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TítuloRestos : o exercício crítico e poético de Joaquim Manuel Magalhães
Autor(es)Cruz, Paula Cristina Oliveira da Cruz
Orientador(es)Diogo, Américo Lindeza
Data1-Jul-2002
Resumo(s)Magalhães, não é um crítico que é poeta, nem tão pouco um poeta que é crítico. Crítico e poeta são formas complementares de pensar o fenómeno literário. E poucos, na segunda metade do século XX, se dedicaram de forma tão atenta à análise da poesia portuguesa contemporânea. Muitas vezes polémico, seguramente controverso, avesso a consensos, fez luz sobre muitos nomes do panorama poético actual e recuperou alguns nomes –justa ou injustamente - ignorados pelo tempo Na primeira parte do nosso trabalho, abordamos a obra ensaística de Magalhães - Os Dois Crepúsculos; Um Pouco De Morte e Rima Pobre. Neste sentido, procuramos mostrar a influência do pensamento de F.R. Leavis e de T.S. Eliot no seu exercício crítico e analisamos as relações, nem sempre pacíficas, de Magalhães com uma esfera pública fragmentária e pouco participativa. Achamos profícuo distinguir a noção de modernismo da noção de vanguarda, pois estes conceitos são usados de forma pouco precisa por Magalhães. Este tende a confundir a ideia de vanguarda com a urgência do novo, com uma lógica de superação, quando de facto o projecto vanguardista é uma tentativa de reconduzir a arte à praxis vital. A arte deve desautonomizar-se. No centro das preocupações de Magalhães está também o público, ou melhor os públicos. A massificação da res literária trouxe públicos que não procuram o caminho da facilidade. Até a poesia, conotada com a high culture e com uma sensibilidade maior e minoritária, foi afectada por um público pouco esclarecido, consumidor de emoções alheias e facilmente iludido pelo aparato retórico-discursivo de certa poesia. Num segundo momentodo nosso trabalho, centramo-nos na obra poética de Magalhães, distinguindo três momentos capitais, a saber, a reescrita de toda a obra publicada até 1985 em Alguns Livros Reunidos (mantendo autónomas apenas duas obras); as obras onde o vincar do negrume é por demais evidente (especial relevo para Uma Luz com toldo vermelho e a Poeira levada pelo vento) e, finalmente, os poemas publicados em O Independente e coligidos em Alta Noite em Alta Fraga. Na última parte, tomamos de empréstimo um conceito do âmbito da geologia – recristalização - para melhor entendermos a revisitação temática feita nos poemas publicados em O Independente, e posteriormente coligidos em Alta noite Alta Fraga. A esfera pública, a ausência de uma moral, a pequenez, a degradação física, a velhice, o destruir da paisagem (a última das utopias), a falta de um espaço habitável, a morte, a devastação invadem este textos elegíacos. O desencanto, o negrume é tanto que nem a própria morte é uma certeza de paz. – «Só nos resta esperar então morrer?» (Magalhães, 2001f:80). A poesia de Magalhães é cada vez mais uma ética do fim.
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de Mestrado em Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa
URIhttps://hdl.handle.net/1822/6456
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Dissertações de Mestrado

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