Natureza e cultura no pensamento de Lévi-Strauss

Abstract

Pretende-se analisar as bases de índole filosófica e antropológica que subjazem ao "discurso ecológico", inovador e ousado ainda nos nossos dias, patente na obra de Claude Lévi-Strauss, pensador que virou a página com as suas pesquisas no domínio etno-antropológico, e cujo alcance o tornam uma referência incontornável. A análise far-se-á em seis momentos: a) primeiramente, na senda de Rousseau, buscando em "Tristes Trópicos" as novas vias que Lévi-Strauss aí ilustra para repensar as relações entre natureza e cultura; b) depois, reflexões em torno do que o autor denomina de "antinomia do progresso", que rasga novos horizontes sobre a temática; c) no momento seguinte, pretende considerar-se o modo original como é equacionada a dualidade natureza-cultura; d) inquire-se então a peculiaridade do naturalismo em questão; e) a analise prosseguirá, mas agora tematizando as relações entre natureza (corpo) e mente (espírito), ou seja, o rodeio entre panlogismo hegeliano e criticismo kantiano; f) por fim, e acerca do "imperativo ecológico", realçando as suas posições arrojadas no que concerne à "razão ecológica".