Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/9202

TítuloAs máscaras transmontanas: dos contrastes antropológicos às confluências filosóficas
Autor(es)Maciel, Sofia Adriana Araújo Martins
Orientador(es)Rocha, Acílio da Silva Estanqueiro
Data4-Mai-2009
Resumo(s)Este estudo tem como objecto as máscaras transmontanas, no intuito de compreender e explicar o papel que desempenham na cultura e no pensamento, num percurso multiforme que culmina numa análise que se quer no âmbito da antropologia filosófica. Conscientes da complexa realidade das máscaras, cuja natureza é essencialmente simbólica, realizámos trabalho de campo junto das comunidades que exercem a prática do mascaramento, tendo, na análise empreendida, como inspiradores principais, desde Mircea Eliade, Paul Ricoeur, Gilbert Durand, Georges Dumézil, à obra antropológica de Claude Lévi-Strauss, esta como principal referência a nível metodológico e analítico. Constatámos que as comunidades usam a máscara como forma de expressão simbólica e que esta se inscreve no interior de um sistema de significações. Neste sentido, mostramos que estes objectos não existem isolados, nem as suas funções são meramente lúdicas, mas que se apresentam como formas simbólicas do homem pensar e se relacionar consigo próprio, com os outros e com o mundo: sempre carregadas da máxima concreção, são objecto de múltiplos significados em contextos diversificados. Não se limitando a significar no campo semântico em que são chamadas a figurar, transcendem-no, para abrir novas possibilidades de sentido e, por isso, são também um sistema de significações que suscitam um constante questionamento: com as máscaras, e por meio delas, interrogamo-nos e reflectimos sobre os homens e sobre a sua forma de comunicar e descobrimos que subjacente aos comportamentos sociais existe uma lógica que justifica e fundamenta a vida em sociedade. Ainda que a sua aparência estranha, de algum primitivismo, nos leve a pensar, por alguns momentos, no absurdo e no nãosentido, perscrutamos na análise das suas relações simbólicas uma conexão interna situada ao nível do pensamento inconsciente. Por estas razões, esta investigação não se desenvolve no sentido de apresentar uma explicação acabada das máscaras, ou do uso que os homens delas fazem, porque não existe figura simbólica que seja objecto de conhecimento exaustivo, mas sim de um saber sempre mais aprofundado e mais próximo do significado. Em suma, este trabalho reconhece à máscara o seu lugar na cultura e na vida social, enquanto objecto de manifestação simbólica, e que o conhecimento alcançado é não apenas sempre inacabado como uma tarefa sem fim.
Cette étude a pour objet les masques de «Trás-os-Montes» afin de comprendre et d’expliquer le rôle qu’ils jouent dans la culture et la pensée des hommes, dans un parcours multiforme qui culmine dans une analyse relevant de l’anthropologie philosophique. Conscients de la complexe réalité des masques, dont la nature est essentiellement symbolique, nous avons réalisé un travail sur le terrain, tout près des communautés qui ont pour habitude le déguisement, ayant pour référence, au niveau méthodologique, l’oeuvre anthropologique de Claude Lévi-Strauss et les principaux inspirateurs d’analyse menée depuis Mircea Eliade, Paul Ricoeur, Gilbert Durand, Georges Dumézil. Nous avons constaté que les communautés se servent du masque comme une forme d’expression symbolique et que ce dernier s’inscrit dans un système de significations. Ainsi, nous avons montré que ces objets n’existent pas isolés, leurs fonctions ne sont pas seulement ludiques, mais ces objets se présentent en tant que formes symboliques de la façon dont l’homme réfléchit et établit des rapports avec lui-même, avec les autres et avec le monde: toujours chargés de la plus grande concrétion, ils suscitent de multiples sens en différents contextes. Ils ne se limitent pas à signifier dans le champ sémantique où ils sont appelés à figurer, ils le transcendent, pour ouvrir de nouvelles possibilités de sens et, c’est pourquoi, ils sont aussi un système de significations qui suscitent un débat permanent: avec les masques, et par leur biais, on se demande et on réfléchit aux hommes et à leur façon de communiquer et on découvre que derrière les comportements sociaux il existe une logique qui justifie et assure la vie en société. Bien que son apparence étrange et quelque peu primitive nous amène parfois à penser à l’absurde et au non-sens, on perçoit dans l’analyse de ses rapports symboliques une connexion interne située au niveau de la pensée inconsciente. Dès lors, cette investigation ne se déroule pas dans le sens de présenter une explication aboutie sur les masques, ou bien de l’usage qu’en font les hommes, car il n’existe pas une figure symbolique qui soit objet de connaissance exhaustive, mais d’un savoir de plus en plus approfondi et plus proche du signifié. En somme, ce travail reconnaît l’importance du masque dans la culture et dans la vie sociale, en tant qu’objet de manifestation symbolique et, en même temps, il montre que sa nature présente une vérité à peine relative, un savoir toujours inachevé, un travail sans fin.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Filosofia (ramo de conhecimento em Antropologia Filosófica)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/9202
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CEHUM - Teses de Doutoramento

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato 
Tese Sofia.pdf128,01 MBAdobe PDFVer/Abrir

Partilhe no FacebookPartilhe no TwitterPartilhe no DeliciousPartilhe no LinkedInPartilhe no DiggAdicionar ao Google BookmarksPartilhe no MySpacePartilhe no Orkut
Exporte no formato BibTex mendeley Exporte no formato Endnote Adicione ao seu ORCID