Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/5733

TítuloKodakização e despolarização do real: para uma poética do grotesco na obra de Fialho de Almeida
Autor(es)Mateus, Isabel Cristina
Orientador(es)Silva, Vítor Manuel de Aguiar e
Data15-Mar-2006
Resumo(s)Este trabalho de investigação pretende constituir-se como uma (re)leitura da obra do escritor português oitocentista Fialho de Almeida. Tradicionalmente associado pela história e crítica literárias ao Naturalismo, e inevitavelmente comparado ao romancista Eça de Queirós, Fialho de Almeida foi confinado a um lugar epigonal responsável pelo esquecimento a que a sua obra tem sido votada. No sentido de mostrar o equívoco desta leitura e destacar o contributo inovador da escrita fialhiana na afirmação da nossa modernidade estética, procurou-se, num primeiro momento, analisar um conjunto de textos teórico-críticos que de algum modo dão corpo a uma verdadeira poética fialhiana: uma poética que se define pela ruptura com o passado normativo e pela procura constante do novo. O primeiro capítulo surge assim como uma sistematização prévia das principais linhas programáticas do Naturalismo de forma a poder estabelecer o confronto produtivo com a teorização estética defendida por Fialho e, sobretudo, com a sua praxis literária. Os textos de crítica literária, em particular, os textos de crítica ao romance queirosiano, constituiram um segundo capítulo de reflexão, a partir do qual foi possível demonstrar a divergência ou ruptura de Fialho em relação à kodakização realista/naturalista do real, mas também definir um metatexto significativo no que diz respeito à mundividência literária e ao processo de escrita deste autor. No terceiro capítulo, a atenção centrou-se nos textos de crítica de arte que Fialho escreveu, não apenas pelo contributo pioneiro que estes significaram no domínio das artes plásticas em Portugal na transição do século XIX para o século XX, mas sobretudo por permitirem acompanhar os principais momentos de contestação a uma estética da imitação e, simultaneamente, de afirmação de uma poética que fará da emoção e da expressão o seu princípio fundamental. O diálogo interartístico que o texto fialhiano cultiva, particularmente com a pintura, é aqui sublinhado como um dos aspectos mais salientes desta valorização da expressão. Num segundo momento deste trabalho, procurou-se analisar o processo de escrita fialhiana, de forma a chamar a atenção para a importância da despolarização do real na génese de uma poética do grotesco. O capítulo quarto destaca o papel da emoção e da imaginação no processo de despolarização do real, ao mesmo tempo que põe em relevo a relação da da escrita fialhiana com algumas das manifestações estéticas do “fim-de-século”, como o Decadentismo e o Simbolismo, antecipadoras, em muitos aspectos, da modernidade artística do século XX. A vocação expressionista da escrita de Fialho merece-nos aqui, pelo antinaturalismo que pressupõe e pela relação com o grotesco, uma atenção particular. O capítulo quinto procura mostrar a importância da imaginação grotesca enquanto processo criativo, de origem onírica ou alucinatória, que distorce e transfigura o real, ao mesmo tempo que analisa as principais configurações que o grotesco moderno assume na escrita ficcional fialhiana.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento
URIhttps://hdl.handle.net/1822/5733
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento

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