A virtude e o privilégio de ser professor de filosofia: desafios e aprendizagens na primeira pessoa

Abstract

A profissão de professor é ao mesmo tempo um privilégio e desafio. Privilégio na medida em que trabalhamos com criança e jovens que não nos deixam estagnar e um desafio no sentido em que estamos sempre a ser postos à prova, requerendo um trabalho contínuo, constante e atualizado sobre os conteúdos programáticos da área disciplinar. Ser professor é saber promover o gosto pelo saber, é disponibilizar-se, é saber pôr as questões ligados aos conteúdos programáticos, é motivar para a compreensão e explicação da realização do ser humano. Um ser em projeto que é em simultâneo Dasein e cognitivamente fenoménico que se desvela em cada momento, sem nunca se deixar apreender ou conhecer. A profissão de professor deveria ser encarada como uma dádiva, como um dom que se cultiva com os alunos e encontra o seu fim neles mesmo. Por isso, a consciencialização de ser professor se confunde ou se funde com a razão da sua existência: ser professor é simultaneamente ensinar e educar. Vantagem e responsabilidade maiores cabem ao professor de Filosofia porque possibilita ao aluno a construção de um desenvolvimento enquanto pessoa livre, responsável e autónoma. Ajuda o aluno a compreender-se enquanto pessoa e cidadão, respeitando as diferenças, relativizando o seu ponto de vista e cooperando para a construção de um mundo melhor. Nesta partilha, o professor de Filosofia constrói-se também enquanto pessoa e cidadão com responsabilidades acrescidas, mas reconhecidas e exigidas pelo sistema ou pela sua consciência de deontológica. Atendendo ao sobredito, e logo após a Introdução, é apresentado no primeiro capítulo, o meu percurso de vida, evidenciando a coerência entre um ideal humanista, uma escolha de formação académica e o exercício da profissão de professor. No segundo capítulo destaca-se a ligação entre o professor e o aluno, conquistando-o e ajudando-o a crescer como pessoa e cidadão, tanto pelos afetos, como pelo diálogo aberto e crítico implementado na aula. Aqui se mostra a essência do professor de Filosofia como formador e educador de homens onde o chamamento acarreta responsabilidade, compromisso e dedicação. No terceiro capítulo reflete-se sobre o que é ensinar, se se deve ensinar, o que se deve ensinar, como ensinar, tendo por horizonte a importância da disciplina de Filosofia no ensino secundário, enquanto estruturante para um conhecimento, uma formação e construção do aluno como pessoa livre, responsável e autónomo. Seguem-se a Conclusão, a Bibliografia e os Anexos.

A teaching job is at the same time both a privilege and a challenge. Privilege in the way that we can work with children and teenagers that don’t let us stagnate and a challenge in a sense that we are always being tested, which requires continuous and updated work, on the content of the teaching program of our subject. Being a teacher is to know how to promote a certain love on knowledge, is to be available, is to know the questions that must asked linked to the content, and is to motivate the comprehension and explanation of the realization of the human being. A being in project is simultaneously Dasein and cognitively phenomenal that unravels at each moment, without ever stopping to learn and to know. The teacher’s career should be interpreted as a gift, such as one that grows with the students and meets its end also with them. So, the awareness of being a teacher confuses and fuses with the reason of its existence: being a teacher is simultaneously to teach and educate. Bigger advantage and responsibility are awarded to the Philosophy teacher because it enables the student the building of a development as a free, responsible and autonomous person. The teacher helps the student to understand himself as a person and as a citizen, respecting the differences, having a relativized point of view and cooperating with the building of a better world. In this sharing, the Philosophy teacher builds himself also as person and as a citizen with added responsibilities, but acknowledged and demanded by the system or by his deontological consciousness. Taking to perspective what is said above, and right after the Introduction, it’s presented in the first chapter, my life’s journey, highlighting the coherence between an ideal humanist, a choice of an academic career and the teaching profession exercise. In the second chapter it’s highlighted the connection between teacher and student, conquering and helping him to grow as a person and as a citizen, either through affection or through open and critical dialogue implemented in class. Here it shows the essence of a Philosophy teacher as an educator of men where as the calling brings responsibility, commitment and dedication. In the third chapter it is reflected about what is teaching, if you must teach, what you must teach and how to teach, having the importance of the subject of Philosophy in secondary school as a horizon, while fundamental to knowledge, formation and building a student to be a free, responsible and autonomous person. It’s followed by the Conclusion, the Bibliography and the Attachments.