Transição do mundo romano e a Idade Média: abordagens multiperspetivadas em contexto de 7.º ano

Abstract

O presente relatório de estágio apresenta um estudo realizado sobre a multiperspetiva em história, numa turma do 7º ano de escolaridade. A realização deste estudo deu-se em contexto de estágio profissional no âmbito do Mestrado em Ensino da História no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário no ano letivo de 2020/2021. Neste seguimento procedeu-se a uma abordagem em torno do período de Transição do Mundo Romano e a Idade Média, dando enfoque à multiplicidade de perspetivas e visões sobre esta temática que, ainda na historiografia atual, não é consensual sendo por vezes considerado como um tema controverso e complicado. Neste sentido, este estudo tentou responder a diversas questões que visam compreender quais são as ideias prévias dos alunos sobre os conceitos substantivos estruturantes da temática, nomeadamente invasão/expansão/ocupação territorial, romanos, povos germânicos, bárbaros/invasões bárbaras, Idade Média, Antiguidade Clássica e a noção de multiperspetiva ?; como é que os alunos entendem a multiperspetiva subordinada às visões/perspetivas da invasão/expansão/ocupação territorial por parte dos romanos vs povos autóctones e romanos vs povos germânicos, em momentos de conflito e/ou de paz?; Que tipo de critérios os alunos utilizam para analisar e interpretar as diferentes perspetivas?; Em que medida operam os alunos com a noção de multiperspetiva na explicação histórica e, quando empregam uma noção deste tipo, que sentidos lhe atribuem?; Como evoluíram as ideias dos alunos sobre os conceitos substantivos e metahistóricos trabalhados? Os dados foram coletados através de tarefas individuais como fichas de trabalho. As respostas dadas nessas fichas são os dados que foram analisados qualitativamente e indutivamente para a construção de um sentido conceptual expresso em categorias que emergiram através de um processo de análise de acordo com as técnicas da Grounded Theory . Com a análise desses dados, foi possível concluir que os alunos confiam e valorizam mais as fontes que são produzidas por pessoas que assistiram ou participaram do acontecimento do que a perspetiva dos historiadores contemporâneos.

This internship report presents a study on the multi-perspective in history, in a 7th grade class. This study was carried out in the context of a professional internship as part of the Master's Degree in History Teaching in the 3rd Cycle of Basic Education and Secondary Education in the school year 2020/2021. In this context, an approach was made to the period of Transition from the Roman World to the Middle Ages, focusing on the multiplicity of perspectives and views on this theme which, even in current historiography, is not consensual and is sometimes considered a controversial and complicated issue. In this sense, this study tried to answer several questions aimed at understanding what are the students' prior ideas about the structuring substantive concepts of the theme, namely invasion/expansion/ territorial occupation, Romans, Germanic peoples, barbarians/ barbarian invasions, Middle Ages, Classical Antiquity and the notion of multiperspective? ;How do student s understand the multiperspective subordinated to the visions/perspectives of territorial invasion/expansion/occupation by Romans vs indigenous peoples and Romans vs Germanic peoples, in times of conflict and/or peace?; What kind of criteria do students use to analyse and interpret the different perspec tives? To what extent do students operate with the notion of multiperspective in historical explanation, and, when they use such a notion, what meanings do they ascribe to it?; How have students' ideas about the substantive and metahistorical concepts worked on evolved? Data were collected through individual tasks as worksheets. The answers given in these sheets are the data that were analysed qualitatively and inductively for the construction of a conceptual meaning expressed in categories that emerged through an analysis process according to the Grounded Theory techniques. With the analysis of these data, it was possible to conclude that students trust and value the sources that are produced by people who witnessed or participated in the event more than the perspective of contemporary historians.