Aplicação de “Ground Penetrating Radar” (GPR) na prospeção de pegmatitos – casos de estudo de Malpartida (Almeida) e Vilar de Mouros (Caminha)

Abstract

Recentemente, os métodos geofísicos têm sido cada vez mais usados em geologia, apresentado eficácia prospetiva em áreas como na geologia ambiental, geotecnia, pedologia, geomorfologia e valorização de recursos geológicos. Em formas gerais, os métodos geofísicos permitem detetar estruturas e anomalias a grandes profundidades sem precisar de haver invasão do terreno. Por exemplo o caso da Mina de Neves Corvo (Castro Verde, Beja) os primeiros indícios da jazida foram obtidos pelo método gravimétrico de prospeção (Carvalho, 1981). Apesar da maior parte dos métodos geofísicos, como por exemplo, os eletromagnéticos, gravimétricos e elétricos serem persuasivos a médias e grandes profundidades, o Ground Penetrating Radar (GPR) tem dado melhores resultados no que toca na deteção de estruturas e anomalias a baixas profundidades com maior resolução, pelo que é possível usá-lo em locais de áreas mais reduzidas (Grangeia & Matias, 2004; Barraca et al., 2019), sugeridos por outros métodos geofísicos ou pela pesquisa geológica e eventualmente exploração mineira. Encontram-se exemplos desta funcionalidade em estudos realizados nos Estados Unidos da América (San Diego Co., Califórnia) (Patterson, 2003; Patterson & Cook, 2002) e no Brasil (Teófilo Otoni, Minas Gerais) (Aranha et al., 2018; Horn et al., 2018). Estes trabalhos foram dedicados a estruturas de cavitações em pegmatitos aplíticos, situações muito similares àquelas que são abordadas neste estudo. Pode, pois, postular-se que o GPR é indicado para pôr em evidência, em formações pegmatíticas miarolíticas ou outros que possuem concentrações de minerais de interesse económico. Esta dissertação irá se incidir em dois casos de estudos que irão testar a funcionalidade, a eficácia e a eficiência do método GPR aplicado à deteção de vãos ocluídos, ou não, em corpos pegmatíticos ou formações que os comportam. Os casos de estudo serão realizados em Vilar de Mouros (Caminha, Viana do Castelo) junto a um talude e em Malpartida (Almeida, Guarda) numa pedreira, onde os resultados foram bastante favoráveis.

Recently, geophysical methods have been increasingly used in geology, presenting prospective effectiveness in areas such as environmental geology, geotechnics, pedology, geomorphology and valorisation of geological resources. In general, geophysical methods allow the detection of structures and anomalies at great depths without the need for land invasion. For example, in the case of Neves Corvo Mine (Castro Verde, Beja) the first evidence of the deposit was obtained by gravimetric prospecting (Carvalho, 1981). Although most geophysical methods, such as electromagnetic, gravimetric and electric methods are persuasive at medium and great depths, Ground Penetrating Radar (GPR) has given better results when it comes to detecting structures and anomalies at shallower depths with higher resolution, so it is possible to use it in sites of smaller areas (Grangeia & Matias, 2004; Barraca et al., 2019), suggested by other geophysical methods or by geological research and eventually mining. Examples of this functionality are found in studies conducted in the United States of America (San Diego Co., California) (Patterson, 2003; Patterson & Cook, 2002) and in Brazil (Teófilo Otoni, Minas Gerais) (Aranha et al., 2018; Horn et al., 2018). These works were devoted to cavitation structures in aplitic pegmatites, situations very similar to those addressed in this study. It can therefore be postulated that GPR is indicated to put in evidence, in pegmatite formations miarolitic or others that have concentrations of minerals of economic interest. This dissertation will focus on two case studies that will test the functionality, the effectiveness, and the efficiency of the GPR method applied to the detection of spans occluded, or not, in pegmatite bodies or formations that hold them. The case studies will be carried out in Vilar de Mouros (Caminha, Viana do Castelo) near a slope and in Malpartida (Almeida, Guarda) in a quarry, where the results were quite favorable.