para o exercício, desenvolvimento e fruição de um conjunto específico de capacidades, aqui
denominadas componentes do florescimento. Resulta, pois, que somos seres ontológica e sociohistoricamente
constituídos: agentes cuja necessidade ontológica de criar permite a atualização das
capacidades por via de um trabalho cujas condições de efetivação são, necessariamente, social e
tecnicamente contingentes. Daqui resulta a tarefa de identificar que bens e atividades são nãoinstrumentalmente
bons para o ser humano enquanto agente criativo propositivo: o que é bom e porquê
só pode ser explicado e justificado à luz deste conceito de natureza humana. Note-se que o debate em
torno da ética do melhoramento humano nunca deixou de estar profundamente ancorado em noções
particulares de natureza humana. O que a minha abordagem traz de novo é o seguinte: i) um conceito
distinto de natureza humana; ii) uma teoria distinta de bem-estar; e iii) um modelo polivalente de
aconselhamento. As conceções de uma natureza humana e de uma teoria do bem-estar
desenvolvimentalistas dão-nos o alicerce prudencial, ético e político para avaliar a permissibilidade de
qualquer intervenção genética. Surge a seguinte cláusula: “as intervenções genéticas na linha
germinativa são moralmente permissíveis se e somente se resultarem num incremento do nosso poder
desenvolvimental ou contribuírem para o nosso florescimento como agentes criativos propositivos”.
Demasiado geral, abstrata e permissiva, a cláusula requer o desenvolvimento de um modelo
desenvolvimentalista de aconselhamento. As equipas de aconselhamento são formadas por profissionais
de várias áreas cujas competências principais consistem na prestação de auxílio médico, ético ou
religioso e na obtenção de um consentimento informado reforçado dos potenciais pacientes que desejem
submeter-se a intervenções. Este é um modelo de tomada de decisão partilhada em que o que significa
ser humano e viver uma vida boa conduzirão o debate. In this thesis, I present the view that I call Human Nature Developmentalism. The discussion starts from the basic premise that an idea of human nature must precede and underpin any problematisation around the moral permissibility of using human enhancement technologies. Therefore, I understand the human being essentially as a purposive creative agent. In other words, human beings realise themselves through labour, which I define as the freely undertaken, rationally controlled exercise directed towards the exercise, development, and enjoyment of a specific set of capacities, here called the components of flourishing. It follows, then, that we are ontologically and socio-historically constituted beings: agents whose ontological need to create allows for the actualisation of capacities through labour, the conditions for which are necessarily socially and technically contingent. This is followed by the task of identifying which goods and activities are non-instrumentally good for human beings as purposive creative agents: what is good and why can only be explained and justified at the light of this concept of human nature. It should be noted that the debate surrounding the ethics of human enhancement has never ceased to be deeply anchored in particular notions of human nature. What my approach brings that is new is the following: i) a distinct concept of human nature; ii) a distinct theory of well-being; and iii) a multi-purpose model of counselling. The developmental conceptions of human nature and well-being provide us with the prudential, ethical, and political foundation for assessing the permissibility of any genetic intervention. The following proviso emerges: “germline genetic interventions are morally permissible if and only if they increment our developmental power or otherwise contribute to our flourishing as creative purposive agents”. Too general, abstract, and permissive, the proviso calls for the development of a developmental model of counselling. Counselling teams are made up of professionals from various fields whose core competencies consist of providing medical, ethical, or religious guidance and obtaining enhanced informed consent from potential patients who wish to undergo interventions. This is a model of shared decision-making in which what it means to be human and to live a good life will lead the debate. |
Tipo: | Tese de doutoramento |
Descrição: | Tese de doutoramento em Philosophy |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/91609 |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | ELACH - Teses de doutoramento |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Jorge Daniel Martins Mateus (2).pdf | Tese de doutoramento | 2,02 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons